quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Pílulas Amargas

                                       

Assinatura de ‘Pacto Fiscal’
       
          A Presidenta Dilma Rousseff, após três horas de reunião, conseguiu fechar a dezenove do corrente acordo com os partidos aliados para que nenhuma proposta de aumento para os gastos públicos seja votada no Congresso em 2013 e 2014.

          O referido Pacto de Responsabilidade Fiscal foi assinado pelos presidentes e líderes dos partidos governistas. Como integrantes do Conselho Político prometeram inclusive a suspensão ‘temporária’ da proposta que cria o piso salarial dos agentes comunitários de saúde.
           O único líder que se recusou a assinar o documento foi o populista Anthony Garotinho (PR-RJ), contrariando orientação do senador Alfredo Nascimento (AM).

           A situação fiscal se deve não só ao Congresso, mas à desordem no próprio governo, em que se multiplicam as despesas como as desonerações fiscais, a contribuição para reduzir a conta de energia, etc. A falta de ordem na Casa se reflete em muitos setores, como na impossibilidade de cumprir com a meta do superávit primário fiscal.
           Como o exemplo vem de cima, e manifestamente a exação fiscal não é cumprida, cabe perguntar como logrará Dilma Rousseff obter o bom comportamento no Congresso se de sua parte não é feito o dever de casa ?

 
O Flagelo da Dengue

 
          O Brasil, no governo de Juscelino Kubitschek, ficara livre do flagelo da dengue. Infelizmente, ela retornou pelo norte, vinda da Venezuela. Desde então, o mosquito da dengue, o nosso conhecido Aedes Aegypti, voltou a colonizar a acolhedora terra da Santa Cruz.    

          A dengue é moléstia de terras tropicais, filha dileta da pobreza, da ignorância, do descaso e sobretudo da incúria municipal, estadual e federal.
          Como pode haver um combate para valer contra a infestação se o saneamento básico é uma ficção em um sem-número de municípios ? Além disso, as campanhas contra os focos do mosquito são anêmicas, para não dizer quase inexistentes. Para que tenham êxito, a população tem de ser motivada e até mesmo constrangida a fazer o seu dever de casa.

         E dada a situação em tantos subúrbios e favelas, as campanhas teriam que ter a presença das autoridades municipais – as mesmas que se dedicam a projetos grandiosos, enquanto deixam para o lado as tarefas comezinhas, mas indispensáveis,  de eliminar as poças e todas as áreas de infestação.
        Já houve prefeito no Rio de Janeiro que veio à televisão para pedir orações com vistas a direcionar os mosquitos para o mar, de modo a poupar a população. É a presença nefasta desse tipo de político que tem grande responsabilidade pelo caos da saúde pública no Rio de Janeiro.

        A terra carioca, infelizmente, é ambiente ideal para a proliferação da dengue. Com o verão aumenta a incidência, mas no Rio o calor está quase sempre presente, e por isso o mosquito pode multiplicar-se antes mesmo do início formal do verão.
        Estou para ver um trabalho de conscientização – e arregimentação – das populações mais ameaçadas, nas áreas em que o esgoto corre a céu aberto e o saneamento básico é uma ficção.

        Em 2013, há 217.885 casos notificados (contra 26.800 em 2010!). Os casos graves foram 2.437 (2010) e 1.207 (2013), e os óbitos  41, em 2010, e 57, em 2013.

 

(Fonte: O Globo)

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