quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PÍlulas agridoces

                                          
Juros voltam a dois dígitos

 
     O mercado já esperava a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). A taxa básica de juros, a Selic, volta ao patamar de dois dígitos, o que não acontecia desde janeiro de 2012.
      A alça dos juros pelo BC se propõe a elevá-los em 0,5%,de 9,5% a 10,0% a.a. para combater a inflação no ano eleitoral de 2014.

      Entrementes, o Governo tem outra estratégia. Aumentar o gasto, principalmente via desonerações fiscais, para reativar a economia. No entanto, como mostra Miriam Leitão em sua coluna, o dinheiro da renúncia fiscal (estimados $84 bilhões em 2014) não entra no cofre do governo, nem parte dele é poupada para o pagamento dos juros da dívida (superávit primário). Para onde ele vai?  Para a farra do consumo (empresas e famílias)!
      Assim, a perda é dupla: pressiona a inflação (farra do consumo) e coloca em xeque as contas públicas (redução no pagamento do superávit primário).

 
O chabu da Reforma da Saúde de Obama

 
      A displicência do Presidente Barack Obama nas coisas simples – vide já citada no blog assertiva de Bill Clinton de que Obama faz mal as coisas simples e fáceis enquanto acerta nas difíceis – ataca mais uma vez, com as previsíveis perdas no apoio popular ao ACA (Lei da Assistência Custeável).
      Agora é a vez das pequenas empresas !  O site da Reforma Custeável de Saúde – cujas incríveis falhas para o atendimento dos contribuintes que nele desejam inscrever-se fez desabar o nível público de aprovação do Presidente – apresentou tais dificuldades para o segmento das pequenas empresas, que a Casa Branca optou por atrasar por um ano a sua implementação no setor.

     Deixando a implementação do site na internet da Reforma da Saúde aos burocratas da Secretaria de Saúde,  Obama cometeu um duplo e estúpido erro: na terra de Silicon Valley transformou a porta de entrada da reforma sanitária em ineficiente repartição pública; e proporcionou de bandeja uma rara oportunidade para os detratores republicanos do Obamacare, como se a principal reforma do 44º presidente pudesse atolar-se nos pântanos da burocracia.

 
Flamengo campeão da Copa do Brasil

 
      O júbilo da torcida do Mengo encontra comovente contrapartida na cobertura dada por O Globo – e, estou certo, da Rede Globo, e de seus sintonizados locutores e comentaristas.  O Jornalão, antigo vespertino, hoje matutino, reserva a parte superior da primeira página, para a exultante comemoração de “FLA é tricampeão da Copa do Brasil”, com direito a instantâneo a cores de Hernani agradecendo aos céus.

         A explosão rubro-negra me recorda a observação que ouvi de Adolpho Bloch, quando lhe perguntaram por que descontinuara a Manchete Esportiva, talvez, no gênero, o melhor semanário especializado:
como fazer, se a Manchete Esportiva só se vendia quando o Flamengo ganhava?

         Hoje o marketing funciona mais centrado na cobertura televisiva. Ao contrário das publicações escritas, constrangidas a tratar de fatos consumados, a tevê mora na esperança e os ibopes se sustentam na incerteza dos noventa minutos.

        Por outro lado, os bi, tri e tetra campeonatos tiveram o antigo significado desvirtuado. Na acepção antiga, bi ou tri era o time campeão por anos sucessivos e não no espaço histórico. A nova designação é o reflexo do marketing: dá a impressão daquilo que não é, pois vai catar no passado (longínquo ou não) os títulos conquistados...  

                  
Morre o craque Nilton Santos

 
          Aos 88 anos de idade (nascera em 16 de maio de 1925), morre Nilton Santos, o maior lateral-esquerdo do século (eleição da Fifa em 1998). Vários traços marcantes o distinguem como jogador e craque: a enciclopédia do futebol atuou somente no Botafogo (17 anos). Bicampeão mundial (1958 e 1962), foi reserva em 1950 e  titular a partir de 1954.
          Trouxe a imaginação e a habilidade técnica para a lateral esquerda, de que se tornou titular absoluto da seleção a partir de 1954. Ao contrário de o que esperavam os técnicos, fazia gols também, como o fez em 1958 contra a Áustria.

          Trabalhou muito tempo como funcionário no velho Maracanã, a todos recebendo com a sua finura e simpatia.  

 

(Fonte:  O  Globo )

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