segunda-feira, 4 de novembro de 2013

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  Jornalistas assassinados no Mali

           Confirmando indicações sobre a precariedade da situação no Mali, dois jornalistas franceses, da Radio France Internationale, logo depois de entrevistar um líder separatista na cidade de Kedal, no norte desértico do Mali, foram sequestrados e, pouco depois, mortos.
           Especula-se que a razão principal do bárbaro assassínio de Ghislaine Dupont e Claude Verlon se deveria à circunstância de que o alerta tenha sido dado em brevíssimo prazo. Dentro da violência e da selvageria que prevalece nessa região contígua ao deserto do Saara, os tuaregs (povo nômade que está presente em vários países que partilham o Saara) não hesitaram em matar os infelizes pela degola. Este é, de resto, o modo usual de fanáticos islâmicos de desfazer-se de suas presas (cortar a garganta é um modo supostamente infamante de pôr fim à vida de um ‘infiel’, como foi a sorte de muitas vítimas estrangeiras inocentes na guerra civil argelina da virada do século).

          Esta tentativa de rapto malograda terá sido incentivada pelo pagamento de resgate em soma equivalente a US$ 34 milhões por quatro franceses, que estavam em poder da al-Qaida no deserto do Níger, por cerca de três anos.
         Nessa vasta área desértica do Mali – que, como se sabe, fora ‘liberada’ recentemente de ocupação por fanáticos islâmicos e assemelhados, por uma intervenção militar ordenada pelo Presidente François Hollande – permanece um pequeno destacamento francês, que não tem condições de dar plena segurança aos jornalistas que se aventuram naquelas paragens.  

 

Egito – julgamento do ex-presidente Morsi

        O comandante do exército egípcio, o general Abdul Fattah el-Sisi, que derrubou e mandou prender o presidente  Mohamed Morsi, goza atualmente de grande popularidade na milenar terra dos Faraós. 
       Os egípcios, depois de um ano de governo ineficiente e sectário da Irmandade Muçulmana, através de seu preposto Morsi,  desejam alguém que lhes garanta segurança e condições aceitáveis de existência, o que o alto representante da Irmandade – que é o mais antigo partido no Egito – não forneceu evidências conclusivas de que estava em condições de proporcionar, durante exíguos doze meses à testa do Estado.

       O povo egípcio desejaria a volta da normalidade e para tanto acredita que o condestável general el-Sisi (nomeado para o posto ironicamente por quem iria poucos meses depois destitui-lo)  é a personalidade apropriada para a presidência do país.
      Dada a predominância das Forças Armadas no país desde o golpe que derrubou em 1952 o rei Faruk, este é um fenômeno sócio-político  compreensível, por mais difícil que seja aceitá-lo.      

          Prepara-se agora o julgamento do presidente Mohamed Morsi, acusado de incitação à violência. Existe no gabinete egípcio – ou o que resta dele, depois de renúncias de próceres prestigiosos como o ex-presidente da AIEA, Mohamed el-Baradej – pequeno grupo de que o ministro  Ziad Bahaa el-Din seria a personalidade mais visível, e  que tem despertado suspicácias  pelo fato de preconizar a clemência para o ex-presidente Morsi.  Dada a impopularidade daquele que no exercício do poder mais parecia pender para a velha Irmandade, do que para o sofrido povo egípcio, compreende-se que esta posição crie dificuldades e até inimizades para o  ministro el-Din.


A deslavada Censura

             Talvez a notícia da Folha de hoje, com o levantamento em 27 Tribunais de Justiça e em centenas de editoras, seja ou um autêntico epitáfio do sonho da Constituição de 1988 de Censura -  nunca mais!ou da inoperância do Supremo Tribunal Federal, que malgrado seja a nossa Corte Constitucional, parece conviver com essa situação que abertamente desrespeita cláusula pétrea da Carta de 5 de outubro de 1988, que o grande Ulysses Guimarães chamara de Constituição Cidadã.
            E diante das obras biográficias contestadas por motivos diversos que não encontram amparo na Constituição Cidadã e da censura ao Estado de São Paulo pelo empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney, que como nos ensinou o grande Lula da Silva não é um homem comum, e inumeráveis outros exemplos de censura judicial inconstitucional, só podemos afirmar que tal nefasto estado de coisas persiste por um único e gritante motivo: a inoperância do Supremo Tribunal Federal, que não prepara uma Súmula Vinculante para coibir todos esses abusos.

            Pensávamos que na presidência de Joaquim Barbosa as coisas fossem mudar, mas pelo visto estávamos enganados. Ou não?

 

(Fontes: The New York Times, Folha de S. Paulo,  O  Globo)

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