terça-feira, 26 de novembro de 2013

Diário da Mídia (X)

                                             

Privatização do Galeão

             A sensação de abandono e desleixo que a passagem pelo aeroporto do Galeão causa no viajante deverá permanecer até seis meses depois da Copa do Mundo, segundo  manchete de O Globo.
             Está garantido, portanto, o vexame para os brasileiros e o desconforto para os usuários de todas as nacionalidades, pela incompreensível inação do governo da Presidenta.

              Manter a Infraero com toda a sua carga de ineficiência em controle até então e mais tarde como presença minoritária será incômoda recordação do contrapeso estatizante do PT.
              Fica então mais fácil de entender a manutenção da partilha partidária da administração dos aeroportos, na contramão do conforto e do bom serviço para os viajantes.

 
Carga inusitada


                 A Polícia Federal apreendeu ontem quase meia tonelada de cocaína em helicóptero da família do Senador Zezé Perrela (PDT/MG) no Espírito Santo.
                  O piloto – de que não foi dado nome nem sobrenome na notícia de O Globo – seria o responsável pelo crime, segundo declarou o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (Kakay): “É um caso de vítima de furto. O Gustavo (filho do Senador) teve a aeronave furtada pela pessoa que tinha acesso às chaves para usar com finalidade de trabalho. O piloto pegou  o helicóptero sem autorização e fez uso indevido, foi demitido por isso.  Ele falou para o delegado que é responsável por essa operação.”

                 Tratava-se de pasta base de cocaína. A movimentação na propriedade rural onde o helicóptero pousou estava sendo investigada pela polícia há vinte dias. A atenção das autoridades aumentou quando se soube que a propriedade em tela fora comprada em quantia duas vezes superior ao seu valor de mercado.
 

Planos Econômicos 

                 A inflação – e o descalabro financeiro de que temos abaixo notícia – assim como a hiperinflação, que motivara os Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II, continuam infelizmente bastante presentes no cenário nacional
                  Segundo noticiado, o Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, defendeu ontem  o adiamento para 2014 do início do julgamento pelo STF  marcado para esta quarta-feira, 27 de novembro, de ações movidas por investidores de cadernetas de poupança, as quais questionam a constitucionalidade dos planos econômicos das décadas de oitenta e noventa.

                   O Ministro Mello concorda com a inoportunidade de o tema ser discutido em fim de ano judiciário.
                   Em correspondência encaminhada ao Supremo, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega e o Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ponderam ao colegiado que o escopo é apresentar suas preocupações “em razão dos graves e deletérios impactos que podem advir para as finanças públicas, o crédito e o desempenho econômico do Brasil”. Endossam as ponderações um autêntico ‘quem é quem’ da guarda das finanças e da economia brasileira naquele convulsionado período da hiperinflação: ex-Ministros da Fazenda – Ciro Gomes, Gustavo Krause, Pedro Malan e Ernane Gâlveas; ex-presidentes do BC Paulo Cesar Ximenes Alves Ferreira, Gustavo Franco, Armínio Fraga, Carlos Langoni, Ibrahim Eris, Fernão Carlos Botelho Bracher e Persio Arida. Também endossam as inquietudes do grupo o próprio ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, Ministro da Fazenda de maio de 1993 a março de 1994, e os ex-Ministros Luiz Carlos Bresser Pereira e Maílson da Nóbrega.

 
Dívida Pública Federal chega a dois trilhões !

 
              Não se lançarão foguetes nem fogos de artifício, mas novo patamar histórico é alcançado pelo Governo de Dilma Rousseff, com a participação do Ministro Guido Mantega.
              A dívida pública federal em títulos no mercado financeiro alcançou R$ 2,022 trilhões, que é o maior patamar desde que o governo começou a registrar os dados em 2000.

              Segundo o Tesouro Nacional, as emissões de papéis superaram os resgates em R$ 15,2 bilhões no mês passado, com um incremento no endividamento de 1,69%.
             Deve-se assinalar que não é a primeira vez que a marca dos dois trilhões foi rompida. Há um ano isso já ocorrera.  Como o viés é o do aumento (da dívida), o ano deverá terminar, de acordo com os cálculos governamentais,  como uma dívida bruta entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões.

             Por outro lado, em nove anos, a dívida pública dobrou de tamanho (em dezembro de 2004, já sob Lula da Silva,e o endividamento em títulos federais ultrapassou a barreira de  um trilhão de reais ! )

 
Reajuste de gasolina e diesel

 
              Segundo informa a Folha, a Presidenta resiste a autorizar fórmula defendida pela Petrobrás, de reajuste automático para gasolina e diesel.
              São notórios os problemas de caixa da Petrobrás, daí os esforços de Graça Foster para marcar reunião com Dilma e Mantega, com vistas à rápida solução na linha da fórmula avalizada pela diretoria da Petrobrás.

              É a um tempo interessante e preocupante que se volte a cogitar seriamente de gatilhos para enfrentar os déficits de caixa da Petrobrás.  A indexação que é um típico companheiro de viagem da carestia – banida pelo Plano Real – volta ameaçadora, o que não deixa de ser um retrato sem retoque da realidade econômico-financeira em que a estabilidade de preços está bastante comprometida.
              Com o aumento da dívida pública, o ataque irresponsável à Lei da Responsabilidade Fiscal (V. ajuda à prefeitura paulistana do companheiro Haddad e projetos correlatos no Congresso) o pífio superávit primário deste ano – e outros desenvolvimentos que nos reserva o fechamento de contas de fim de ano,  até dá para entender o temor de Dona Dilma.

              Infelizmente, não se resolvem problemas na Economia com tampas em áreas pressionadas. Pela porta de serviço, passam ‘soluções’ em que se busca maquiar pressões de preços e similares. Enquanto não for restaurada a responsabilidade fiscal e política, e varridos todos os jeitinhos que têm infestado a gestão econômico-financeira, vamos continuar a arar o oceano, com as previsíveis consequências.

 
(Fontes:  O  Globo; Folha de S. Paulo )            

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