quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Covid: Trump veta dados a Biden

É inqualificável, to say the least, a posição de Donald Trump que, sem importar-se com as implicações de uma política de sistemática tergiversação e adiamento, nos contatos com a campanha vitoriosa de Joe Biden, determinou que integrantes do Departamento de Saúde estão proibidos de cooperar com equipes do presidente-eleito Joe Biden, até que o presidente Donald Trump reconheça sua vitória. O nível de mesquinharia e de acintosa desfaçatez na exibição da respectiva perversidade atinge a decibéis que vão muito além do comum nas relações humanas. Que um candidato derrotado se valha de mostras abusivas para atrasar não o reconhecimento de uma realidade - o que já é patente, e não mais suscetível de dúvidas honestas - mas tão só para exibir um restante de inútil poder - cuja eventual manutenção não levará a nada, porque o caixão da derrota da candidatura de mr Donald Trump já faz parte do patrimônio histórico, não mais sendo suscetível de mudança. O que restaria a Mr Donald Trump, ao cabo de sua medíocre 45ª presidência, seria a oportunidade de mostrar, nos detalhes alguma perspectiva de eventual grandeza de caráter, facilitando no bom sentido o trabalho do vencedor e last but not least proporcionar ao Povo Americano a oportunidade que a nova equipe presidencial possa ser instrumental na atribuição de boas intervenções (aquelas que favorecem o contribuinte americano, que paga impostos, e deve ter o direito de um tratamento equo, e não de sofrer consequências de uma atitude que não passe de uma represália política pela simples circunstância de que se trata de um gesto mofino, que quer prorrogar artificialmente um prazo pela mera circunstância de que, em um pleito aberto e sem fraudes, não se pode moral e eticamente impedir de que o bem seja feito, mesmo que seja para apoiadores do novel presidente Joe Biden. Para esse ato vergonhoso de despudorada mesquinharia, não há qualquer justificativa, e é decerto lamentável que a falta de um espirito de mínima equidade seja a despudorada causa de um presidente derrotado. Com efeito, o que se costuma chamar de História tenderá a ser implacável por esse retrato de o que é realmente Mr Donald Trump, que se prova incapaz de mostrar qualquer migalha por menor que seja de grandeza de caráter e de espírito de um mínimo de fraternidade cristã, eis que essa granítica negativa corresponde a uma abismal incapacidade de auto-conscientização, de que para tudo há um limite, quando alguém deseja passar para a posteridade mais do que uma imagem deformada, em um testemunho de que a política, por mais árdua e combativa, deve ser humana, feita com grandeza e um espírito superior. Infelizmente, nessa transmissão de poder Mr Trump parece disposto, resoluto mesmo, a transmitir para a Sociedade Americana uma imagem de intolerância e mesquinharia. Pobre América se a falta de grandeza é levada a tal ponto! ( Fonte: O Globo, em primeira página )

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