quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A Temida Segunda Onda da Covid

Repercutem fracamente no Brasil os temores sobre uma nova onda da Covid - 19. E, no entanto, ao ver-se o vermelho tomar conta do mapa da doença no Brasil, tem-se a impressão, diante da reação da população, que a recrudescência na doença seria um problema que não lhe diz respeito diretamente. O problema no Brasil é que as inquietudes do corpo médico e científico parecem não afetarem a população em geral, que continua indo à praia e agindo, em grande parte, como se o problema não lhe dissesse respeito. Vejo, com certa inquietude, que essa postura não tem sido a de outros países latinos, como a Itália, que vem enfrentando um inquietante recrudescimento na Lombardia, entre outras regiões, e que, em consequência, tem seguido as injunções das autoridades sanitárias, porque o povo italiano já tem bem presente o quanto é importante, no combate a essa terrível doença, obedecer às instruções médicas, com vistas a diminuir a incidência do contágio. Há muito se fala no Brasil do perigo do recrudescimento da Covid. Pelo que vejo à distância nas praias cariocas, a população carioca continua a agir como se este perigo dissesse respeito a um outro espaço sideral... Temos um presidente que desdenha o uso da máscara, e considera, pelo visto, coisa de maricas preocupar-se com a doença. A própria desenvoltura o terá feito contrair a enfermidade, mas tanto a sua faixa etária, quanto a respectiva boa saúde o pouparam de ter de submeter-se a um longo período de internação. Nesse aspecto, pode-se considerar um enigma não resolvido essa sua atitude tão pouco realista de menosprezar essa tão terrível enfermidade. Basta assinalar-lhe o número de vítimas que continua aumentando. Será efeito de sua admiração pelo derrotado candidato a reeleição nos Estados Unidos, Donald Trump ? Pois se tal corresponde à verdade, Sua Excelência deveria repensar acerca da questão, que não é daquelas inter alios acta... Em geral os bons governantes têm uma postura pró-ativa em relação à respectiva população. Estranhamente, é outra a atitude do presidente Jair Bolsonaro, que em termos de liderança não tem contribuído para que a nossa população se conscientize do problema, e da necessidade de confrontar o desafio através do respeito às posturas médicas.É de esperar-se que quando as vacinas estiverem afinal disponíveis para os diversos segmentos da população a autoridade federal venha a constituir um fator positivo nessa ulterior fase, em que se descerra para o sofrido Povo brasileiro a oportunidade de proteger-se contra esse terrível flagelo. Afinal de contas, sermos o segundo país do mundo em termos de mortos por esse terrível mal - atrás apenas dos Estados Unidos de Donald Trump - não é decerto nada a ser imitado... ( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )

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