quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A Covid registra outro macabro record

      Ontem, 25 de novembro, o mundo registrou o maior número  de mortes por Covid-19 em um único dia.  Já avançado no ano, é decerto macabra mostra que muito falta para que o combate médico a esse flagelo da Humanidade possa ser considerado próximo do fim.

        Já no Rio de Janeiro, continua o afluxo de pessoas às praias, como se as aglomerações fossem coisa  de somenos. Em Ipanema, há muita gente, um reflexo de desatenção e falta de mínima precaução, logo nesse momento em que as emergências médicas nos hospitais estão lotadas, sob o peso do afluxo das vítimas do Corona vírus.

         Sabemos que a hora não é de baladas à noite, e de praias cheias.  Mas o observador tem a impressão que o momento é de folguedo e de festança. Uma administração responsável cuidaria de colocar bandeiras vermelhas para marcar a gravidade da hora, mas que se pode esperar do prefeito senão falsas notícias e providências como as referidas no meu blog, em que se relata da oportuna decisão da Justiça em barrar notícias falsas propaladas pelo atual Prefeito (tentando prejudicar o respectivo concorrente).

          O povo carioca deveria ser conscientizado da gravidade da hora, mas procede de forma irresponsável, como se a emergência dessa grave ameaça não estivesse de volta não só na Europa e nos Estados Unidos, mas também em Pindorama.

           Mas voltemos à ameaça geral. O número de óbitos cresceu no mundo puxado pelos Estados Unidos, com mais de dois mil apenas naquele país, O incremento na terra de Tio Sam pressionou a inchação de casos mortais, com mais de dois  mil óbitos por dia nos Estados Unidos.  Mas as estatísticas macabras não sinalizam apenas os States do Presidente Trump, mas também em outros países tanto como o Brasil e México, quanto Reino Unido, Itália e França, rompendo o "recorde" anterior de vinte de novembro com onze mil, oitocentos e quarenta mortes. 

            No presente quadro, a doença já matou 1,4 milhão de pessoas na Terra- e só neste mês de novembro foram duzentas mil. Para os especialistas, "a tendência é de muito crescimento se não houver mudança na maneira como os governos e as pessoas estão lidando com essa pandemia", disse a  epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Sabin Vaccine Institute. Nesse contexto ela alertou para o fato de que, embora as pesquisas sobre as vacinas estejam avançadas,  ainda falta tempo para que de fato haja a imunização.

             Por outro lado, para o médico Márcio Sommer Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da USP há outro agravante: "A pandemia está muito mais difusa, não tem apenas em um lugar só.  Antes o pico se concentrava em alguns países da Europa e em New York." Agora está em todo o território estadunidense, do México, do Brasil, em muitos países da América do Sul e em  várias regiões da Europa."

           Tenha-se presente neste contexto o número de mortes per capita. A Bélgica seria o país mais afetado, com 1,3 mil óbitos para cada milhão de habitantes., Em seguida, vem o Peru, com 1,1 mil mortes por milhão - o que já mostra como o vírus se globalizou.

            Por outro lado, o médico Bittencourt assinala um aspecto relevante: políticos e imprensa não têm dado mais visibilidade ao tema como no começo da pandemia, o que fez com que muita gente tenha a sensação de que a doença é  hoje menos grave de o que já foi.

            Já  Fátima Marinho, conselheira da organização global de saúde Vital Strategies  afirma que as estimativas indicam que haverá  2,75 milhões de mortes até março de 2021 - o que significa o dobro do registrado até agora. "São estimativas com base no cenário que temos hoje. Pode ser pior, mas melhor não será, porque as medidas já estão tardando a serem implementadas", disse ela.  "A tendência é preocupante porque a situação já estava mal resolvida. A segunda onda já está no horizonte e é visivel: é apenas uma questão de tempo e ela vai acelerar com as festas de fim de ano, com maior circulação de pessoas pelo Brasil."

                Na sexta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que foram  notificados mais casos de infecção pelo coronavirus nas últimas quatro semanas do que nos seis meses iniciais da pandemia.

                  Tedros destacou preocupação, sobretudo no Hemisfério Norte, na Europa e nos EUA, com o grande número de pessoas internadas nas UTIs de  hospitais. Em razão do frio do inverno, que faz com que as pessoas fiquem mais tempo em ambientes fechados, ele admitiu o temor de um colapso nas redes nacionais de saúde. A situação pode ficar ainda mais grave nos USA, eis que hoje se celebra o feriado de Ação de Graças, quando por tradição muitas famílias se reúnem dentro de casa.

                  Na Europa, que já  vive  nova onda de contaminações, alguns países - como França e U.K. - já fazem planos para nova reabertura. Ontem, a presidente da Comissão Européia, Ursula von der Leyen, afirmou que os primeiros cidadãos europeus poderão ser vacinados antes do fim de dezembro.

                   Segundo ela afirmou "até o momento a Comissão Europeia firmou contratos  com 6 companhias para compra de vacinas.  Os primeiros cidadãos europeus poderão estar vacinados já antes do fim de dezembro. Por fim, há uma luz no fim do túnel".  Nesse sentido, ela encareceu os governos das 27 nações que formam a UE que se preparem para receber as vacinas e assim colocá-las à disposição de toda a população.

(Fonte: O Estado de S. Paulo )

 

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