sábado, 28 de dezembro de 2019

Recém-chegado dos Pagos



                                   

        De volta dos pagos, por vezes tenho a impressão de que a minha eventual ausência não tenha assim tanta relevância, quanto a princípio yours truly possa realmente imaginar. De regresso àquilo que penso seja a realidade, um rápido folhear de jornais me leva a ter como que abalada a respectiva percepção de o que imaginara, tal a quantidade de absurdos que me é dado  - ou me seria imposto pelas circunstâncias - realizar.

        Dessarte, de volta dos pagos, aquela velha discussão sobre o que é em verdade aquilo que pensamos como realmente existente, ora se insinua de forma não sub-reptícia, mas escrachadamente objetiva, e que, como se mais não fosse, não se peja de discrepar de o que imaginara fora real, se no caso o arcaísmo de algo me possa servir.

        Se já se falou muito, e não nas vizinhanças do tempo, das ilusões dos intelectuais, não sei se seria sedutor se embrenhar noutras veredas que as páginas - decerto demasiadas - que jazem à minha frente mereçam na verdade ser perlustradas nessa luta ingente que é a de manter-se abreast dos desafios de tempo e distância.

         As importâncias da terra - e suas eventuais desimportâncias - serão assim tão relevantes quanto a princípio pareçam?  O que é discutido e gritado a algumas milhares de milhas - felizmente protegi-das pela herança heróica de antepassados que antegozando o que antes não seria pretérito o guarda-ram na distância, dessarte agarrando e fincando o que pensavam fossem as suas verdades - não importa se políticas, econômicas, literárias ou híbridas -  e desta forma nesse desvario de o que dista, mas na realidade difere, na dúbia decorrência daquilo que se descola pelo decorrer dos dias, mas que na verdade se apega no grude das ideias,  mas também da distância e dos eventuais artificialismos da composição política, de qualquer forma que a imagines...

( Dedicado à minha neta Ceci )   

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