domingo, 1 de dezembro de 2019

Eleições britânicas : o problema Jeremy Corbyn


                        

        Não é por acaso que o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, constitui um candidato tão fraco na competição com os conservadores, liderados por  Boris Johnson, que parece encaminhar-se para uma confortável vitória, com apreciável vantagem sobre o  Labour. Com efeito, apesar de terem subido nas pesquisas, os trabalhistas estão dez pontos atrás dos conservadores.

           Com efeito, apesar de a maioria ser contra o Brexit negociado por Boris Johnson, afigura-se como improvável o triunfo de Jeremy Corbyn, pela  sua insensibilidade ao antissemitismo prevalente no Partido Trabalhista.

            O próprio Richard Evans, especialista em história do nazismo, que, a principio anunciara o seu voto pró Corbyn, malgrado "o câncer do antissemitismo ter infectado o partido", acabou por voltar atrás, optando pelos tories.
   
          Os motivos que conduziram à mudança de opinião de Evans são:

              (a) em entrevista a Andrew Neil, da BBC, Corbyn se negou  por 4 vezes a pedir desculpas pela leniência com  o antissemitismo  no Labour, além de mentir sobre a adoção de critérios mais rígidos na investigação das acusações;

               (b)  em atitude inédita, o Rabino-chefe das sinagogas ortodoxas britânicas,  Ephraim Mirvis, condenou em artigo  no Times  a forma como a liderança trabalhista lida com a questão, a par de questionar a capacidade do líder Corbyn: "Quão cúmplice com o preconceito precisa ser um líder da oposição para estar inapto para o cargo?";

               (c) o advogado Anthony Julius, que defendeu a princesa Diana e a historiadora Deborah Lipstadtw, publicou no New Statesman uma carta aberta a Evans: "não é coincidência que o mais incapaz líder do partido Trabalhista seja também o único antissemita. Há provas contundentes de abuso contra judeus no Labour, de respostas hostis aos que denunciam o antissemitismo e da indicação de antissemitas a posições de poder. É assim que o período Corbyn será lembrado. É este seu legado ao partido."


( Fonte: O Estado de S.Paulo )

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