segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Dançando com Trump


                                   

        O New York Times de hoje, dois de dezembro, nos noticia algo que, se não surpreende, não deixa decerto sob boa luz quem se acredita estreito amigo do presidente americano. Andar junto com Trump, nesses tempos sacudidos pelas rajadas do impeachment - que está sendo servido ao presidente estadunidense em cuidadosas doses por Madam Speaker Nancy Pelosi - não se afigura decerto uma boa experiência.  Pois nesta segunda, o inefável Trump fez saber que os fazendeiros americanos estão sofrendo pela assim-chamada manipulação financeira supostamente realizada por Brasil e Argentina. 

         Nesses termos, Sua majestade comunica pelo Twitter : "Brasil e Argentina estão presidindo a maciça desvalorização de suas moedas, o que não é bom para nossos fazendeiros. Por conseguinte, com efeito imediato, Eu vou restaurar as tarifas em todo Aço e Alumínio que seja enviado por esses países para os Estados Unidos."
           O impeachment prossegue na Câmara de Representantes, que, por conta do eleitorado, tem hoje maioria democrata.  Por isso, despejando a sua raiva em quem antes pensava tê-lo como Amigo, que, no que ao Brasil concerne,  como se fora Júpiter despeja das nuvens mais raios lançados contra esses países que ousariam criar-lhe empecilhos, enraivecido por supostas cotações infladas desse aço e alumínio de que carecem seus alegados fazendeiros eleitores.

            A obsoleta guerra comercial, de súbito reinventada por Donald Trump, ela que jazia merecidamente esquecida nos escaninhos de empoeirados armazéns, volta pelo cruel capricho de um Zeus ora acossado por seus súditos democratas para o palco da História, em estranha reedição de antigos conflitos, a que o presidente americano, neste conturbado fim de reino, pensa ainda possam servir-lhe não mais contra a candidata China, mas desta feita lançada contra o Brasil, e seu novel presidente...
          
( Fonte:  The New York Times )

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