quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

O Pacote Moro Anticrime


                                 
       Uma semana após passar na Câmara, o pacote anticrime, que altera o Código Penal, a Lei de Execução Penal e outras normas de segurança pública, foi aprovado  ontem, onze de dezembro, pelo Senado Federal.

         O projeto chegará às mãos do Presidente Bolsonaro para sanção com um texto diferente de o que foi entregue pelo Ministro da Justiça,  Sérgio Moro, ao Congresso em fevereiro último, o que pode resultar em vetos do Presidente Bolsonaro.
           Os parlamentares mantiveram, entre outras, o aumento do tempo máximo de cumprimento de pena para casos de homicídio com arma de fogo de uso restrito e a atuação de Varas Criminais Colegiadas para julgar acusados  de integrar milícias. Sem embargo, o Congresso  retirou  pontos polêmicos, como o excludente de ilicitude (que muda o conceito de legítima defesa) e incluíram outros que desagradam Moro, como a figura do juiz de garantia.

             Pelo texto aprovado, o juiz de garantia seria um magistrado que fiscalizaria a legalidade das investigações e teria o poder de impedir possíveis excessos de parte do juiz que dá a sentença. Também poderia revogar medidas cautelares, como a prisão preventiva, instrumento fundamental de Moro para fazer a Lava-Jato avançar.

            Essa inovação do "juiz de garantia" enfraquece a autoridade judiciaria que prolata a sentença, e deve ser vetada, a pedido de Moro, pelo Presidente. Não me parece algo que vá reforçar a implementação da justiça mas criar divisão e, inclusive, enfraquecer a Lei.  Assinale-se que na Câmara parlamentares defensores da Lava-Jato, como os do PSL e do Novo, já tentaram em plenário retirar do pacote a criação desse novo tipo de magistrado.

( Fonte: O Globo )

Nenhum comentário: