terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Dória afasta 38 PMs envolvidos em Pairaisópolis


              
     O governador João Dória (PSDB) decidiu afastar todos os 38 policiais militares que participa-ram da ação no baile funk que acabou com nove mortes em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
       O pedido foi feito por familiares de vítimas em reunião no Palácio dos Bandeirantes, na noite desta segunda-feira, dia nove. Dória determinou ao secretário da Segurança Pública, general João Camilo Campos, que o pedido seja atendido.
        Seis PMs, dos trinta e oito agora anunciados, já tinham sido afastados dos serviços operacionais na última semana em razão da ação em Paraisópolis.

        "O afastamento é uma questão de respeito. Não vamos afastar seis se há 38 envolvidos", afirmou Maria Cristina Quirino, mãe de Denis Henrique, de 16 anos, morto no episódio.
        Parentes de vítimas e sobreviventes acusam os policiais de encurralarem os frequentadores do baile e depois agredi-los em vielas. Vídeos que circularam após as mortes mostram cenas de agressão da polícia e correria no local.
        PMs afirmam que perseguiam suspeitos em uma moto. Segundo a versão, eles teriam entrado  no baile e atirado contra policiais causando correria.
        Participaram do encontro também a Defensoria e a Procuradoria do Estado, além de secretários estaduais. Após a reunião com o governador Dória, os familiares das vítimas definiram as mortes como um massacre e afirmaram que houve erros na operação do começo ao fim.

        "Não há reparo  que apague a nossa dor. Eu tenho a certeza de que a abordagem dos policiais seria diferente se fosse em outra região da cidade", afirmou Fernanda dos Santos Garcia, irmã de Denis Franco, 16, também morto em Paraisópolis.

        Segundo a Folha apurou, a medida desagradou à parte da cúpula da PM, que acredita que a ação possa ter sido legítima, E que apenas uma investigação da Corregedoria pode afastar essa certeza.  O temor é que a decisão possa criminalizar os policiais antes do final das investigações.

          O afastamento dos PMs é outra mudança de posição de Dória. Na segunda (2), ele disse que não mudaria o modo de agir da polícia. (...) Três dias depois, Dória afirmou que estava chocado com um  vídeo que mostrou agressões de um policial a jovens em um baile funk, também em Paraisópolis, em outubro. Ele disse que os casos de violência praticada pelos policiais devem ser punidos."Isso é incompatível com o respeito à corporação. É uma circunstância inacreditável que a melhor polícia do Brasil utilize de violência ou de força desproporcional, sobretudo quando não há reação de agressão".

            A mudança também se deu após o ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmar que houve falhas graves no caso.
              Mais cedo, também nesta segunda, moradores de Paraisópolis se reuniram com cerca de vinte secretários estaduais e municipais, para cobrar um subprefeitura local e infraestrutura para o baile funk.

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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