sábado, 15 de dezembro de 2018

Outra vez a ALERJ


                                            
         O Ministério Público Federal ontem denunciou à Justiça 29 pessoas, entre as quais os dez deputados, presos na Operação Furna da Onça, mais uma vez o ex-governador Sérgio Cabral - que coleciona condenações - ex-secretários de Estado e gestores da cúpula do Detran - acusados de participarem em um esquema no Legislativo fluminense, que teria movimentado cerca de  R$ 75 milhões em propinas, por meio de loteamento de cargos e indicação de funcionários fantasma.
             Cabral é o caso extremo. Já condenado a 198 anos em outras ações penais (sobretudo na área da Lava Jato), o ex-governador também é acusado de ter repassado propina em troca de apoio dos deputados estaduais na votação de projetos de seu interesse.
             Esses vinte e nove são acusados de corrupção e organização criminosa. As penas de prisão previstas para tais crimes variam de dois a doze anos (corrupção) e de três  a oito anos (organização criminosa). O próprio Cabral, ao contrário de outras ações, que o puniam por corrupção passiva, desta vez inova, respondendo também por corrupção ativa...
               Dos R$ 75 milhões que teriam sido movimentados por meio de pagamento de propina, R$ 30 milhões teriam sido destinados ao então presidente da Alerj, Paulo Melo (MDB) e outros R$ 15 milhões a Jorge Picciani (MDB), que à época nem sequer mandato tinham. Os valores, contudo, não foram embolsados in totum pelos dois, segundo o MPF. Por exercerem influência sobre outros deputados, cabia à dupla fazer a distribuição do dinheiro desviado.
                 A operação Furna da Onça investigou esquemas de propinas mensais e 'prêmios' a deputados aliados.
                  Consoante o procurador Carlos Aguiar "esse loteamento de cargos persistiu mesmo depois da Administração Sérgio Cabral". E "a população ficou de joelhos."
                   Segundo os procuradores do M.P.F., deputados que participaram do esquema da Alerj tinham "direito" a indicar funcionários para agências do Detran e outros órgãos estaduais.
                    Nem todas as indicações de funcionários resultavam, todavia, no aumento de pessoal nesses órgãos ou mesmo nos gabinetes dos deputados. Há também indícios de que existiriam funcionários fantasmas.
                     "Se você pegar os cargos comissionados na Alerj, vai perceber como são inchados os gabinetes. Não vai caber todo mundo no mesmo espaço, se todos forem trabalhar no mesmo dia", segundo disse o Procurador. Além disso, há indícios de que existiriam  funcionários fantasmas.
                       Nesse contexto de transgressões, é  importante notar a participação do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
                       Os procuradores não quiseram confirmar se outros deputados estaduais  também possam estar comprometidos.
                        Parece ser o caso da investigação feita pelo Coaf no gabinete de deputado filho do Presidente eleito, hoje senador. que determinou a existência de depósitos na conta do agente Queiroz da PM, como de resto indicado alhures por este blog.


( Fonte: O Estado de S. Paulo  )

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