quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Dória já pensa no Planalto


                         
        O recente eleito governador de São Paulo, João Dória (PSDB) manifestamente pensa na sua progressão futura.
           A própria escolha de seu Secretariado já o indica. Não é uma lista usual para quem acaba de vencer dura luta para a respectiva eleição.
            Como assinala o Estadão,  Dória ampliou e nacionalizou seu arco partidário de alianças ao selecionar o primeiro escalão do governo de S. Paulo. Não é o secretariado necessariamente provinciano que ele reuniu como seu primeiro cartão de visitas, de quem anuncia, além da já conhecida ambição, as suas vistas em termos de influência no cenário não apenas circunscrito à Paulicéia, mas com indubitáveis fumaças nacionais.
             Dessarte, além de sua base, o PSDB,  o futuro secretariado reunirá  nomes do PSD, DEM, PP, PRB e MDB. Como se tal não bastasse, a conhecida ambição do novel governador, além das vinte pastas anunciadas, e outras duas secretarias-extraordinárias, seis delas serão ocupadas por ex-ministros do Governo Temer, entre eles, last but not least, Henrique Meirelles, anunciado ontem para dirigir a Fazenda estadual.
                Segundo sublinha a matéria do Estadão, as escolhas do novel Governador sinalizam a indicação de políticos de nomeada de outros Estados, que se não estariam familiarizados com as demandas paulistas, tem amplas condições de dar sustentação política ao ex-prefeito em uma vindoura eleição.
                 Se não teve condições políticas de suplantar a Alckmin como candidato nacional, não há doravante nenhum grande obstáculo no PSDB que o impeça de, fundado em boa administração na sua base paulistana, ambicionar no futuro o Planalto.
                   Assinala-se, por conseguinte, que o plano de disputar o Planalto permanece de pé.  E para tanto, as coordenadas se adaptam às novas exigências. Além de atrair nomes fortes de outros partidos, como Gilberto Kassab (presidente do PSD) e Meirelles (MDB) e ex-Ministro da Fazenda), o futuro Governador de S. Paulo segue aliado do entrante governo de Jair Bolsonaro (PSL).
                     Além dos nomes acima indicados, Dória mostra o propósito de tornar nacional o Secretariado paulista. Alexandre Baldy (PP) assumirá Transportes Metropolitanos com a função de comandar a expansão das linhas do Metrô. Domina agora a área da Mobilidade (assumiu o Ministério das Cidades).
                       Por sua vez, Rossieli Soares, que tem conexões com o DEM, e atual Ministro da Educação, vai assumir a mesma área em S. Paulo. Trará também o aporte de Vinicius Lummertz (Turismo) que vem de Goiás (como Meirelles) e Sérgio Sá Leitão (Cultura), que é do Rio de Janeiro.
                       O comportamento do ambicioso Dória não poderia desenhar um horizonte mais indicativo de suas ambições futuras. Sem esquecer grandes valores da Paulicéia, traz para a Saúde José Henrique Germann, com a respeitável bagagem de atuar nos grandes hospitais privados, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês.  Três tucanos apenas para esse gabinete respeitável: Marcos Vinholi, Célia Leão e Marcos Penido.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )         

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