terça-feira, 16 de abril de 2013

Terrorismo nos EUA

                                          
          A maratona de Boston, uma das competições de rua mais tradicionais nos Estados Unidos, já tinha praticamente terminado. Os principais competidores haviam passado pela meta, e agora se aprestavam a completar a prova corredores desgarrados, decerto cansados mas decididos a cumprir o respectivo objetivo. Para eles, o desafio não estava em quebrar records ou estar entre os primeiros. De certa forma, a sua participação estava em um contexto pessoal. Correr pelo prazer de correr e de cobrir ainda por cima distância considerável, a provar, mais para si do  que para outrem, a própria validade e resistência física.
          Ainda não há indicações precisas quanto à responsabilidade do atentado. O próprio Presidente Barack Obama, ao condenar a ocorrência, a par de comprometer-se a esclarecer os autores e responsáveis, optou por não dar maiores indicações.
          Apesar das três  mortes e da centena de feridos, os explosivos seriam de baixa potência, o que apontaria para  fabrico caseiro. Teriam sido colocados em lixeiras e pelo horário das explosões quase simultâneas atingiram, além de espectadores, os últimos do pelotão. Em poucos segundos de diferença, golpearam tanto os cordões de assistentes, quanto aqueles que correm  sem qualquer outra preocupação que a de mostrar-se capazes de superar uma distância histórica respeitável.
           Por estranha ironia, o ato demencial do terrorismo traz à lembrança o esforço do soldado Fidípides do ano de 490 a.C.  Para trazer a mensagem da vitória  ateniense em Maratona contra os persas, ele correria, segundo a tradição, os 42 km da distância da batalha,  diria apenas  vencemos e morreria  em seguida.
           O trauma do Onze de Setembro continua muito vivo nos Estados Unidos. Prova disto foi a confusão em Boston, a interrupção nas comunicações, seja devido ao próprio acúmulo, seja a suspeitas de cortes nos celulares, pelo temor de sua utilização em explosivos.
           Esquemas de segurança foram montados nas principais cidades americanas, numa resposta em cadeia a  ameaça ainda imprecisa e desconhecida.
           E através da aldeia global dos meios de comunicação, notadamente a televisão e a internet, a angústia se espalha, tão indefinida e amorfa quanto a sua ignota causa.

 

(Fontes:  O Globo, Rede Globo, Folha de S. Paulo)

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