terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Notícias direto do Front

                                                   
Diplomacia partidária

          O  que os militares não conseguiram em mais de vinte anos, o P.T. logrou implantar em termos de relações externas. Desde Lula da Silva há uma dicotomia diplomática: em termos de América Latina e, em especial, a América do Sul, o controle está com o assessor petista no Planalto, Marco Aurélio Garcia.
          A mudança não é pequena. Desde o império, a diplomacia brasileira se caracterizara por ser de Estado, livre portanto das contingências político-partidárias dos demais países sul-americanos. Daí a coerência e a seriedade que a caracterizou,  mutações e  incoerências das questões partidárias. E por isso igualmente o respeito que sempre grangeou, desde o Império, pelo estudo dos antecedentes e dos maços, e pautada pelos interesses permanentes do estado brasileiro, longe dos caprichos e das variações de outras chancelarias, deixadas ao leu pelas mutantes conveniências dos interesses de facção.
         Foi o que vimos em Itaipu, com ligeiras concessões ao parceiro paraguaio, sem a necessária atenção a interesses permanentes, que sobrelevam conveniências de ocasião. E a dança dos erros se repetiria com as apressadas sanções ao parceiro menor, implantadas em reuniões de altíssimo nível, que pensam prescindir do conhecimento dos maços e das questões.
        Agora, o assessor internacional do governo dílmico-petista, Marco Aurélio Garcia, nos vem com a observação de que, como Chávez foi reeleito, “não há descontinuidade” se ele não tomar posse agora. E como mudaram os tempos, está falado.
        A constituição venezuelana – que foi escrita pelos próprios partidários do coronel Hugo Chávez – tem uma outra leitura, que não interessa à facção chavista, enquanto se posiciona para tentar prorrogar o respectivo reinado.  Pois é bem de reinado que se trata, como refere Clóvis Rossi: ‘ prorrogar o mandato do presidente doente indefinidamente, como defendem os chavistas, é transformá-lo em rei.’
        Daí a defesa do absurdo adiamento por 180 dias. E junto com esse tipo de argumento, lá se vai o silêncio que poderia ser de ouro.


 O Secretário-designado da Defesa       

        Há tácito acordo na política estadunidense de que o Secretário de Defesa deva ser escolhido menos por conveniências partidárias do que de Estado, o que tende a trazer, para esse importante posto, políticos que sejam da oposição, ou que tenham trânsito nas duas bancadas. Com isso se enfatiza o interesse nacional prevalente.
        Deveria ser a rationale por trás da indicação do ex-Senador Chuck Hagel, que é republicano. No entanto, a reação que Barack Obama terá evitado com a designação para o Departamento de Estado do Senador John Kerry (Mass/D), ele agora enfrentará com Hagel.  Se ao ex-veterano no Vietnan não faltam títulos para a direção do Pentágono, ele terá de vencer a resistência de muitos ex-colegas no Senado para ser confirmado.
       Hagel pertence a esta espécie em processo de extinção – os republicanos moderados.  O radicalismo conservadorista se tornou na aparência a regra, com os resultados que vimos na última eleição. Um ex-moderado governador de estado, candidato à presidência, exposto a um vazamento em Boca Ratón perdeu a disputa pela Casa Branca, que julgava a seu alcance.  Agora o moderado Hagel terá de ‘explicar’ faltas contra o aliado (ou cliente) Israel, além de posturas negociadoras com o Irã, e alegadas resistências contra os gays nas forças armadas.
         Dada a sua eloquência oratória, não é tarefa impossível.

 
 O Aviso de um Prêmio Nobel

          Paul Krugman, com a autoridade do Nobel, volta a bater em tecla sua conhecida. Ao contrário de o que muitos pensam, a austeridade – o remédio preconizado pelo Banco Central Europeu e por tantos líderes da U.E. – não é a chave mágica para vencer a crise econômica.  Que a tese keynesiana venha a ser defendida por um papel de dois economistas do F.M.I. não é um simples detalhe. Como Olivier Blanchard, o principal economista do Fundo, não é um pesquisador comum, a tese tem sido entendida como um sinal de que o FMI vá proceder a um repensamento de política econômica.
           O problema é, segundo Krugman, que ainda muitos acreditam em cortes de despesa como remédio eficaz para a recessão econômica. Como assinala o colunista, o GOP se apresta a instrumentalizar a renegociação do teto da dívida fiscal – uma ação já ilegítima por si própria – para extorquir cortes de gastos no orçamento que tenderão a arrastar a economia americana de volta para a recessão.
          

 
( Fontes:  Folha de S. Paulo, O Globo, International Herald Tribune. )            

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