quarta-feira, 21 de março de 2012

Notícias do Front (12)

                                
Os altos e baixos nas primárias republicanas

       As pesquisas já indicavam vantagem para Mitt Romney na primária de Illinois. De acordo com os dados recolhidos em boca de urna, Romney teve 47% dos votos, contra 35% dados a Santorum. Por sua vez, a turma da rabeira ficou com 9% (Ron Paul) e 8% (Newt Gingrich).
      Enquanto o libertário Paul corre em faixa própria, sem ilusões quanto à qualquer chance de prevalecer na Convenção, a performance de Gingrich na campanha, se sublinha a sua crescente irrelevância no páreo para a nomination, prejudica o também conservador Rick Santorum, eis que força uma cisão no seu campo, o que claramente favorece o moderado Romney.
     Santorum terá ajudado o ex-governador de Massachusetts, pela série de gafes cometidas nesta semana (disse em Porto Rico que para ser estado da União americana, a maioria da população deve falar o inglês; e em Illinois, que não se importa com as taxas de desemprego). Sem embargo, este importante estado do meio-oeste (que é aquele do Presidente Barack Obama) repetiu na sua votação as características de estados similares, em que Romney prevaleceu.
     Ao contrário do sul, que é o calcanhar de Aquiles da postulação de Mitt Romney, as preferências para o líder dos pré-candidatos do GOP se fundaram em critérios já evidentes em disputas anteriores. Assim, sufragaram Romney: (a) mais de 50% dos votantes que consideram a economia a principal questão nesta eleição votou em  Romney; e ¾  dos 37% que privilegiam a capacidade de derrotar o presidente Obama como o primeiro requisito do candidato a ser designado na Convenção.
     O conservador Santorum conta com a próxima primária na Louisiana, para que se mantenha a tradição do apoio do Sul à sua candidatura. Se confirmada essa constante – assinale-se que o ex-Senador ganhou  no Illinois tanto na faixa dos operários, quanto nas áreas rurais e nos segmentos que se auto-definiram como muito conservaodres -  ficará mais uma vez exposta a fraqueza do moderado Mitt Romney na região sulista, que é considerada indispensável para alicerçar a vitória no cômputo dos votos eleitorais para qualquer candidato do GOP.


Os atentados em Toulouse


     Teria sido individuada a residência do motoqueiro que matara crianças e um adulto em escola hebraica. Cercado pela polícia, o morador – que estaria pesadamente armado – até agora se recusa a entregar-se.
    A letalidade da ultra-direita não pode ser subestimada, mesmo se reduzida, v.g., a um isolado pistoleiro, como no caso de Anders Behring Breivik, na Noruega.
    No caso da França – onde, no passado, houve ataques e dilapidações de cemitérios – o candidato centrista François Bayrou criticou o tom prevalente na campanha. A acusação se dirige sobretudo ao presidente Nicolas Sarkozy, que passou  a adotar uma tônica com ênfase em questões levantadas pela direita. Sarkozy tenta evitar a sangria de votos para a Frente Nacional de Marine Le Pen. Busca não ter a mesma sorte de Lionel Jospin, o socialista que – ao tolamente incentivar a pluralidade da esquerda na votação no turno inicial - fora suplantado pelo candidato da Frente nesse primeiro turno, proporcionando a Jacques Chirac a sua fácil reeleição, na rodada decisiva contra o então porta-estandarte da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, em 2002.
       Enquanto François Hollande mantém a liderança para o primeiro turno, o segundo lugar deverá assegurar a disputa no turno final, a seis de maio. O comentário de Bayrou motivou investida dos partidários de Sarkozy, notadamente com a intervenção de Alain Juppé, um antigo Primeiro Ministro, e presente Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em discurso, Juppé acusou Bayrou de querer tirar ganho político dos assassínios: ‘O que é positivo para  a classe política francesa é que até agora ela tem reagido com dignidade, em espírito de unidade nacional. Não procuremos, portanto, juntar o nojento com o horripilante, e não tentemos tirar proveito de tal situação.’


A convocação de Ahmadinejad pelo Parlamento iraniano


      O primeiro presidente a fazê-lo em toda a história da república islâmica no Irã, Mahmoud Ahmadinejad compareceu ao Parlamento para responder a um questionário que lhe tinha sido colocado anteriormente.
      A presença de Ahmadinejad no Majlis corresponde a dois fatores principais: (a) o crescente distanciamento do Presidente, em fim de mandato, do Lider Supremo Ali Khamenei; e b) a pesada maioria conservadora, pró-Khamenei, que compõe essa Assembléia.
     Na democracia guiada de Teerã, o Parlamento não reflete a vontade da sociedade. A representação existente, na verdade, é a resultante de cuidadosa triagem por meio dos órgãos controlados pelo Ayatollah Khamenei, que expurgam aqueles suspeitos de desvios para a moderação, ou eventual proximidade com o Presidente.    
    A própria atitude de Ahmadinejad durante o questionamento – em que suas respostas beiraram a zombaria ou o menosprezo quanto aos quesitos colocados pelos deputados – evidenciou a amplitude do fosso existente entre os dois principais dirigentes iranianos.
    Afrontados pelo Presidente, muitos deputados não descartaram a possibilidade de um procedimento de impeachment. No entanto, achando-se Ahmadinejad em fim de mandato (foi fraudulentamente reeleito em 2008), não interessaria, em princípio, a Ali Khamenei e seu grupo aprofundar o dissídio com a abertura de um lacerante processo político.



( Fontes:  CNN, International Herald Tribune, Folha de S. Paulo )

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