sábado, 30 de junho de 2018

Colcha de Retalhos F 30


                             

               Adiós,  muchachos!
        
          A França continua viva na Copa de Rússia.  Com aquela mesma eficiência de que já sentimos os efeitos no passado, a seleção gaulesa superou a Argentina de Messi, por  4 x 3.
          
          Uruguai x Portugal

       A Celeste não  havia tomado gols até hoje, quando cedeu um tento para a esquadra lusa. Cristiano Ronaldo, a despeito de todo o oba-oba a respeito do centro-avante do Real Madrid, esteve meio apagado. Aliás, depois de seu início esfuziante contra a Espanha,  Cristiano Ronaldo parecia uma sombra de o que foi no início do torneio.
       Nessa partida, "atuou" também o já discutido árbitro mexicano, César Ramos. A torcida brasileira se recordará que ele se recusou a consultar o chamado árbitro digital, e a sua decisão não favoreceu decerto o Brasil em nosso jogo com a  Suiça.

         Hoje, ele voltou a atuar de forma equívoca, recusando-se a consultar - com têm feito todos os demais árbitros - o árbitro digital, com o que, para revolta dos jogadores lusos, inclusive de Cristiano Ronaldo, que lhe disse muitas e boas (como se depreende pelas imagens televisadas) ele decerto deixou uma sombra sobre a vitória do Uruguai, ao negar-se a apitar um penalty contra o Uruguai.

          Não sei qual é a desse senhor, mas se a Fifa serve para algo ele deveria ser afastado do quadro de árbitros atuantes nessa Copa.

( Fonte: Rede Globo )

sexta-feira, 29 de junho de 2018

O que acontece com o Rio ?


                                  

        Assistir ao tele-jornal relativo a esta cidade, não é ocupação das mais agradáveis.
       As tevês e os jornais falam do recrudescimento da violência. Quando empregada, em geral se reporta aos tiroteios causados por bandidos, às balas perdidas, aos choques entre polícia e bandidos.
       A área da cidade referida é a antiga Zona Norte. Mas a atividade da bandidagem continua grande, e um estranho que passasse por aqui,  ficaria surpreso se lhe dissessem que a cidade está sob intervenção.
       Agora, o exército semelha mais discreto. A que está muito ativa, segundo os tele-jornais, é a bandidagem.
       O carioca, por sua vez, vem mudando os próprios hábitos. Como o poder do tráfico semelha ter crescido bastante, vai longe o tempo em que a favela se tornara uma extensão de outros bairros.
       No oba-oba da chamada absorção da cidade pela favela - ou vice-versa -, máxime na época das UPPs, muitas favelas surgiam como extensões da cidade, e as tele-novelas refletiam esse desenvolvimento.
       A Rocinha era uma parada no turismo, mas isto foi mudando com o visível crescimento do tráfico, a presença dos tiroteios, assim como a morte de turistas, atingidos por balas de fuzil. Recordo-me da turista europeia que queria, porque queria visitar a romântica Rocinha. Passeou de carro, mas isto não a salvou de um tiro nas costas.
        Há um tele-jornal local da Globo em que essa 'nova' realidade da delinquência vai reaparecendo. É uma presença decerto incômoda, que inquieta os bairros vizinhos pela evidente repetição dos tiroteios e das mortes (causas: invasão, muitas vezes involuntária da área do tráfico e a consequente forte reação dos bandidos entrincheirados).
          Aquilo que a imprensa televisiva chama a violência seria a responsável pela redução na Zona Sul das saídas noturnas. O carioca sai menos e prefere as tardes do fim de semana para sentar-se nos bares e pôr a conversa para rolar.
           Já a Zona Norte é uma espécie de espaço para a bala perdida. Os tiroteios são tão comuns que as pessoas morrem sem saber quem as matou.
            Outra coisa que vem ocorrendo com inquietante insistência são as mortes dos P.M.s (policiais militares), com macabra estatística desses policiais mortos a cada ano. Elas acontecem, em geral, na Zona Norte e podem ser resultado de tiroteios com bandidos, mas também - o que é mais inquietante - eles são visados pelo tráfico e a bandidagem, havendo uma macabra estatística anual dos PMs mortos.

             A Cidade Maravilhosa assistiu faz pouco um escolar, menino ainda, ser alvejado por policiais, de um carro blindado. O garoto só queria ir à escola, e a sua mãe ainda o encontrou vivo na UPA (unidade de pronto atendimento médico). O Prefeito Crivella abriu os salões da prefeitura para o enterro do menino. Ele era da favela da Maré.

              Creio que o blog - e faz um pouco de tempo - já noticiou sobre o bebê que foi alvejado na Favela do Lixão. Ele estava no ventre de sua mãe quase  por nascer. Infelizmente, no entanto, ele morreu, malgrado todo o esforço médico-cirúrgico que foi devotado à mãe e ao bebê, nascituro que entrou o pobrezinho para a macabra estatística  das chamadas balas perdidas - que na verdade não são exatamente perdidas, porque saem das armas de PMs e bandidos. Essas balas, elas não existiam quando vim para cá, menino ainda.  Tampouco elas me parecem perdidas. São balas que saem de revólveres, pistolas, espingardas, fuzis, etc.  Não seria correto chamá-las um acompanhamento musical de uma antiga cidade alegre,  que uma cançoneta ingênua chamou de Cidade Maravilhosa.

                 Não sei o que aconteceu com essa Cidade. A gente carioca é teimosa, e ainda brinca no Carnaval. Pode ser que me engane, mas ouço falar muito de violência e tenho medo que essa Cidade estertore por algum canto ou beco esquecido.
                 Os prefeitos continuam otimistas, mas essa é a sua função.
                  O Rio pode estar em articulo mortis, e nós ainda não sabemos. A cada dia, ele vai perdendo alguma coisa. Como a turista argentina que teimou em curtir a noite na praia de Copacabana, só para ser morta a facadas por pivetes.

                   Lembro-me da foto do Walt Disney, sorridente, com os cotovelos nas areias de Copacabana, já talvez pensando no Zé Carioca.

                  Mas ora direis, muito tempo já passou, a praia foi aumentada por firma portuguesa com certeza, há duas pistas na Atlântica, mas por onde anda a Princezinha do Mar ?

( Fonte:  vivência )  

Será Helsinque a sede da Cúpula


                                            

         Segundo informou o Kremlin, o encontro entre os presidentes Trump e Putin será no próximo dia dezesseis, na Finlândia, em Helsinque. 
       Consoante se assinala, a reunião é uma tentativa de reaquecer relações que passam por um período difícil, a ponto de ter-se presente como ponto de comparação a Guerra Fria. 
        Aumentou nos últimos anos a lista de pontos de divergência entre as duas potências, com o apoio de Moscou ao governo sírio de Bashar al-Assad, assim como a anexação da Crimeia e a chamada insurreição pró-Moscou no Leste da Ucrânia.
         Quanto à Crimeia, que motivou inclusive uma Resolução da AGNU, essa anexação já foi inclusive ratificada por um voto do Senado Russo.  Por conta dessa tomada de uma região há muito tempo sob soberania da Ucrânia, a Rússia está submetida a sanções. No que tange à pretensa insurreição pró-Moscou das províncias do Leste da Ucrânia, o noticiário é escasso, e as reuniões entre Putin e países ocidentais como RFA, não surtiram efeito até hoje. A ingerência de Moscou semelha óbvia, mas Trump será a pessoa adequada a fazer com que gospodin Putin desista dessa incursão na Ucrânia oriental ?
          Há também a tentativa de envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal...
        Quanto à ingerência no processo político americano, Trump já tuitou que "a Rússia continua dizendo que não teve nada a ver com a dita ingerência nas eleições americanas"...

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Estúpida crueldade


                                   

        A idéia parece ter sido do Secretário de Justiça  Jeff Sessions, mas foi perfilhada con gusto  pelo Presidente Donald Trump.
          Na verdade, como o título acima semelha refletir com a esperada força, dentro da tese fascistóide de tornar mais malvado o tratamento dispensado aos imigrantes clandestinos na sua tentativa de ingressar no Eden estadunidense, Trump assentiu em tornar ainda mais mesquinho e cruel o tratamento dado aos infelizes que fossem colhidos pelo que os hispano-americanos chamam de migra , que é o órgão encarregado de barrar ou capturar os imigrantes ilegais (daí a palavra migra), quando de seu ingresso clandestino no paraíso americano.
          Dentro da visão distorcida da chamada tolerância zero,  Trump acolheu a incrível maldade de separar  pais de filhos, o que, no seu entender, representaria  ulterior desencorajamento aos infelizes que buscam melhorar as próprias vidas ingressando no suposto paraíso.
         Se essa cruel iniciativa - por sua falta de qualquer resquício de sentimento humano e  de respeito às crianças inocentes  - se iguala em sadismo de grande potencial maléfico, ao separar de forma brutal os filhos de seus genitores, enviando esses a prisões em estados americanos, e as crianças a instituições "dedicadas"  aos menores de idade, com todas as possibilidades maléficas que tal afastamento possa causar em meninos e meninas lançados a tantas formas de maldade, como estão congregadas nesses tenebrosos estabelecimentos que agrupam infância e juventude.
         Mesmo sob o domínio do GOP, e da reconhecida falta de humanidade desses institutos, a reação da opinião pública foi muito forte, a ponto de obrigar o governo Trump a voltar atrás desta ideia perniciosa  Sem embargo, como se verifica na foto de primeira página do Estado de S. Paulo, mesmo  o carinho materno encontra dificuldade para apagar as marcas da súbita, inopinada malignidade  - a par do trauma de uma realidade hostil que toma de surpresa a mente da criança, habituada às ternas atenções da própria mãe.
           Quantas crianças inocentes ficaram  traumatizadas pela ideia estúpida dessa Administração Trump, que tipifica a boçal indiferença ao ser humano que tenha a infelicidade de ter outra nacionalidade. Talvez seria interessante penetrar na mente desses imbecilóides que se adequam perfeitamente aos traços prevalentes em seu presidente...
           A única coisa lamentável é o sofrimento que tal ideia terá trazido a tantos inocentes como o menino da foto do Estadão. Apesar de nos braços carinhosos da genitora, a sua expressão guarda ainda um pouco do traumático desespero que esse estúpido exercício de sadismo puro terá introjetado na sua tenra mente.
           É  difícil subestimar a capacidade  da burrice e de desumano semvergonhismo da Administração Trump!

( Fonte: O Estado de S. Paulo )             

Fachin envia caso Lula ao plenário


                                  

         O ministro Edson Fachin decidiu enviar o pedido dos advogados do ex-presidente  Lula da Silva ao plenário do Supremo. Interpretou-se que a razão de tal iniciativa pelo ministro Fachin, sem aguardar o parecer da Procuradoria-Geral da República, tinha um dúplice escopo: evitar mais uma derrota na 2ª Turma do tribunal, mas também  liberar para o devido julgamento pelos membros do Supremo do recurso interposto pelos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
  
       Nesse sentido, ficará para o plenum do Supremo a análise do pedido de suspensão pela Corte dos efeitos de sua condenação, como prisão e inelegibilidade.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Cúpula Trump - Putin


                                              
           O  Presidente Vladimir Putin recebeu em Moscou o Assessor de Trump, de Segurança Nacional, John Bolton, que no passado, mesmo em Administrações do GOP, nunca ocupara posições de relevo.
          Nesse sentido, para preparar uma reunião entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Bolton entrevistou-se com o seu homólogo do Kremlin, Yuri Ushakov.
           Este último disse que a "reunião será realizada em um terceiro país. Muito prático tanto para a Rússia, quanto para os Estados Unidos da América."
            Paradoxalmente, a despeito dos laços inegáveis entre Donald Trump e Vladimir Putin, as relações entre as duas potências estão tensas por causa da guerra na Síria, a crise ucraniana e acusações de interferência russa na eleição americana de 2016.
            Por isso, a despeito da proximidade pessoal dos dois líderes, o presidente russo lamenta que "infelizmente as relações russo-americanas não estão em seu melhor nível" e considera que "é em grande parte o resultado da dura luta política interna nos Estados Unidos"(sic). Ainda na mesma linha, gospodin Putin acrescenta: "A Rússia nunca quis o confronto", e acrescentou que quer restaurar "relações plenas, com base na igualdade e no respeito mútuo".
            A esse respeito, respondeu o Assessor Bolton: "Espero que possamos, como nas negociações com seus colegas, discutir a possibilidade de melhorar a cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos". E aduziu: "No passado, quando nossos países tinham suas diferenças, nossos líderes e seus conselheiros se reuniam e creio que será benefício para ambos os países e para a estabilidade mundial".

           Putin, que é atualmente o anfitrião da Copa do Mundo de futebol, congratulou os Estados Unidos por terem conseguido, juntamente com México e Canadá, a organização da competição de 2026. Nesse contexto, prometeu compartilhar a experiência havida com a Copa com os três países.
             A cúpula entre Putin e Trump poderá incluir, segundo Ushakov, uma reunião,  almoço de trabalho,  entrevista coletiva conjunta e publicação de  "declaração comum que possa indicar as próximas fases para melhorar as relações bilaterais".
                Parece óbvio que o encontro em tela será acompanhado detidamente, máxime no que concerne às acusações de interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 , algo que Moscou nega.
                A reunião de cúpula em apreço será realizada em um terceiro país. Ainda não foi determinada a referida localização, sendo citadas Bruxelas, Helsinque e Viena como possíveis locais  para a aludida cimeira.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )           

Conservadorismo deve crescer na Suprema Corte


                              
        Infelizmente, o poder do republicano Trump tenderá a crescer mais com a oportunidade de colocar mais um "conservador" no Supremo.
          É sabido que o Presidente Barack Obama, com a súbita vacância de Scalia, tencionara designar um juiz liberal de alto nível para o Supremo. Como os republicanos dominavam - e dominam - o Senado, o líder da maioria arranhou a Constituição americana ao negar-se a sequer receber o candidato de Obama, o Juiz Merrick Garland.

          Agora, o presidente Trump colhe os frutos dessa "anti-política", pois poderá indicar outro ultra-conservador, diante da oportunidade oferecida pela aposentadoria voluntária do juiz Anthony Kennedy.  Indicado por Ronald Reagan, Kennedy permaneceu cerca de trinta anos no Supremo,onde ele terá atuado - ainda que com viés conservador - como um ponto de ligação com a progressão do direito para adequar-se à modernidade.
          Essa relativa flexibilidade da Corte tenderá a mudar, se Trump seguir a mesma linha anterior, em que tem favorecido o lado mais conservador e, por conseguinte, menos aberto à evolução do direito em relação à modernidade.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Mal-estar no Supremo


                              
          Na verdade, o mal-estar referido acima se reporta à Segunda Turma, em que os ministros próximos ao PT são maioria, dada a circunstância de essa Turma ter cinco membros e bastam três, portanto, para  se obter o controle.
          É o caso de Lewandowski, Toffoli e do livre atirador Gilmar Mendes. As últimas votações, com a libertação v.g. de José Dirceu, transmitiram essa impressão, mas ela pode ser enganosa, se a votação for para o pleno.
          De toda maneira, tem havido uma exploração na imprensa que pode ser excessiva, se tomarmos o STF na sua totalidade. Não creio que o relator da Lava-Jato, o Ministro Edson Fachin, esteja em minoria dentre os onze membros do STF, máxime no que tange a uma decretação da libertação do ex-presidente Lula.
             Como se sabe, o Ministro Fachin decidiu monocraticamente arquivar pedido formulado pela defesa de Lula quanto à sua libertação.
              A respeito da orientação do Supremo, como os seus membros permanecem os mesmos, a presidência de Toffoli pode trazer modificações adjetivas, máxime no que tange à pauta - e sem querer cair em contradição, lembrar que o adjetivo pode afetar o substantivo...
               Por sua vez, não se deve esquecer que Toffoli indo para a presidência, deverá ensejar que a sua antecessora Cármen Lúcia vá para a Segunda Turma, contribuindo assim, mesmo que indiretamente, para reforçar a posição do Ministro Fachin.  

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Alemanha, Kaputt !


                                              

        Muita vez a sorte é madrasta com os favoritos. Desta feita, aconteceu com a Alemanha, que chegara à Copa do Mundo com esse dúbio status, que é consequência do retrospecto e da resultante fama.
        Que tal é enganoso, não há exemplo mais escrachante do que o 7 a 1, aplicado nas Minas Gerais pela seleção de Joachim Loew ao scratch do Brasil.
         Recordo-me da expressão petrificada do técnico Felipão, à medida que os gols se íam amontoando contra o Brasil. Naquela oportunidade, a Alemanha aplicou a mesma tática que esmagara a equipe portuguesa. Vagas sucessivas de jogadores se despejam na grande área, e se cria sensação falsa, mas inelutável de que força mais alta e irresistível se alevanta.

       Nada como um dia depois do outro, de preferência com anos de permeio.
       Designada como a grande favorita da Copa da Rússia, lá está a esperá-la a seleção do México, que não exibe decerto um passado de campeonatos mundiais vencidos  pelos defensores do auriverde pendão, mas que primam pela garra, disposição e habilidade.
       Nessa corrida de resistência, que é a Copa, os astecas superaram os guerreiros germânicos, para surpresa de não poucos. E aquele um a zero seria o aviso de que algo não ía tão bem nas fileiras do esquadrão temível da Copa do Brasil.
       As  grandes derrotas terminam em geral em cabulosos espetáculos, como foi a patética derrocada do esquadrão do mesmo Herr Mueller diante da modesta Coreia do Sul, por dois a zero.
         Ao contrário da empáfia, o melhor suporte de uma equipe será o respeito pelo adversário e o empenho na luta neste traiçoeiro esporte bretão.

         Ainda não está escrito quem será o vencedor da Copa da Rússia.
      
         O já ganhou, mais do que adversário, é o mais insidioso algoz das grandes equipes.
         Que continuemos a batalhar, amparados na mestria, mas também na seriedade de nossa equipe, na esperança que de que a volúvel  deusa Túxe  nos ajude, dentro de toda a  sua própria imprevisibilidade.
         Não há já ganhou, no velho football association.  Escarmentados pelo Maracanã de dezesseis de julho de 1950, para nós cabe continuar acreditando, sem nunca desmerecer dos adversários. Pois aí, no temível já ganhou, é que mora o perigo!
         
         Entrementes, bola pra frente, e que Deus esteja com a gente!



( Fontes: Rede Globo e a vivida experiência. )

quarta-feira, 27 de junho de 2018

O Brexit é marcado para 29.III.2019


                    
       Com a mesma segurança dos lemingues, o Parlamento do Reino Unido decidiu data e hora para consumar o Brexit. Após o irrelevante ritual do consentimento da Rainha (Sua Majestade não pode negar resoluções do Parlamento), o Reino Unido deixará de fazer parte da União Europeia às 23 horas de 29 de março de 2019.

       Dessarte, o Brexit, que surgira na cabeça do Primeiro Ministro David Cameron para evitar votação sobre questão menor, e dessarte Sua Excelência escolheu o mal maior. E por isso, em resultado do referendo preparado às pressas, em dias de verão, animado pela segurança de que não seria para valer, o Brexit se tornará para os súditos de Sua Majestade - honni soit qui mal y pense! - a realidade oficial  às 23 horas de 29 de março de 2019, e muito apropriadamente numa sexta-feira.

        E não nos esqueçamos  de Jo Cox, jovem deputada trabalhista, corajosa opositora do Brexit, cujos ideais foram covardemente ceifados por um mentecapto, em  cruel capricho de uma cachola  confusa?

( Fonte: Theresa May )

O Vice Mike Pence visita o Brasil


                     
       Em agosto do ano passado, o Vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence  teve um roteiro organizado na América Latina. Visitou então a Argentina, Chile, Colômbia e Panamá. O Brasil foi excluído daquela viagem.
       Durante a presente visita do Vice americano, que foi recebido pelo Presidente Michel Temer, um dos principais temas foi o das crianças brasileiras que foram enviadas a abrigos nos Estados Unidos, separadas dos genitores, que foram detidos  pela norma de Tolerância zero baixada por Donald Trump.
       Dada a péssima recepção dessa draconiana disposição - sobretudo no que concerne à inumana separação das crianças de seus pais - houve um certo recuo da Administração Trump, sobretudo no que tange ao cruel tratamento das crianças. Em conseguinte, em função da reação nos States, a questão registra algum avanço.
       O presidente Temer se mostrou aberto à ideia de que se envie uma aeronave brasileira para trazer de volta ao Brasil as crianças. Sem embargo, há diversos problemas conexos, que levaram o Palácio do Planalto a postergar a iniciativa.
       Diante do levantamento feito pelos Consulados brasileiros nos EUA - segundo alta oficial brasileira nos Estados Unidos não há dados oficiais sobre quem são as crianças, nem onde se encontram - haveria 51 menores brasileiros.  

Venezuela - regime Maduro.

         Seria previsível que a Venezuela de Nicolás Maduro constituísse  um tópico relevante nas conversações  do Vice com o Presidente Temer e o Ministro Aloysio Nunes. 
          A esse respeito, o Ministro do Exterior do Brasil  disse que "o Brasil não aceita sanções.  Para nós, o tema  da Venezuela está colocado  onde deveria, na OEA." E acrescentou: "Nós somos contra decisões unilaterais."
           A descrição feita pelo Vice americano sobre a questão Venezuela é de uma "ditadura brutal" que colocou o país "em colapso" e espalha efeitos em toda a região, entre eles o "maior êxodo da história do Hemisfério", com dois milhões de homens e mulheres deixando o país.
            Nesse sentido,  Mike Pence acrescentou: " Como o Presidente Trump deixou claro, os EUA não serão meros observadores da situação".
            Nesse contexto, o Vice-Presidente americano ressaltou a liderança do Brasil na região, a iniciativa de suspender a Venezuela do Mercosul, a atuação do Governo Temer no Grupo de Lima, e a aliança firmada neste mês para iniciar o processo de suspensão da Venezuela da OEA, Pence encareceu ao Brasil que adote mais medidas para isolar o regime de Maduro.
            "Chegou a hora de agir com mais firmeza", declarou, estendendo sua solicitação a outros países da região.  E nesse sentido colocou o próprio Governo como um "parceiro firme" na iniciativa. Pence agradeceu o "apoio" dado pelo Brasil  às sanções adotadas pelos Estados Unidos e elogiou as recentes medidas adotadas na União Européia contra Caracas.
            A esse propósito, observou o Chanceler Aloysio Nunes: "Eles têm posição muito firme e não coincide exatamente com a nossa." Nesse contexto, o  Ministro das Relações Exteriores garantiu que o governo brasileiro vai "até onde quiser ir."
           Na data hodierna, Pence visita  abrigo para refugiados  venezuelanos em Manaus.  O Vice-presidente anunciou ontem, 26 de junho corrente,  um aporte adicional de US$ 10 milhões para programas de apoio a esses migrantes, dos quais US$ 1,2 milhão será destinado ao Brasil.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Brasil 2 x Sérvia 0


                                   

         Criança ainda, em 1950, assisti no Maracanã,  repleto de andaimes, com meu tio Toninho,  a partida entre o Brasil e a Iugoslávia, que era a "antepassada" da atual Sérvia, embora tivesse potencial humano bem superior, pois congregava também a Croácia e se não me engano, o Montenegro.
          E não é que aquele jogo terminou também com Brasil dois a zero sobre o time iugoslavo?  O primeiro gol foi de Ademir, de sem pulo, que vi muito bem da arquibancada, mas o segundo não sei nem quem marcou, pois foi no segundo tempo, e o meu tio decidiu sair no intervalo do primeiro tempo, para a compreensível irritação do seu sobrinho, que não viu razão porque sair antes do tempo...
          Senti evolução em nosso time, que soube controlar já no primeiro tempo, as bolas altas na área, que muitos temiam pela maior altura dos sérvios.
           Vejo o futebol de Coutinho com grande prazer. Além do gol que marcou na primeira partida, um espetáculo de feitura técnica, Coutinho tem sido a grande surpresa desta Copa, não só pela  qualidade técnica, mas sobretudo pela sua presença maior na seleção, enfiando bolas de tirar o chapéu. Coutinho é, por ora, a grande surpresa do esquadrão verde-amarelo. 
            Neymar, havido como o craque do escrete,  não me parece ter por ora  a relevância de Coutinho. Mas sendo Neymar,  qualquer previsão que se aventure além dessa fase, corre o risco de ser desmentida pelo brilho do camisa dez da seleção.
             A atuação de hoje sem oba-oba nos recordou a toada do Campeão voltou...  Mas aí é que mora o perigo. A máscara germânica se partiu e ei-los de volta para as margens do Reno. Temos de ficar de olho na turma uruguaia, porque estão indo muito bem.
              Lenços brancos e lágrimas de crocodilo para o scratch alemão, que chegou pensando abafar, e deu no que deu...

( Fonte: Rede Globo )

terça-feira, 26 de junho de 2018

A Paz na Palestina, segundo Kushner...


                    

        Parece humor negro.     Em viagem pelo Oriente Médio, Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, fala à imprensa. Em entrevista ao jornal palestino Al Quds, o também conselheiro do presidente Trump, reafirmou a vontade estadunidense de relançar o processo de paz, com ou sem os palestinos.
         Nesse sentido, Kushner questionou a vontade do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, de fazer concessões para um acordo de paz com Israel.
         E na mesma linha de não-diplomacia, Kushner reafirma a vontade dos Estados Unidos de relançarem o processo de paz, sempre com ou sem os palestinos. Note-se, por oportuno, que o presidente Trump deixou a cargo de Kushner a formulação de um plano de paz para alcançar um acordo entre Israel e os palestinos (sic).
         Ao completar cinquenta anos de diplomacia já faz algum tempo, nunca tive a oportunidade de encontrar alguém do nível e da abertura de Kushner...
         Anuncia a vontade da superpotência de relançar o processo de paz, com ou sem os palestinos. De saída, portanto, Kushner preconiza um acordo de paz de que os representantes palestinos não precisam, na verdade, participar...
         Por outro lado, além dessa brilhante fórmula de iniciar negociação de um acordo - do qual uma das partes não carece participar - Kushner para completar o clima que presidiria a tal "tratado", ele questiona a vontade do Presidente Abbas de fazer concessões  a Israel...
         Nesse ponto, creio que Kushner não está assim tão fora do compasso. Pois nessa matéria, com a sucessão de abusos e privação de direitos de que sofre a Palestina, as concessões e muitas cabem a Israel, se o gabinete Netanyahu tem realmente algum interesse em criar atmosfera conducente à Paz (assim, com p maiúsculo).

(Fonte: O Estado de S. Paulo )   

Fachin derrotado na 2ª Turma ?


                                  
        Com a sua próxima saída da Presidência do Supremo, depois de uma digna e respeitável gestão, a Ministra Cármen Lúcia volta ao lugar reservado aos demais juízes.  Será, no entanto, importante determinar em que turma deverá ela ingressar.
         Seria de todo interesse que Cármen Lúcia assumisse o posto de Dias Toffoli na Segunda Turma. Como ela já lá esteve, semelha muito provável que volte para a Segunda Turma, onde a sua presença é de todo necessária, imprescindível mesmo.
         Essa turma, com a presença de Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes (além do citado Toffoli) já explica as numerosas derrotas infligidas à Lava Jato, e por conseguinte a seu Relator, o Ministro Edson Fachin.
         É uma pena que um profissional do Direito, da seriedade do Ministro Fachin, tenha as suas posições refutadas pela 'maioria' na Segunda Turma. A última 'derrota' sofrida pelo ministro encarregado da pasta da Lava Jato - tão cara ao Povo brasileiro - na verdade, é apenas um sintoma da crise da Lava Jato, em votos negativos às teses defendidas pela maioria popular que foram aplicados por Ministros próximos ao PT como Lewandowski e Dias Toffoli. Já Gilmar Mendes, se tem  arrostado juízos desfavoráveis, manifestado até nas ruas de Lisboa, tem posição variável no que tange ao PT e seus representantes.
          Com a elevação de Dias Toffoli para a presidência, enfrenta Sua Excelência uma árdua prova, no inevitável e inelutável cotejo e, por conseguinte, comparação com a brilhante e digna presença de Cármen Lúcia na Presidência do Supremo Tribunal Federal, em que sempre se mostrou muito afinada e consciente no que tange ao sentir do Povo Brasileiro, que não está apenas no Preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil.
          Que se vá sentir falta da Ministra Cármen Lúcia, enquanto Presidente, semelha difícil de evitar. Se, no entanto, Dias Tóffoli se mostrar à altura da antecessora, não se lhe negará decerto o cumprimento.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Merkel e o desafio da Imigração


                        

        Dadas as divisões na União Europeia, o desafio enfrentado pela Chanceler Ângela Merkel não semelha de fácil solução, como a boa disposição de Emmanuel Macron parecia fazer antecipar.
         Depois do 'ultimatum' do líder da União Cristã Social, Herr Horst Seehofer, que é ministro do Interior no presente gabinete alemão - a CSU é partido estreitamente associado à CDU, a ponto de ser com ela confundido, a Merkel tem de achar uma solução de compromisso para a questão imigratória. A eventual saída da CSU do gabinete alemão levaria à derrocada da atual coalizão alemã, presidida pela Chanceler.  Tudo está evidentemente ligado ao desafio colocado pelos neo-nazistas da AfD (Alternativa para a Alemanha) na Baviera, que põe em sério risco a supremacia da  dita CSU, partido irmão da CDU, que fazem da imigração seu cavalo de batalha.
          Nesse contexto, o gesto generoso (e de muita coragem política) da Merkel, ao admitir há coisa de ano e meio atrás, a vaga de cerca de um milhão de refugiados da guerra civil na Síria, agora está funcionando como um ajudante dos neo-nazistas, pelas dificuldades surgidas em lidar com esse número de pessoas. A recusa ao estrangeiro tem sido superada pela administração alemã e pela própria sociedade, mas não há negar que lidar com tal fluxo manifesta a coragem da Chanceler Merkel, mas as dificuldades de adaptação de um número considerável representa um grande desafio. Não obstante, os preconceitos permanecem e a absorção dos alienígenas será sempre um exercício difícil, se levarmos em conta os números e a falta da indispensável triagem, que tem sido gradualmente corrigida.
         Tudo isso levado em conta, diante das posturas fascistas do regime húngaro e das absorções homeopáticas por muitos países europeus que se proclamam liberais, o caminho seguido pela Merkel, pelos seus traços humanos, é dificilmente contestável se a transparência caracterizar a respectiva discussão. No entanto, na urna eleitoral não tem prevalecido tal sentimento humanitário, e é por isso que em tantos países os quais se jactam de seu liberalismo social, a determinação da Merkel  não é um traço muito encontradiço em termos de efetiva acolhida.
         Uma coisa é a reação diante da foto do menino Alan Kurdi, de cerca de três anos, morto afogado em praia do mar Jônico (Mediterrâneo Oriental) que comoveu o Ocidente e adjacências. Outra e bem diferente para o cidadão comum das sociedades europeias, a de conviver com populações de refugiados em que se acha, como em verdadeiro cadinho humano, todo tipo de etnia, em geral com farrapos como vestimenta e a aparência que espelha amiúde o cruel peso dos padecimentos sofridos. A Guerra Civil Síria, é objeto de meu blog de 22 de fevereiro de 2018, e a imagem desse menino é testemunho da crueldade dos que se crêem poderosos.
        Mas voltemos ao desafio que Frau Merkel enfrenta. Na engrenagem política, pode parecer raro, mas não o é tanto, como um líder que por tantos anos haja constado como uma simples engrenagem do esquema de poder da Chanceler alemã, de repente projete o próprio desafio que lhe é colocado pelos neo-nazistas para o colo de Frau Ângela Merkel, na luta desesperada para manter-se à tona nas águas revoltas de inesperada contestação fundada em bases sociais.
          Se não devemos subestimar a capacidade da Merkel de contornar ou resolver esse desafio, é forçoso considerar que, de certa forma, esse repto está à sua altura, pela própria capacidade que tem demonstrado ao longo de sua extensa carreira política, de extrair de situações aparentemente pouco manejáveis, respostas que atendam às dificuldades do presente.
          Nesse sentido, o auxílio que lhe vem prestando o seu sócio - apesar de muito mais jovem - que é o Presidente da França, Emmanuel Macron, pode ser para a Merkel de grande serventia. Dada a relevância do chamado desafio social da emigração,  a solução que venha a ser construída pode vir a ser ulterior contribuição de Ângela Merkel para os atuais desafios colocados para a Comunidade Europeia pela problemática dos Continentes vizinhos do mundo europeu, com tão grandes desafios sociais em uma realidade muita vez de absoluta pobreza.
  
( Fonte: blogs anteriores ) 

Erdogan vence, e a democracia perde


                              
    
        O resultado das eleições, apesar do otimismo da imprensa inglesa, não foi bom para o campo democrático. O homem forte de Âncara serviu-se muito bem desse pleito, se colocarmos a questão turca no ponto de vista de Erdogan. Ao contrário de o que muitos esperavam, o presidente turco não sai enfraquecido dessa eleição.
         Houve um sensível endurecimento do regime, agora corroborado pelos eleitores. O parlamentarismo - que é sempre uma defesa das minorias - se vê afastado, sendo substituído pelo presidencialismo, que pode amoldar-se à maravilha às características da ordem autoritária.

         Na sua caminhada, depois do golpe de junho de 2016, os cárceres e os calabouços da Turquia se encheram de alegados partidários do suposto inimigo, o clérigo Fethullah Gulen - que vive no leste dos Estados Unidos - de Erdogan e a eleição deste fim de semana em nada contribui para tornar menos opressa a atmosfera naquele país.
          Praticamente apurada a totalidade das urnas, Recep Tayyip Erdogan obtém 52,59%  dos sufrágios, o oposicionista Muharrem Ince 30,76%, o curdo Selahattin Demirtas, 8,15% (os dois últimos de esquerda), e Meral Aksener, 7,41%, conservadora de extrema-direita.
           Muharrem Ince, que encabeça o maior partido de oposição, embora não confirme oficialmente a eleição - não considerou justas as condições da competição -,  aceitou a vitória de Erdogan : não foi uma competição justa, mas aceito que Erdogan tenha ganho.

            Das seiscentas cadeiras do parlamento, pelo menos 293 ficarão com a aliança de Erdogan: o AKP (partido de justiça e desenvolvimento) que governa a Turquia desde 2002, e  o MHP  (Movimento de Ação Nacionalista). A oposição será formada pela Aliança Nacional, de  Ince, e tem 147 assentos  e o partido curdo, 66.
            Por sua vez, a extrema-direita, que vota em geral com o presidente, tem 49 parlamentares, e os conservadores,  45.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )                   

domingo, 24 de junho de 2018

Morre Waldir Pires (1926-2018)


                                      

          Em época não particularmente brilhante para a República do Brasil, morre Waldir Pires, aos 91 anos de idade, homem justo e honesto. Foi companheiro de chapa de Ulysses Guimarães, na eleição para presidente e vice-presidente da República, tendo sido antes o primeiro governador da Bahia eleito após o regime militar. Pires vencera tal eleição contra o candidato apoiado por Antonio Carlos Magalhães, Josaphat Marinho, contando apenas o apoio de vinte prefeitos. Deixaria o Palácio de Ondina, sede do governo bahiano, para ser companheiro de chapa de Ulysses.
         Pranteamos a morte desse varão de Plutarco nesse quase deserto de homens públicos,  dignos desse cognome, que hoje atravessamos.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

sábado, 23 de junho de 2018

Itália, U.E. e a Imigração Africana



                                

            O novo ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, líder da Liga, de tendência neofascista, é um dos principais chefes do atual governo, ao lado do movimento Cinco Estrelas, encabeçado por Luigi de Maio. O chefe nominal do gabinete, é o Primeiro Ministro  Giuseppe Conte, cujo ministério acabou aprovado pelo Presidente italiano Sergio Mattarella.
          Embora a política se caracterize pelo dinamismo, e sendo o atual Primeiro Ministro um político pouco conhecido, restará determinar que papel efetivo Conte realizará ao ser ladeado no gabinete pelos dois principais líderes do gabinete - Matteo Salvini, da Liga do Norte, de extrema direita, e Luigi di Maio, chefe do Movimento Cinco Estrelas.
          Dada a postura anti-imigratória de Salvini, prevê-se na próxima reunião da cúpula da União Europeia, prevista para amanhã, 24 de junho, que ele tentará mudar a orientação da UE na matéria. A questão é explosiva, sendo conhecida a sua postura anti-Macron, o presidente da França.
  
        Como se sabe, o Presidente francês, Emmanuel Macron e a Chanceler alemã Angela Merkel, tem a intenção de propor nessa reunião de Bruxelas, a formação de assim chamadas Plataformas de Desembarque, que pretende ser uma fórmula para o encaminhamento da questão migratória. Como se sabe, ela vem sendo levantada de forma agressiva pela direita na Europa. Assim, a Alternativa para a Alemanha, o Partido Neonazista,  tenciona concorrer nas eleições do Land da Baviera, e a possibilidade de que o líder da CSU, partido-irmão da CDU, Horst Seehofer, seja derrubado pela AfD que vem crescendo e daí o ultimatum que ele fez à Chanceler Merkel para que resolva o problema, senão será forçado a deixar o gabinete de coalizão (de que também participa a SPD, partido socialista alemão). Tudo isso está tratado em meu blog, de 4ª feira,  20 de junho corrente.

            A esse propósito, Matteo Salvini, de tendência de extrema-direita, e que virou ministro do Interior da Itália, com o novo gabinete sob a chefia do Primeiro Ministro Giuseppe Conte,  pretende ir à pré-citada reunião em Bruxelas,  onde deverá oficializar a intenção de deportar cem mil imigrantes.
            Como se verifica pelo teor de suas propostas - a par de sua manifesta oposição ao Presidente francês Emmanuel Macron - não é exatamente para conduzir uma negociação de alto nível que il Signore Salvini, chefe da Liga do Norte, próxima ao fascismo, tenciona ir a Bruxelas. 

            Como se sabe, Jean Jacques Rousseau disse no seu tempo do Abbé de Saint-Pierre, a respeito de suas propostas, que o abbé tinha "de grandes idées et de petites vues" (grandes idéias e pequenas visões políticas).
            Decerto, não é exatamente o caso do religioso criticado pela famosa frase do grande escritor  e pensador político Rousseau acerca das visões das relações de poder do Abbé de Saint-Pierre, mas também as propostas de Salvini discrepam das posições políticas de Macron e da Chanceler Merkel.

            O novo governo italiano e em especial, a sua ala de extrema-direita, deverão encontrar dificuldade em conciliar as próprias ideias em termos de imigração, com uma postura sensata e aberta, como a proposta franco-alemã, do Presidente Macron e da Chanceler Merkel, que se esforçam - agora com o apoio do novo Primeiro Ministro espanhol, Pedro Sánchez, conforme evidenciado pela sua decisão de acolher os refugiados do Acquarius, expulsos da Itália por decisão do atual governo italiano. Como se sabe,  Pedro Sánchez  sucedeu  ao anterior chefe do governo,  Mariano Rajoy, por decisão das Cortes Espanholas.
            De qualquer forma, cabe aguardar o que Bruxelas deverá decidir a respeito. (a continuar).

( Fontes: O Estado de S. Paulo; Obras de J.-J. Rousseau  )