domingo, 22 de setembro de 2019

O lobo com pele de Cordeiro


                      
        Na entrevista que concedeu à Folha, Nicolás Maduro vestiu uma pele de cordeiro, pensando talvez que, dessarte, poderia lograr a sua longínqua audiência, como se professar democracia faria o público esquecer  da supressão das liberdades demo- cráticas, das prisões cruéis de seus principais exponentes, da perseguição à oposição, a sua vergonhosa utilização da dita Corte Suprema de Justiça para esmagar a oposição, a par do descalabro da economia, e da híper-inflação a que a aliança da corrupção chavista com o próprio desmanche da indústria e do comércio  forma a base de um regime podre, que só se sustenta pela fraude generalizada, à medida que o país sangra pela geral emigração, que é tão  espontânea nesse tétrico ambiente de falta de quaisquer condições para que o trabalho honesto possa ali progredir, escorraçado que é pelo cinismo e a truculência da latrocracia, assim como um regime que se pauta pelo deslavado cinismo e  a falta de outra direção, que a roubocracia, sob o exemplo do ditador Maduro.

              As enxovias serão sempre o símbolo de tais regimes que, enquanto cinicamente homenageiam o Libertador de metade da América do Sul, pondo-lhe o nome nos serviços mais pútridos como se chamá-los de bolivarianos não constituísse uma suma hipocrisia com o despudorado quase-arremedo das tiranias coloniais a que o Libertador, com coragem e pertinácia, tanto contribuíra para derrubar e, por conseguinte, abrir para boa parte do povo sul-americano novos espaços de liberdade e de esperança.

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