segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Austria: vitória da centro-direita


                           
          O partido Popular (OVP) do atual primeiro ministro Sebastian Kurz venceu as eleições de 29 de setembro, alcançando 38% dos votos. O Partido Social-Democrata (SPO) ficou em segundo, com 21%, à frente do Partido da Liberdade (FPO), de extrema-direita, que obteve 17%, e dos Verdes, que conseguiram (12%).

             O premier Kurz disse que tenciona conversar com todos os partidos, mas a coalizão mais lógica seria com a extrema direita - o que repete a coalizão do governo anterior - ou com os Verdes.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )                

Hong Kong: persistem as manifestações


                           

            Cresce a truculenta repressão das forças da segurança em Hong Kong, num paroxismo que  lhes reflete a exasperação crescente, diante da óbvia e para elas insuportável  contestação dos manifestantes pró-democracia, que persistem no propósito de mobilizar-se pela liberdade do território, pactuada na cessão para a RPC em 1997, o que nada tem a ver com a criação da República Popular da China, em 1949. Já a raiva expressa nessa violenta perseguição, pelas forças de segurança, reflete a resposta mais agressiva lançada pela polícia nas 17 semanas de manifestações no território, como se a floração democrática  não fosse bem-vinda, constituindo na verdade para Beijing uma afronta às comemorações pela fundação da nova China, em que o espírito da liberdade tampouco é decerto bem-vindo, como se a truculência repressiva viesse pela sua vil contundência tentar esmagar a grei daqueles que persistem em expressar o quanto admiram e valorizam  o que o espírito da liberdade para eles significa, malgrado os espinhos com que as forças da repressão tentam enlaçá-lo e sufocá-lo.   

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

O Incrível Boris Johnson


                          

       O Primeiro Ministro Boris Johnson ameaça ignorar a Lei e se retirar da U.E, sem acordo comercial. Sem embargo, no início deste mês,os deputados aprovaram projeto que obriga Johnson a pedir adiamento do Brexit - que está marcado para 31 de outubro.Se descumprir, pode ser enquadrado em desacato ao Parlamento e até ser preso.

           Ele, no entanto, nega qualquer empecilho, e continua a afirmar poder deixar a U.E. sem acordo. No entanto, para os advogados, a única saída do premier para driblar a Lei é a renúncia. Mas Johnson não dá a impressão de que a Lei para ele seja um problema. Dessarte,durante a conferência de Manchester, ele prometeu concretizar o Brexit, mesmo sem acordo comercial com a UE e ainda que o Parla- mento o proíba. Não faltam, de resto, problemas a enfrentar. A editora do Sunday Times, Charlotte Edwards, acusa Johnson de assédio em jantar, o que obrigou o governo a emitir comunicado - negando tudo. Quanto às intenções de voto, os conservadores teriam 36% dos votos, os trabalhistas, 24%, e o Liberal-democrata tem 20%.
             A irresponsabilidade parece ser a poção mágica para que Boris Johnson faça o que lhe der na venta, e saia ileso de suas loucuras. No entanto, conforme se verifica, o Reino Unido pagará um alto preço pelas suas sandices.

              Abandonar na marra a U.E. e abrir mão de mercado de 500 milhões de consumidores! Também o fechamento da fronteira prejudica a importação de alimentos e remédios - o Reino Unido importa 65% da comida que consome. A mágica do Brexit: o PIB do U.K. será 3,9% menor em 2034, em relação ao que seria se não houvesse Brexit...

( Fonte: O Estado de S. Paulo ) 



domingo, 29 de setembro de 2019

Quinto aniversário da revolução dos Guarda-Chuvas


           
       Os guarda-chuvas constituem um dos distintivos da luta da população de Hong Kong para que sejam respeitados os princípios da cessão pela Inglaterra dessa colônia, princípios esses que estão no tratado que presidira à cessão pelo Reino Unido desse território à República Popular da China, e que têm a ver com liberdade e democracia.

         Dezenas de milhares de pessoas lembraram ontem, 28 de setembro, o quinto aniversário  da chamada revolução dos guarda-chuvas. A par disso, ativistas levantaram barricadas e bloquearam as principais ruas da cidade.
          Em 2014, os manifestantes pediam a introdução do voto universal para escolher o Chefe do Executivo local,  uma das cinco reivindicações que o movimento mantém até hoje.

          A resposta da autoridade chinesa se  atém a expressar-se por meio de repressões pela polícia, e numa espécie de gran finale, canhões de água para dispersar os demonstrantes mais engajados.  Continuam assim de pé tanto a reivindicação do voto universal para eleger o chefe do Executivo local, quanto a resistência do movimento na defesa de seus direitos.

( Fonte:  O Estado de  S. Paulo )

Os setenta anos da RPC


                                  

      A República Popular da China atinge nesta semana os setenta anos de sua fundação por Mao Zedong e sua geração.  A RPC tem óbvia dificuldade em fruir do chamado soft power, termo criado por Joseph Nye, relativo à atração exercida por aspectos  de sociedade, política e cultura suscetíveis a influenciar outras nações.
        Enquanto à RPC se refere, o desempenho econômico não se afigura suficiente para criar simpatias e aplacar críticas  em áreas como direitos humanos e disputas territoriais. Nesse sentido,"muito do que o governo chinês e o PCC fazem para afetar a narrativa do país tem dimensão mais encoberta, corrupta ou coercitiva. Alguns analistas chamam até de 'sharp power', afirma Sarah Cook, pesquisadora da Freedom House, em entrevista ao Estado.
           O PCC tem consolidado seus esforços ultimamente para expandir estratégias  e influenciar governos estrangeiros e instituições globais, como as Nações Unidas, explica Ms. Cook. Segundo tal interpretação, tais esforços cresceram primo, na liderança de Hu Jintao e sobretudo com o maoísta Xi Jinping.
   
          Segundo Cook, o foco desses esforços tem sido os países em desenvolvimento, que têm recebido vultosas quantias em investimentos e transações comerciais. Sem embargo, se algumas das atividades são transparentes e projetariam visão positiva da RPC, outras, segundo a analista não poderia ser chamadas de soft power.
             Dessarte, temos exemplo do esforço diplomático  da China, i.e. quando duas ilhas do Pacífico Sul, Ilhas Salomão e Kiribati, romperam relações diplomáticas com Taiwan e as estabeleceram com a RPC. Dessarte, Taiwan viu reduzido a apenas quinze os países com quem mantém relações. Essas duas pequenas ilhas foram as últimas a ceder à pressão econômica da RPC (dispõe de plano de assistência de US$ 1,78 bilhão para o sul do Pacífico, agora como doadora só atrás de EUA e Austrália.)
              Para o professor Alexandre Ratsuo Uehara, coordenador do Centro  Brasileiro de Estudos de Negócios Internacionais e Diplomacia Corporativa da ESPM, na história recente houve duas maneiras  de as nações tentarem atingir  posição de liderança. Sempre segundo a interpretação de Uehara,  tal ocorreu sem sucesso com a RFA, França e Japão. No outro vertente, estariam o Reino Unido e os EUA.

               Na verdade,  atravessamos  um período de transição histórica, mas seria a meu ver prematuro tentar definir papéis em um momento fluído, em que os dois principais poderes, por um lado os Estados Unidos - que ainda é a Superpotência -, e por outro surge um novo contendor na cena mundial, que é a RPC. Há entre esses dois grandes países diferenças marcantes, que são tão óbvias que dispensam maiores especificações.                
                Deixemos para a História futura o trabalho que a ela pertence. Por enquanto, nos cabe referir o momento presente. E eventuais modificações que por ele sejam determinadas, podem induzir-nos a avaliações a que falta a necessária perspectiva.


 (  Fontes: O Estado de S. Paulo, e subsidiariamente, Mao, de Jung Chang; Prisoner of  the State - The Secret Journal of  Premier Zhao Ziyang; The People\' s Republic of Amnesia - Tiananmen Revisited,  by Louisa Lim)

sábado, 28 de setembro de 2019

Governo de Hong Kong rejeita novas concessões


            

        Um dia antes da primeira reunião entre Carrie Lam, chefe do Executivo local, e representantes da população, porta-voz do governo de Hong Kong   descartou de forma sumária qualquer tipo de concessão a manifestantes pró-democracia.
          Refletindo endurecimento da posição da Administração de Hong Kong, as demandas  dos manifestantes foram descritas por Song Ruan, vice-diretor da chancelaria,  como "chantagem".

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

O Episódio Rodrigo Janot


                                 

          O episódio que veio ontem a lume e passou a ser geralmente conhecido pela confissão espontânea de seu próprio causador tem múltiplos aspectos que, decerto, não jogam uma luz benfazeja sobre o respectivo autor.
               Procurador-Geral da República, por dois períodos (2013-2017), tendo o seu biênio prorrogado em outro, pela presidente Dilma Rousseff, uma distinção rara, que não foi concedida a outros procuradores-gerais.
                Agora, às vésperas de publicar suas memórias, "Nada Menos que Tudo", livro que está previsto para outubro vindouro, vem brutalmente à luz o escândalo protagonizado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Com efeito, o ex-Procurador-Geral da República Rodrigo Janot foi alvo de ações de busca e apreensão executadas pela Polícia Federal em sua casa e escritório, em Brasília.
                   A ordem para tanto foi dada ontem (27 de setembro) pelo Ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que atendeu pedido feito pelo Ministro Gilmar Mendes para suspender o porte de armas de Janot e impedi-lo de entrar nas dependências do Supremo.
                     A Polícia Federal apreendeu uma pistola, um tablet e um celular no aparta-mento de Janot. As ações de busca e apreensão foram decretadas no inquérito das fake news   - aberto para apurar ameaças a ministros do STF e suas famílias  - e de acordo com o Ministro Moraes, tiveram o escopo de verificar a "eventual existência de planeja- mento de novos atos atentatórios" contra Gilmar. " O quadro revelado é gravíssimo, pois as entrevistas concedidas sugerem que aqueles que não concordem com decisões proferidas pelos ministros desta Corte devem resolver essas pendências usando de violência, armas de fogo e, até com a prática de delitos contra a vida", observou Moraes.
                     Em entrevista ao Estado, Janot revelou que, em 2017, chegou a entrar armado  com uma pistola no Supremo, decidido a matar Gilmar."Não ía ser ameaça,não.  Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar", afirmou o ex-procurador.
                      Duas equipes da Polícia Federal chegaram por volta de 1d7h40 na casa de Janot, na Asa Sul.  O ex-procurador-geral acompanhou as buscas ao lado do segurança particular e de um morador chamado  pelos policiais para servir de testemunha.
                       Além de suspender o porte de armas de Janot, de impedi-lo de entrar nos edifícios do STF e de barrar sua aproximação a Ministros da Corte Suprema, Moraes também determinou o recolhimento imediato  de depoimento  do ex-procurador-geral "salvo se houver recusa", "por tratar-se  de direito do investigado ao silêncio". Rodrigo Janot preferiu não depor.
Reações. O episódio e seus desdobramentos chocaram o mundo político e provocaram reações de perplexidade. Janot  disse ao Estado de S. Paulo que a intenção de atirar em Gilmar foi motivada por ataques que o Ministro fez à filha dele.Quando era chefe do Ministério Público, Janot chegou a pedir a suspeição de Gilmar Mendes na análise de um habeas corpus do empresário Eike Batista, sob o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório de Sérgio Bermudes.
              Ao se defender, o magistrado afirmou que a filha de Janot advogava para a em-  preiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e poderia ser  "credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato". A história aparece no livro de memórias  Nada Melhor que Tudo, a selançado pelo ex-chefe do MP em outubro. Na publicação, porém, Janot preferiu "não dar nome aos bois".
                A respeito do entrevero, e em tom irônico, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que "esse é o Brasil". Depois, disse  que a revelação de Janot pode afetar os investimentos privados no País. "O Brasil é um país estranho. Cada dia é uma novidade. Hoje descobrimos que o procurador-geral queria matar um ministro do Supremo. Quem é que vai querer investir num país desse?", perguntou Maia, em um seminário na Fundação Getúlio Vargas, no Rio, sobre parcerias público-privadas.
Gilmar.  Em resposta à revelação de Rodrigo Janot, o Ministro do Supremo Gilmar Mendes  afirmou em nota, que o ex-procurador-geral deve buscar ajuda psiquiátrica e, durante entrevista, disse que não imaginava que houvesse um "potencial facínora" no comando da Procuradoria-Geral da República - Janot comandou o Ministério Público entre 2013 e 2017.
                   Em entrevista ao Estado, Janot disse  que chegou a ir ao STF armado com a intenção de matar a tiros  o ministro Gilmar. "Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar",  declarou Janot.
                    Durante entrevista em Brasília, Gilmar Mendes disse que, frente às declara- ções do ex-procurador-geral, até a atuação de Janot enquanto esteve à frente da PGR precisa ser analisada pelo País. Ele fez críticas ao modelo de indicação ao cargo, que chamou de "corporativo", e afirmou que o sistema político terá de descobrir novos critérios para a escolha do posto. "Modelo deu errado", afirmou o ministro.
                     Gilmar também afirmou que por se tratar, em sua "impressão", de um problema grave de caráter psiquiátrico", a atuação do ex-procurador atinge todas as medidas que ele solicitou e foram deferidas na Suprema Corte. "Denúncias, investiga-ções, e tudo o mais. É isso que tem que ser analisado pelo País", afirmou  o ministro Gilmar.
                      O ministro também fez comentários sobre o assunto nas redes sociais. "É difícil não imaginar os abusos cometidos  ao acusar e processar investigados", escreveu Gilmar no Twitter. "Lamento que o ex-chefe da PGR tenha sido capaz de cogitações homicidas por divergências na interpretação da Constituição."               
                      Em nota, Gilmar Mendes, que é crítico aos métodos da Operação Lava Jato, afirmou que o combate à corrupção no Brasil "justo, necessário e urgente", "tornou-se refém de fanáticos que nunca esconderam  que também tinham um projeto de poder". "Dentro do que é cabível a um ministro do STF, procurei evidenciar tais desvios. E continuarei a fazê-lo em defesa da Constituição e do devido processo legal."


( Fonte: O Estado de S. Paulo ) 

Estados Unidos acusam Assad de usar armas químicas


            
     O uso de armas químicas por Bashar al-Assad é fato notório. Nesse sentido o novo Secretário de Estado, Mike Pompeo, acusou o ditador de haver ordenado um ataque com armas químicas: "O regime de Assad é responsável por inúmeras atrocidades, algumas das quais chegam ao patamar de crimes de guerra e crimes contra a Humanidade. Hoje anuncio que os Estados Unidos concluíram que o regime usou gás de cloro, uma arma química, no dia 19 de maio."
        Tal pronunciamento, feito à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, se reporta à ataque dirigido contra rebeldes  na província de Idlib.  O bombardeio seria o primeiro uso de armas químicas de parte do governo sírio desde a operação militar promovida  pelos Estados Unidos, França e Reino Unido, em abril de 2018.
         Pompeo revelou que a Casa Branca dará US$ 4,5 milhões para a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), para investigar outros possíveis ataques químicos por Assad. Há fundadas suspeitas que Assad atacou com armas químicas civis sírios, em maio último, no noroeste da Síria.
           O governo do Presidente Trump bombardeou a Síria em duas oportunidades, pelos ataques químicos realizados pelo ditador Assad - a quem Putin, como se sabe, tem apoiado. O primeiro fora em resposta à utilização do gás sarin, a 4 de abril de 2017, pelo governo Assad, na mesma província de Idlib. A resposta estadunidense, ordenada por Trump, foi com mísseis Tomahawk, contra base aérea síria.
            Assad é reincidente no uso de armas químicas, que.de resto, é proibido internacionalmente. Em abril de 2018, Assad voltou a recorrer às armas químicas, contra o próprio povo. Desta feita foi utilizado o gás de cloro, em um ataque a Douma, que é subúrbio de Damasco! Dezenas de civis morreram.

              A resposta do Ocidente foi severa. Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram bombardeio contra três alvos ligados ao programa sírio de armas químicas. Na ocasião, a ONG Human Rights Watch documentara pelo menos 85 ataques com armas químicas  na Síria desde 2013.
                 Em outubro de 2018, a BBC documentou evidências suficientes para pelo menos 106 ataques químicos na Síria, desde setembro de 2013, quando Assad assinou a Convenção de Armas Químicas. O tratado proíbe a produção, estocagem  e o uso  desse tipo de armamento.  A fortiori, ao firmar o referido pacto o Tirano Assad concordou  em destruir as armas químicas que ainda lhe restavam.
                  A guerra civil na Síria, que prossegue desde 2011, deixa mais de 370 mil mortos. Nos primeiros tempos, o tirano Assad parecia derrotado. Isolado em Damasco, os rebeldes avançaram  pelo interior do país.  A partir de 2014, o conflito se acirra, com o ingresso do chamado Estado Islâmico nos domínios de Assad, a que se seguem dias de apogeu, em que o E.I.se vale da desordem \pregressa,  para instaurar o próprio califado em amplos espaços do território antes soberano daquele país.
                      O agravamento da situação na Síria, com o crescimento do Estado Islâmico, acaba arrastando os Estados Unidos para o conflito, em que conta com a ajuda de aliados tradicionais, como a França, Reino Unido, Austrália e Alemanha, que intervieram em apoio aos rebeldes, e contra o EI, já  a partir de setembro de 2014.
                       Entrementes, Assad não tem outra saída senão bater às portas do Kremlin, em que, em troca do sacrifício de bases em território sírio, convence Vladimir Putin em prestar-lhe ajuda.  Nesta hora, o ditador sírio vê inimigos por toda a parte, e não lobriga, por conseguinte, outra saída senão cortar no próprio território, com gravosas cessões ao oportunista aliado Putin,  para obter nessa hora  em que os seus inimigos se avantajam a ajuda que crê indispensável para que possa sequer pensar ter possibilidades de vencer o desafio colocado pelo E.I. e os rebeldes, apoiados estes pelo Ocidente. 
                      A longa campanha que envolve o Exército Islamico, a Siria de Bashar al-Assad e boas parcelas do Iraque, além da ajuda generosa do povo curdo, ainda que  nem sempre atendida na sua justa medida, se vai encaminhando para a eventual reversão do panorama militar, com a preponderância de um Assad,  "aliado" de Putin, a Turquia sob a ditadura de Recep Tayyip Erdogan, a par dos Estados Unidos, hoje sob o timão por vezes errático de Donald Trump, que entra em um novo ciclo eleitoral, com a ameaça de um processo de impeachment, que constitucionalmente deve iniciar-se na Câmara de Representantes, hoje sob a direção de Madam Speaker Nancy Pelosi, mas com a enorme barreira do Senado, em que Trump dispõe de maioria.
                       É verdade que nem sempre tais maiorias logram prevalecer diante dos arrecifes das campanhas eleitorais e da consequente revelação de eventuais segredos que tornam arriscado às maiorias ocasionais teimarem em prosseguir no mesmo curso, diante do pressago desafio das condenações da opinião pública. Na política, existe a velha máxima que devem perder toda  a esperança àqueles que se aferram às contaminadas alianças a que uma sucessão de incômodas verdades vai arrebatando toda e qualquer visão de sobrevivência dentro de um condenado esquema de forças políticas. Quem quer porventura submeter-se à terrível advertência do poeta: abandonai toda esperança vós que adentrais esse terrível espaço?

"Fontes: Dante Alighieri "La Commedia", "Dante - The Limits of the Law", Justin Steinberg"; O Estado de S. Paulo; cobertura da guerra na Síria.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Príncipe saudita admite culpa na morte de Khashoggi


        
       A húbris e a crueldade do Príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita, não o impediram de admitir ter responsabilidade pela morte em 2018 do jornalista Jamal Khashoggi, crítico do regime absolutista saudita.
          Fê-lo com a expressão que tal acontecera "sob sua guarda".  Khashoggi, antes próximo da Corte saudita, tornara-se ferrenho opositor do regime. Ele foi liquidado com requintes de barbárie no interior do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. e o seu corpo nunca foi encontrado, havendo sido muito provavelmente  dissolvido em ácido.

           Khashoggi vivia nos Estados Unidos, o que aumentou ainda mais a pressão para que o presidente Trump adotasse algum tipo de sanção. Dada a relevância das relações com o regime saudita, o mandatário estadunidense optou  por preservar os laços comerciais com Ryad.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

O Energúmeno Johnson


                         
         Leitor amigo, as palavras quando oportunas, não se deveria deixá-las dormitar no dicionário.O comportamento do atual Primeiro Ministro do Reino Unido, Boris Johnson, é exemplo disso. Pois o Houaiss nos vem em ajuda, quando trata do verbete energúmeno : sendo o primeiro significado obsoleto (possuído pelo demônio, possesso). 
          Já a segunda acepção, em pleno uso: indivíduo que, exaltado, grita e gesticula excessivamente.  Mas é a terceira que cai como uma luva: indivíduo desprezível, que não merece confiança; boçal, ignorante.

            O próprio modo de agir nessa crise do Primeiro Ministro nos mostra que não se pejou em arrancar da idosa Rainha a autorização para cerrar por um tempo o Parlamento, valendo-se de argumentos falsos e mendazes para obter o que desejava. Não é necessário mergulhar na leitura do comportamento de antecessores de Johnson, para que o expectador se dê conta da pouca dignidade deste ocupante de um posto, em que é preferível não intentar comparações, pelo que trariam de chão, desfavorável e, em verdade, inconveniente, se tivermos presente os excessos que vem perpetrando esse senhor.

               A atitude e o comportamento de Boris Johnson é uma mescla de reações que vão do desconexo à absoluta falta de conexão com realidade que, diante dele surge, claramente acima de sua capacidade  de enfrentá-la e, sobretudo, compreendê-la.
                 Se se carece de ulterior referência, a menção da deputada  Jo Cox parece  bastante para descrever-lhe a total falta de sentimento e humana compreensão. Dizer que a parlamentar é u'a martir do Brexit  mostra que Sua Excelência ou é torpe, ou leva o próprio atabalhoamento a extremos de insensibilidade.
                  Diante desse desafio, e a sua manifesta incapacidade de lidar com tal monstro que ele tanto contribuíu para invocar e torná-lo desgraçadamente real,  o Parlamento deve conscientizar-se - e pode fazê-lo com a ajuda, seja da família, seja dos próprios companheiros de partido - que Sua Excelência está tristemente incapacitado  para enfrentar o presente desafio, o qual - pelas suas características toynbeeanas - se acha demasiado acima de suas faculdades mentais e emocionais.

( Fontes: A.J. Toynbee;  The Economist; O Estado de S. Paulo )

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Entre brados e berros Boris Johnson assusta os ingleses


                              
        Boris Johnson, ao voltar a reunir-se o Parlamento, cancelada a suspensão aplicada pelo Primeiro Ministro, diante da decisão unânime da Suprema Corte,  continua, no entanto, a rejeitar um ulterior adiamento do Brexit.
          Johnson, que perdeu a maioria na Câmara dos Comuns, continuou, no entanto, a aferrar-se a situações pregressas, como se a realidade não tivesse importância para ele. A incoerência do Premier se manifesta de forma gritante, por não conformar-se Johnson com a nova realidade legal. 
            Com efeito,  o Prime Minister prometera cumprir a Lei e com isso o Reino Unido deixaria a União Europeia a 31 de outubro. Mas todos sabem que a realidade legislativa no Parlamento agora é outra. Segundo a legislação aprovada pelos partidos de oposição antes da suspensão do Parlamento (que a Corte Suprema tornou ilegal), o governo é obrigado a pedir um adiamento se um acordo de separação não for alcançado com Bruxelas até o dia 19 de outubro p.f.
                É preocupante e mesmo inquietante a postura do Primeiro Ministro em ignorar solenemente a realidade jurídica legal, que doravante  o obriga a pedir esse  adia-mento se o dito acordo de separação  não fôr alcançado com Bruxelas até o dia 19 de  outubro.
                  O total irrealismo de Johnson chegou até a manifestar-se na sua estapafúrdia menção da deputada trabalhista Jo Cox, assassinada, com 41 anos, a facadas e tiros  a poucos dias antes da realização do plebiscito, por um energúmeno, o neonazista Thomas Mair, de 53 anos, que foi por isso condenado à prisão perpétua.  Jo era adepta da permanência do Reino Unido na U.E.  O modo de agir  de Johnson exala uma total falta não só de bom senso, mas também e sobretudo de realismo, a par do respeito devido a um mártir da liberdade, enquanto digna trabalhadora, morta com cruel barbárie, por sua defesa dos ideais do Labour, e pelo que significara o ingresso na Comunidade Europeia.
                   Aliás equilíbrio e bom senso constituem características que não são decerto reforçadas pela educação e o meio em que circula, com tanta excessiva desenvoltura, esse enfant gâté de  sociedade que luta em vão para não ser rotulada de decadente.
                     Não faltam razões para acoimar o iracundo Boris Johnson de um orgulho desmesurado, que se afigura tão grande a ponto de que se venha a temer possa Sua Excelência cair em uma das categorias que Herr Doktor  Sigmund Freud tão bem descreve...

( Fonte: O Estado de S. Paulo ) 

Trump : afinal a verdade aparece


                       
         O presidente Trump surpreendeu ontem vários aliados  republicanos ao autorizar a divulgação da transcrição de telefonema seu para o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Na ligação, ele pressiona o ucraniano a investigar o democrata Joe Biden, que lidera a corrida presidencial de 2020. Trump sugere ainda que o secretário de Justiça, William Barr, e seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, estariam dispostos a colaborar.

             O que motivou a decisão do Presidente? Tal se deve à autorização por Madam Speaker Nancy Pelosi de que sejam abertos inquéritos em todas as seis comissões legislativas da Câmara, para determinar se existe base  para a destituição do Presidente. Este é o primeiro passo para enfrentar o processo legal do impeachment, cujo avanço ainda é problemático.  Por enquanto, contudo, os democratas não têm os votos - mas estão muito próximos na Câmara (são necessários 218 votos ).
                Está, no entanto, no Senado, onde os republicanos têm maioria, a principal barreira para os democratas. A condenação pelo Senado seria o mais difícil, pois os democratas, na oposição, tem apenas 47 senadores, e eles carecem do apoio de 67. O único repúblicano até agora a criticar Trump é um desafeto seu, Mitt Romney, ex-candidato presidencial em 2012.
                  No entanto, a decisão de Trump em divulgar o conteúdo do telefonema foi definida como um "erro grotesco", por um dos senadores do GOP que, não obstante, ainda mantém a defesa do presidente.
                    Tampouco Joe Biden sai com 'flying colours' do episódio,  pois seria convidado a explicar a pressão que lhe foi atribuída, quando tentara derrubar em 2016 o Procurador-Geral ucraniano Viktor Shokin, que na época investigava uma empresa em que trabalha Hunter, filho de Biden...

( fonte: O Estado de S. Paulo )

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Descendo, com passo lento, a escada que leva ao Passado


                             
                       
         Após a Suprema Corte britânica considerar a 24 de setembro ilegal a suspensão do Parlamento articulada pelo Primeiro Ministro Boris Johnson, os deputados retomam hoje suas atividades. Cresce igualmente a pressão pela renúncia do Primeiro Ministro, de parte de seus inúmeros opositores.
           Por que foi ilegal a decisão do Primeiro Ministro?  Pela simples razão de que teve o efeito de frustrar  ou impedir a capacidade do Parlamento de desempenhar suas funções constitucionais, "sem justificativa razoável", segundo explicou a presidente da Suprema Corte, a baronesa Brenda Hale.

             Imediatamente, o presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, expediu instruções para  que as sessões do Parlamento sejam retomadas hoje, 25 de setembro, com o início das atividades previsto para as llh30, mas sem a sessão semanal de perguntas ao primeiro ministro - que encurtou sua agenda nos Estados Unidos e voltará mais cedo para casa.
                O deputado nacionalista escocês Ian Blackford tuitou: 'Precisamos responsabilizar o governo por sua ações. Boris Johnson deveria renunciar depois de violar a lei". Do congresso anual do Partido Trabalhista, em Brighton, o líder da oposição, Jeremy Corbyn também exigiu a renúncia do primeiro ministro. Dificilmente, porém,a Oposição conseguiria os votos necessários para derrubar o gabinete Johnson.

                Assinale-se que já havia uma surda insatisfação com o decreto ilegal que o Primeiro Ministro convencera a idosa Rainha a subscrever. Essa indignação foi representada pela Baronesa Brenda Hale, de 74 anos, presidente da Suprema Corte do Reino Unido.  A decisão unânime, contrária à suspensão  do Parlamento, que critica a decisão do prime minister, e "afronta à Constituição britânica".  Dentre os casos de maior realce de Lady Hale, já estava a decisão de o governo ter o poder de invocar o art. 50 do Tratado de Lisboa da União Europeia, que constituiu o início formal do Brexit. 
                   A Inglaterra atravessa um momento difícil. O atual Primeiro Ministro tem logrado acumular uma série de erros em curto espaço de tempo, mas é protegido pela deusa Fortuna, pela circunstância de que o líder da Oposição,  Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, ostenta uma pouco invejável impopularidade.
                      Por infortúnio, a sorte - e uma série de idiossincrasias do chefe do Labour Party - atribuíu a Corbyn um frágil suporte político, o que tem favorecido Johnson, mas prejudicado a velha Inglaterra ao não dar ao Povo inglês - pelo menos até o momento - uma real opção entre o líder da Minoria e o  Primeiro Ministro - que até o presente só tem de chuchilleano um ego indomável, ainda que não acompanhado do firme discernimento do líder britânico na luta sem quartel contra  o Fuhrer.
  
                      Há, portanto, na velha Inglaterra uma espécie de maldição, que começara com o incrível erro do patrício  David Cameron, cedendo à enésima petição de um ulterior referendo, ele que circulava pelos salões da UE em Bruxelas, com o óbvio desagrado de um aristocrata em meio à plebe da MittelEuropa. Terá pensado o infeliz que tantos referenda tinham sido tentados, que não faria mal submeter a Inglaterra a mais um, e que vencesse como Tony Blair, um ulterior inútil desafio. Que se tenha ido com tal erro, a sua carreira política, seria golpe menor, se tal não ocasionasse igualmente que o sonho da aristocracia inglesa - que aguardara paciente o desaparecimento do rochedo de Gaulle - não fosse igualmente para o ralo das causas perdidas, como se o sonho da intelligentsia britânica tivesse que morrer refém de uma estúpida conspiração - que fecha o sonho do Continente para a sua juventude, que não mais é bem-vinda nas universidades europeias - e abre doravante para as sólidas mediocridades que pensam reviver espectros o estranho retrocesso de uma exitosa necromancia...

                              O que de bom pode trazer esse tão falado brexit ?  O que de grandioso  tem essa melancólica saída da União Europeia, sonho perseguido com tanto afinco por uma plêiade de homens que hoje não mais existem, afortunados eles, que não tiveram de presenciar o referendo estival, que se traduziu em triste slogan de termos latinos, uma língua hoje morta, mas que se destinara no passado a investir de antigas sílabas palavras que careciam de perdida nobreza, muita vez um velho disfarce para ideias que não são mais ideais, despojadas que estão das suas sonoras promessas de uma grandeza que os jovens - esses juízes implacáveis - não mais logram distinguir.
 

( Fontes: O Estado de S. Paulo, The Economist, The New York Times )                        

terça-feira, 24 de setembro de 2019

A difícil costura do gabinete israelense


                        
      O primeiro ministro de Israel, Binyamiu Netanyahu e o general Benny Gantz iniciaram a 23 de setembro negociações para formar entre eles um governo de coalizão em Israel. Como se esperava, a iniciativa do encontro para encaminhar a formação do governo de coalizão partiu do presidente israelenso, Reuven Rivlin. O modelo a ser seguido estaria no precedente da coalizão entre o trabalhista Shimon Peres e o conservador  Yitzhak Shamir, do Likud, entre 1984 e 1988, cada um chefiando o governo por dois anos alternados.
       Hoje a principal divergência seria quem ficará primeiro à frente do governo. O partido de Gantz, o Azul e Branco, terminou a eleição com 33 deputados, dois a mais do que o Likud, de Netanyahu, que ficou com 31 - de um total de 120 lugares. Juntos, portanto, os dois rivais obteriam maioria sem carecer de partidos menores.
         Sem embargo, a vantagem de dois deputados de Gantz se desfaz quando computados os dois blocos do Parlamento. O grupo que apóia Netanyahu é maior. A coalizão de direita do atual primeiro ministro teria recebido apoio de 55 deputados. A centro-esquerda de Gantz, chegou a ter 57 votos, incluindo os treze da Lista Árabe, que havia decidido apoiá-lo. Ontem, porém, três deputados  árabes esclareceram que não apoiariam o ex-general, tirando da oposição a vantagem...

           A política israelense é ainda mais sinuosa do que a de outros países. As mudanças de posição - inclusive estranhíssimas alianças - só são compreensíveis em cenários muito especiais.

              Em um contexto amplo, apesar da imagem simbólica de Gantz e Netanyahu apertando as mãos, a par do otimismo de Rivlin, os estrategistas dos dois partidos demonstraram ontem  que um acordo ainda está distante. Assim, uma das promessas de campanha de Gantz era a de não governar com Netanyahu: "Não vamos abrir mão do nosso direito de liderar a coalizão."

               De outra parte, vários líderes do Likud mantiveram a promessa de governar com os ultraortodoxos e de negociar em conjunto qualquer coalizão de governo. "Estou comprometido com aquilo que prometi", disse Netanyahu, após a reunião de ontem. O problema está em que Gantz representa um grupo político secular que rejeita o contubérnio com a participação dos religiosos no gabinete.

                 A par disso, pesa sobre Netanyahu o risco - e, mesmo, a ameaça - de ser indiciado ainda em 2019, como é notório, em três casos de corrupção, o que poderia inviabilizar os três últimos anos de governo, caso o premier venha a ser condenado e preso. Outra dificuldade a ser contornada é a rejeição de vários membros do Likud em trabalhar com Yair Lapid, número 2 do Partido de Gantz.

                      Prazos. Netanyahu e Gantz terão agora seis semanas para formarem uma coalizão de governo. Se não conseguirem, Rivlin pode escolher um dos dois para tentar negociar com os outros partidos - até que todas as opções se esgotem e uma nova eleição seja convocada.  "Qualquer acordo entre Gantz e Netanyahu requer  um nível de confiança mútua que eles não têm",  disse Gideon Rahat, analista do Israel Democracy Institute. Sem esquecer por fim, que há outra ameaça contra a aliança, partindo do lado do Likud e especificamente, dos prazos judiciais contra o Primeiro Ministro Bibi Netanyahu e as contas que têm que prestar com a Justiça israelense, e o seu incorruptível Procurador-Geral.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Aliança Regional prevê sanções ao chavismo, mas exclui ação militar



Os países signatários do TIAR  aprovaram ontem documento  que permite identificação e sanção de membros do governo Maduro, na Venezuela, por vinculação a atividades ilícitas, corrupção ou violações aos direitos humanos. Firmada por 16 dos 19 países signatários do TIAR. Antes, chanceleres de onze países assinaram documento que encaminhava a possibilidade da aplicação de sanções.
O texto foi assinado na sede das Nações Unidas, na véspera da Assembleia Geral, por representantes dos governos da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai. Peru e, indiretamente, pela própria Venezuela, por meio dos representantes do presidente autoproclamado e líder da oposição, Juan Guaidó.
No comunicado em tela, os países manifestaram que estavam dispostos "a adotar novas sanções e outras medidas econômicas e políticas contra o regime de Maduro, orientadas a favorecer o restabelecimento, sem o uso da força, do Estado de direito e da ordem constitucional e democrática na Venezuela"

Pressão.  O documento faz referência ao encontro realizado no dia onze, quando os chanceleres de 12 dos 19 países signatários do Tiar votaram no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) a favor da ativação do Órgão de Consultas do grupo, para que uma decisão fosse tomada em relação à Venezuela. Na ocasião, havia a suspeita de que o Tiar fosse usado  para justificar uma intervenção militar na Venezuela, já que o tratado prevê a ação em países que "coloquem em risco a estabilidade continental".

                Com  a decisão de ontem, países latino-americanos que não tenham mecanismos para implementar sanções ou banir viagens de servidores venezuelanos poderão aplicar tais medidas para pressionar o governo de Maduro, assim como os Estados Unidos já tem feito há meses.

O documento condena o que descreve como "reiterados e sucessivos bloqueios do regime ditatorial de Nicolás Maduro", além de defender novas eleições gerais "livres, justas e transparentes".

( Fontes: O Estado de S. Paulo, AP.AFP e EFE," )


Estranho diálogo de Trump com presidente da Ucrânia


      

Os democratas aumentaram  a 23 do corrente a pressão para que seja divulgada denúncia feita contra o presidente e, nesse contexto, cresceram os pedidos de impeachment.  Nesse contexto, Trump declarou nada ter feito de errado ao telefonar para o presidente da Ucrânia, e conversar sobre o filho de Joe Biden, que é um provável rival na eleição deste ano.
O impeachment, no momento, divide os deputados. A própria Nancy Pelosi, Madam Speaker, não tenciona iniciar o processo , "a menos que os americanos queiram."  Nesse último domingo,porém, ela mudou o discurso e disse que a situação se modificará "se o Governo seguir barrando o acesso  do Congresso à denúncia contra Trump."

Os equívocos comentários de Trump têm dado margem a questionamentos. Houve ou não pressão para obter ajuda da Ucrânia (Trump tem dado margem a interpretar seus contatos com o líder ucraniano no intento de buscar implicar Biden e seu filho Hunter em esquema de corrupção). Por outro lado, o tema ganhou peso quando funcionário do governo estadunidense protocolou denúncia anônima que relata conversa suspeita entre os presidentes Trump e Zelenski. Agora, os democratas exigem acesso à transcrição do telefonema, mas o Diretório de Inteligência Nacional  nega a liberação do conteúdo da mensagem.  


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Agatha: fim do 'excludente de ilicitude'


                       

           A morte da menina Ágatha, baleada no Complexo do Alemão, pode encerrar a discussão sobre a 'excludente de ilicitude' proposta pelo Ministro Moro. Com efeito, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) apresentou emenda para suprimir qualquer modificação proposta pelo pacote do ministro da Justiça, Sergio Moro:"qualquer discussão sobre a modificação da lei após o fato  é "impossível". "A atual legislação  já dá garantias aos policiais. Não há necessidade de mexer"

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Witzel defende enfrentamento, mesmo após morte de Ágatha


  
       Dois dias depois da morte da menina Ágatha, o governador Wilson Witzel criticou o suposto uso pela oposição da morte da garota como 'palanque político', procedimento que qualificou como "indecente". Nesse contexto, Witzel transformou a entrevista em enfática defesa da respectiva política de segurança. Caracterizada por confrontos armados  com criminosos, máxime em favelas, a ação estimulada pelo governador tem levado a críticas  por, amiúde, envolver mortes de civis.

           Witzel disse que a morte de Agatha "foi um caso isolado" e defendeu o enfrentamento. "A política de segurança pública que eu determinei está mostrando resultados favoráveis, está reduzindo os índices de criminalidade, trazendo de volta a paz à população, e nós estamos retomando territórios até então dominados pelo crime organizado."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )