segunda-feira, 13 de maio de 2019

Putin: fake news de novo ?


                    

       Como os ventos foram benfazejos para a Rússia de Putin, quando da eleição americana de 2016, gospodin Prezident pode até pensar que a situação lhe continue favorável, e por isso terá dado as instruções para que o seu fiel Primeiro Ministro, Dmitri Medvedev cuide da questão com a sua habitual proficiência e habilidade, para o importante evento das eleições para o Parlamento Europeu, previstas para ocorrer em menos de duas semanas, e que tudo saia nos conformes para os partidos e os líderes populistas, que rezem na sua cartilha, ou que pelo menos não criem problemas para Papai Putin.
        Assim, em nível mais reduzido, porém localmente mais intenso, compartilham, segundo dizem investigadores da U.E., acadêmicos e grupos de defesa afirmam que os novos esforços de desinformação tenham muitas das ditas "impressões digitais", ou táticas empregadas nos ataques russos anteriores, notadamente nos ataques contra o Diretório Democrata (a candidata presidencial era Hillary Clinton), logrando repassar informações que julgassem comprometedoras para sites como o Wikileaks.
         Sem dúvida, o impacto dessa sub-reptícia forma de desinformação sistemática só pode ter êxito junto a determinados grupos necessariamente limitados na respectiva visão dos temas.
          A esse propósito, parece importante mencionar uma dessas "criaturas" engendradas pelos especialistas russos, em que apareceu em 2016 - o mesmo ano da eleição americana em que venceu Trump - um site italiano chamado "Estou com Putin" em que se promoviam notícias e críticas sobre o Ocidente. A esse propósito, um parêntesis se impõe: esses cometimentos um tanto toscos de gospodin Putin lembram as chamadas quintas-colunas que precederam a IIª Guerra Mundial, fabricadas pelos nazistas com a tecnologia da época, e que alegadamente intentavam desmoralizar as instituições democráticas do Ocidente de então.

            Esse site (o de 2016) hoje extinto, compartilhava uma conta de rastreamento do Google com o site oficial de campanha de Matteo Salvini, vice-premiê de extrema-direita, e que é atualmente por muitos havido como o político mais poderoso da Itália. Na época, a campanha de Salvini admitira que um técnico de web simpático ao grupo havia criado os dois sites, mas disse que não tinha filiação com a página favorável a Putin. É de assinalar-se que número de rastreamento do Google também está associado ao site do StopEuro, que hoje promove matérias da mídia russa e sites ligados ao Kremlin que criticam a União Europeia.  A tal propósito, seja de paso observado que Moscou pode aproveitar-se com oportunismo das eventuais diferenças que possam ter governantes populistas da Mittel Europa, como o húngaro e mais recentemente o polonês, que tendam a tornar palatáveis para esses sites  posições políticas que venham a ser aceitáveis para o urso russo.        

(Fonte: O Estado de S. Paulo)

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