sexta-feira, 3 de maio de 2019

Janot se despede do Ministério Público


                              
         Nomeado pela Presidenta Dilma Rousseff , SMJ, e por ela confirmado, Rodrigo Janot se marcaria por uma presença polêmica à frente do Ministério Público, sobretudo, na sua parte final, quando, na busca da incriminação do então Presidente Michel Temer valeu-se de uma entrevista noturna no Palácio do Jaburu, que teve como principais consequências a inviabilização política da reforma das pensões - que hoje intenta implementar  a  presidência de Jair Bolsonaro - e a viagem turística para Miami e Estados Unidos, em um mega-jato de propriedade dos irmãos do oligopólio da carne de exportação.

            Mais tarde, o espetáculo dessa viagem aos States, tornada possível pela ambição do PGR, que acreditara que essa escandalosa viagem, que recordaria, em moldes atualizados é certo, as viagens à civilização europeia e notadamente  a francesa, das cortes de suas Sumas Altezas Imperiais os Czares de todas as Rússias. Note-se que aí os gabinetes da Terceira República começaram a tecer os acordos que celebrariam tantas monumentos na Paris das primícias do Século Vinte, quando então Suas Excelências principiaram a tecer os acordos - que, hélas, se provariam enganosos, nas charnecas da Infame Grande Guerre - mas que deixariam a magnífica ponte que hoje atravessa o Sena e mais uma palavra no vocabulário moderno francês, a saber bistrot, que seria a designação dos botecos parisienses, dada a pressa dos russos em serem servidos, eis que pronunciarem, a princípio de forma incompreensível, para os parisienses do nascente século vinte ao dizerem bistrii, bistrii que significa rápido, como os então súditos de Suas Majestades Imperiais desejavam o bistrii-cafèzinho ou o cálice du rouge (vinho popular) que tanto prezavam, desde que prontamente servidos...

                A par de escandalizar a nação, ao permitir a travessia de ricaços e de miliardários para Miami e adjacências dos Senhores da Carne de Exportação, viagem essa que espantaria a Nação,  habituada à implacável burocracia aduaneira que cerca as viagens para o exterior - antes para as Europas, nos dias hodiernos para Miami e adjacências - enquanto a família do oligopólio da carne de exportação gostaria no seu particular estrangeiro de saída com estranhas, desmesuradas regalias, que a par de explicar tal acinte, não traria ao seu ambicioso artífice os resultados colimados, mas ao contrário um ressaibo amargo de um plano demasiado ambicioso e nos seus prosaicos resultados, quase pueril, máxime na sua descabida exposição de privilégios que, a não ser a vulgaridade, recordaram empresas fadadas ao ilusionário de um poder tão precário, quanto permissivo e um tanto ingênuo, dada a ostentação que lembrava o ancien regime dos boiardos russos...          

              Malgrado tais ambições, a aliança com o oligopólio da carne seria tão ilusória,quanto os planos do então PGR,eis que os seus processos encalharam no arsenal da Nova República, e a sua nêmesis presidencial não lhe traria os escatimados frutos...

(Fonte:  O Globo)

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