segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Notícias Direto do Front

                                        

Vitória de Erdogan na Turquia

 

        Fundado no apoio do interior da Turquia, sobretudo de sua população sunita, Recep Erdogan venceu o pleito já no primeiro turno, com maioria de 51,9%.

        Erdogan é Primeiro Ministro desde 2003, havendo sido nomeado e referendado por maiorias do AKP – Partido da Justiça e Desenvolvimento – por três mandatos. Apesar de seu caráter religioso, o AKP soube contornar as restrições do Estado kemalista laico, e perdurar no poder.

        Já em 2013 tentara instaurar o regime presidencialista no país, mas não logrou no intento. Nos últimos meses, a sua popularidade baixara, por causa de escândalos de corrupção que o envolveram diretamente, pelo seu crescente autoritarismo, inclusive pelo modo com que tentou abafar manifestações populares, motivadas pelo intento de Erdogan de derrubar parque em Istambul.

         O atual Presidente da Turquia, Abdullah Gul, que é também do AKP, se distanciou nos últimos tempos de Erdogan.  Por primeira vez, um presidente é eleito pelo voto popular e não por votação indireta.

         Erdogan não tem a intenção de se deixar cercear pelos atuais poderes da Presidência, que, por ora são mais de caráter formal e cerimonial.  Somente em 2015, nas eleições legislativas, disporá de nova oportunidade de reformar a Constituição para transformar-se em mandatário com plenos poderes, nos moldes dos regimes presidencialistas.

        Semelha difícil que o autoritário Erdogan se vá contentar até lá com as restrições da atual presidência.

        Como não se pejou de declarar que, entrementes, usaria todos as faculdades  a seu alcance para reformar a Constituição e “presidencializar”  o governo,  o mundo político turco deve apertar o cinto, porque não se poderá excluir a inevitável turbulência.

       Um ‘exemplo’ que poderia inspirar Erdogan está no presidente francês da Terceira República, Raymond Poincaré. Esse político de direita, que muito contribuíu por seu irredentismo, demagogia e populismo, para a eclosão da tragédia-mãe do século XX, a Grande Guerra de 1914-1918, apesar de exercer cargo formalmente sem maiores executivos, soubera valer-se para ter força política através da nomeação de candidatos fracos para Primeiro Ministro, de forma a governar por interposta pessoa.

      A maioria que elegeu Erdogan é sunita, conservadora e interiorana. Constituindo, na prática, a metade do eleitorado, o ‘mandato’ atribuído ao novo Presidente exigiria em princípio flexibilidade e composição com outras correntes políticas.  A moderação que seria necessária não tendo sido ultimamente evidenciada por Recep Erdogan, que em passado recente se chocou com os jovens e os setores mais liberais do arco constitucional.

 

Racionamento de água         

 

               O drama enfrentado pela grande São Paulo, com a enorme queda nos níveis do reservatório da Cantareira, que é decorrência da prolongada seca que sofre a região dos mananciais desse sistema, já determinou na prática o racionamento para dezoito cidades do Estado de São Paulo. 

               Para enfrentar a sua relativa falta, dezoito cidades paulistas interrompem o fornecimento de água por períodos que vão de quatro horas a dois dias.

                Dentre elas, está a segunda maior do Estado – Guarulhos – onde 1,3 milhões de moradores passam um dia (de cada dois) sem água.

                O restante oitocentos mil está formado por cidades médias – como Sorocaba e Itu – e pequenas, como Aguaí, Casa Branca e Pereiras.

                 Se o transtorno da falta d’água está sempre presente, ele varia entre o rodízio do dia sim para um (ou dois) dia(s) não, bem como através dos cortes diários, que podem ser regulares ou – o que ainda pior -  irregulares.

                 É difícil imaginar algo mais desconfortável – e anti-higiênico - do que a falta d’água,  seja em termos de higiene corporal, seja em matéria alimentar.

                 Nesse contexto, o desperdício deve ser combatido com a maior severidade. O remédio adequado é a multa (ela tem variado no Estado de São Paulo entre R$ 500 e R$ 5000).   

                 O Rio de Janeiro – sobre o qual já pesa a ameaça de restrições no fornecimento de água na bacia fluvial que interessa ao Rio e a São Paulo, por desvios desse fluxo por São Paulo – deveria coibir esse desperdício, que é geral praticado seja na lavagem de calçadas com mangueiras de pressão, seja no desvio para jardins decorativos de água para consumo humano. Nesses casos, a água é utilizada com crassa e memorável displicência (sem falar de indolência sistêmica), para suprir a limpeza por vassouras de áreas de serviço, o que se afigura inadmissível já em condições de normalidade, quanto mais nas presentes circunstâncias, em que, por culpa do bicho homem, escasseia o precioso líquido.

 

Boa maneira de impulsionar o crédito?

 

                  É sabida a posição do governo Dilma de impulsionar a produção através do incentivo ao consumo. Pouco importa que a dita impulsão não tenha dado muito as caras, se depararmos os índices do pífio crescimento econômico.

                  De qualquer forma, o governo petista deseja até modificar o Código Civil. Nesse sentido, a coisa funcionaria da seguinte forma: se adotaria uma versão mais ‘light’ da defesa dos direitos do consumidor.  A ideia seria agilizar a retomada dos carros em caso de atraso de pagamento das prestações.  Nesse sentido, não mais o Banco careceria de notificar o cliente supostamente inadimplente via oficial de justiça.

                   Ao invés disso, a polícia teria permissão até de apreender o veículo através de uma ‘blitz’. Para tanto, ainda este ano o Governo tenciona enviar proposta de alteração do Código Civil,  a fim de que as novas regras possam ser regulamentadas.

                       Dessa forma, dando maior poder aos Bancos para reaver o automóvel, se baratearia o processo e, por conseguinte, os ditos estabelecimentos bancários poderiam – segundo prometem – até baixar os juros...   

                      

(Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo)

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