sábado, 1 de outubro de 2011

Notícias do Front (XVII)

                                       

Palpite Infeliz

          A Ministra das Políticas para a Mulher, Iriny Lopes, uma dessas secretarias de estado decorrentes da inchação da máquina governamental, e que estão em geral consignadas às fileiras de trás na fotografia de grande angular da posse do novo gabinete presidencial, veio a público a propósito de medida inoportuna tomada acerca de matéria desimportante.
          É tristemente conhecida a embaraçosa inchação do ministério ideado por Lula da Silva, que a respectiva pupila, como lhe compete, preencheu com poucas nomeações suas e muitas do onipresente predecessor.
         Desde então, novas caras (e não tão novas) apareceram, por força da famosa faxina, esta enteada com quem a Presidente Dilma tem relação ambígua, eis que por vezes a trata como se fora filha de criação, mas não enjeita os trocados políticos que ela, compenetrada que é, traz ao lar comum.
        Por estigmatizar anúncio de Gisele Bündchen, solicitando ao Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – a sua retirada do ar, Iriny Lopes visita a primeira página dos diários e dos jornais televisivos.
       Depois de dar a necessária barretada para o “apelo ao machismo mais vulgar” da publicidade, o editorialista Fernando de Barros e Silva, em ‘Abaixo o sutiã’, enquadra a iniciativa da ministra-secretária de estado como “medida obscurantista”, e se pergunta “como conciliar a defesa da emancipação e dos direitos da mulher com a opção regressiva e autoritária pela censura ?”
       O Conar, pressuroso, antes mesmo da recepção oficial do edito governamental, já estaria empenhado em examinar a ‘solicitação’ da ministra Iriny. Todos sabemos o espírito prevalente nessa avaliação, de parte do zeloso órgão publicitário, cujo acrônimo, seja dito en passant, soa vulgarmente ofensivo no idioma gaulês...


Governo Dilma: avaliação pelo Ibope

  
        A pesquisa do Ibope, divulgada pela imprensa, registra um aumento na avaliação do governo Dilma (51% ótimo/bom) em relação ao 48% da consulta de julho.
       No entanto, os outros totais, menos favoráveis, marcam maior definição da opinião pública. Assim, o conceito “regular” alcança 34%, contra 27% em março, e o ruim/péssimo, se eleva de 5% em março para 11% agora. Por outro lado, diminui o número de desinformados (não sabe/não respondeu), que desce de 11% em março para 4% agora. Dessarte, contra os 51% de aprovação (ótimo/bom) temos 49% (regular/ruim-péssimo/não sabe). A notar que em relação a março (56% -ótimo/bom e 43% - regular/ruim-péssimo/não sabe), verifica-se maior consolidação e contraposição nas vertentes positiva e negativa.
       Por outro lado, a avaliação ao desempenho pessoal de Dilma, em todo o país, passou de 67% para 71%, com destaque para a região sul (61% para 75%).
       Por renda e educação dos pesquisados, não houve variação significativa, eis que Dilma continua a ser mais bem avaliada pelos mais pobres e menos escolarizados.
      Em termos de região, o incremento maior foi o registrado no Sul, que passou da última para a primeira posição no ranking da satisfação (57%), com alça de doze pontos percentuais.
     A aprovação também subiu no Sudeste (de 47% para 54%), mas oscilou para baixo no Nordeste (de 52% para 50%) e no Norte-Centro Oeste (de  46% para 43%). É interessante assinalar que o Governo Dilma Rousseff tem agora os seus piores índices de aceitação justamente nas regiões em que a presidente venceu a eleição de 2010 com maior folga.
      Dentre os temas de menção espontânea, a faxina – termo de que a presidente afirma não gostar – é o que está mais marcado no imaginário popular. A popularidade desse tópico há de explicar bastante a curva favorável na região Sul.
     A conclusão a ser tirada desta pesquisa Ibope: o sinal verde está nos totais de aprovação, mas o amarelo na letra miúda da avaliação do quadro geral.


( Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo )     

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