Estará pronto o site da Assistência da Saúde?
Depois de dar
tratamento burocrático à abertura do site
da assistência custeável para a saúde (ACA), a mais importante reforma
introduzida por Barack Obama, a Administração empreende um rush final, para colocar a porta de entrada para a inscrição no Obamacare realmente disponível para os
usuários, com a previsão de que possa receber 50 mil acessos simultâneos neste
domingo, primeiro de dezembro. Serão indispensáveis nesse sentido diversas
atualizações e reparações no software
para o fim de semana.
Contudo, para
atender aos prazos de inscrição, muito ainda resta a ser feito no site Healthcare.gov,
de custo agregado para o Erário no montante de US$ 360 milhões. Os aperfeiçoamentos se destinam a receber a
antecipada caudal de pessoas interessadas em adquirir o seguro de saúde do
governo. De acordo com os técnicos, sem as mudanças adicionais, o site na internet poderia sofrer disfunções (quedas) em períodos de
utilização intensa.
Este esforço incluíu duas suspensões no site. Para ensejar a instalação dos upgrades (aperfeiçoamentos), ele foi
fechado por onze horas na noite de sexta-feira, 29 de novembro. Além disso, na
noite deste sábado, 30 de novembro, houve interrupção em quatro horas de tempo
extra, necessárias para a manutenção e os retoques finais.
Diante da
delicadeza da situação, a Administração evitou fazer campanha de marketing para dezembro, temerosa de que
o site venha a cair diante de súbita
elevação no tráfego. Não obstante, ao contrário da displicência burocrática
anterior, o desafio da implantação do site
teve cinco semanas de trabalho intenso, frenético mesmo, de que resultaram
visíveis melhorias para esta câmara federal de inscrição.
De 24, último
domingo de novembro até a quarta-feira 27, cerca de vinte mil usuários lograram
inscrever-se no plano de seguro, enquanto durante todo o mês de outubro menos
de 27 mil tinham conseguido registrar-se.
Sem embargo, o
ritmo nas inscrições terá de aumentar e muito para atingir a meta fixada pelo
governo Obama de sete milhões de inscritos em fim de março (esse número é o
fixado pelos asseguradores para distribuir (spread)
os riscos e manter baixos os preços do registro).
Há poucos sites estabelecidos pelos Estados. A
maior parte da incumbência recai sobre o site
federal (abrangendo 36 estados), com dois terços da população estadunidense que a ele carecem de recorrer. Essa situação
se deve em parte à tentativa de boicote ao Obamacare
de parte do Partido Republicano.
Esse erro do GOP não deixará, no futuro, de criar-lhe
embaraços políticos, eis que salta aos céus a conveniência para o cidadão de dispor da proteção de seguro de saúde.
Pelo ritmo atual –
que é artificialmente lento e pode ser bastante melhorado com esforço tardio,
mas intenso da Administração – haveria no prazo de março um total de 1,l
milhão de inscritos. Verifica-se, por conseguinte, que a meta de sete milhões de registrados não seria
de fácil implementação, se o site se
ativesse à sua relativa lentidão atual.
Contudo, há
muitos motivos para crer que, com a progressão na qualidade técnica do site, esse número poderá ser alcançado e
até mesmo superado.
Muito dependerá do resultado do rush para
que a avaliação da presidência Obama se recupere, e que as perspectivas para as
eleições intermediárias de 2014 sofram uma virada no sentido do Partido
Democrata.
Dilma bateria
todos os concorrentes já no primeiro turno, com a única exceção de Marina. O esbulho sofrido pela Rede de Sustentabilidade continua, por conseguinte, a pesar e muito
no resultado final.
Enfrentando a Aécio Neves, os totais seriam de 47 % (Dilma) contra 19%
(Aécio Neves - PSDB) e 11% de Eduardo
Campos (PSB). Já tendo Marina
(26%),
como candidata do PSB, a performance
de Dilma cai para 42%, mantida a candidatura de Aécio,
agora com 15% . Se o candidato do PSDB
for Serra, Dilma teria 45% e Serra 22% (
Eduardo Campos manteria os 11%).
Por fim, cenário relativamente melhor
para a oposição está nas candidaturas de Marina (24%) e Serra (19%), com 41% para Dilma, que é o seu menor percentual nesta pesquisa.
Diante destes números, as seguintes conclusões
se impõem: Dilma ganharia no primeiro
turno contra Aécio (cujo candidatura
não parece estar decolando) e Campos,
e possivelmente contra Serra, quando
teria 45% contra 22%.
Com a inclusão de Marina (PSB?), os totais de Dilma caem para 42% e 41% (neste caso,
com a agregação da candidatura Serra).
Assinale-se, no caso de o PT
resolver recorrer a Lula da Silva,
ele venceria a disputa sem necessidade de recurso ao segundo turno, com os
totais respectivos oscilando entre 52% a 56%.
Há, por fim, nesta consulta do
respeitado instituto Datafolha, um
óbvio sinal amarelo para a atual
Presidenta. Dois terços dos consultados
dizem preferir que “a maior parte das
ações do próximo presidente seja diferente” das adotadas por Dilma Rousseff.
Tal manifestação do eleitorado se
afigura como séria advertência para a Presidenta, e constitui clara abertura a
ser explorada por candidato(a) da oposição. A disponibilidade dos consultados
de avalizar outros candidatos, desde que ofereçam um rumo mais conforme às aspirações
populares não poderia estar expresso de modo mais evidente.
Segundo noticia o caderno de Mercado da Folha, realizou-se reunião
secreta no Palácio da Alvorada, para
definir os rumos da política fiscal de 2014, e construir assim a “narrativa
econômica” de seu governo para fins da eleição presidencial.
Foram convocados para a reunião os
ministros Guido Mantega (Fazenda), Aloizio Mercadante (Educação) e Fernando
Pimentel (Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior). Mantega foi,
portanto, entre os ministros, o único convidado ratione materiae.[1] O
prestígio de Mercadante cresceu muito, máxime em 2013, sendo usado para
diversas incumbências que seriam mais da pessoa encarregada da Casa Civil. Por
outro lado, Pimentel tem laços de amizade com a Presidenta, que já lhe valeram
deveras como no caso das consultorias.
É de presumir-se, igualmente, que
esteve presente no conciliábulo o ex-Ministro do regime militar Antonio Delfim Netto, que tem exercido
papel de conselheiro informal da Presidenta.
Quanto ao cumprimento em 2014, da meta do superávit primário – os sucessivos recuos na previsão do superávit para o corrente ano foram
prejudiciais à imagem do governo Dilma, sobretudo no que tange à confiabilidade
fiscal - parte de sua equipe econômica considera que apenas a Presidente da
República teria credibilidade para convencer, de forma taxativa, o mercado de
que, a partir de agora, a meta será cumprida.
Essa tese vem sendo defendida pelo
conselheiro informal Delfim Netto, como a única forma de proteger o país de o
que chama de “tempestade perfeita” –rebaixamento
da nota brasileira (por uma das agências classificadoras americanas) e a
disparada do dólar, por causa do fim dos estímulos à economia dos EUA em 2014 (como se antevê seja a
orientação de Janet Yellen, a provável
nova presidente do Federal Reserve Bank, a qual deverá suceder a Ben Bernanke na
direção do Fed, após aprovada pelo
Senado Federal.
Em crítica indireta à equipe
econômica – na qual o mercado não mais acredita quando o assunto é
credibilidade fiscal – na avaliação do muy
amigo Delfim Netto somente a
presidente Dilma Rousseff tem confiabilidade e deveria usá-la para assumir uma
meta neste patamar.
Resta saber se dona Dilma acolherá
o conselho do seu colaborador informal. Na avaliação do círculo palaciano o ano
que vem será melhor do que 2013, por causa dos investimentos que serão gerados
pelos leilões de concessão e porque, até junho, a inflação não deve ser
problema.
De acordo ainda com a reportagem –
que presumivelmente reproduz as doutas opiniões das autoridades presentes na
dita reunião secreta – o risco está concentrado em julho e agosto, quando a
taxa anualizada corre o risco de subir, e isso exatamente nos meses que
antecedem a eleição presidencial.
Manifestações anti-Yanukovych em
Kiev
Com a reunião da União
Européia em Vilnius, na Lituânia, chegando ao fim – e com isso a possibilidade
de que o presidente Viktor Yanukovych
assine acordo comercial com Bruxelas – realizaram-se manifestações populares na
capital ucraniana. Na primeira, houve intervenção da polícia, que bateu em
diversos manifestantes.
Em consequência, revoltados por
estarem sendo impedidos de expressarem pacificamente as suas opiniões – e em
especial o acordo com a União Europeia que o presidente Yanukovych desdenhou à última hora, optando pela participação na
União Aduaneira do presidente Vladimir
Putin, da Rússia – milhares de pessoas se congregaram pacificamente em
praça central de Kiev, na manhã deste sábado.
Além de protestar contra o cerceamento
da opinião, enfatizado pela violência policial da véspera, o comício manifestou
o próprio desagrado com a opção de Yanukovych por Moscou, que fecha a avenida
que seria aberta pela assinatura do documento em Vilnius.
Com isso também correm cinicamente
pelo ralo os diversos e inconclusivos acenos do Presidente por uma associação
mais estreita com Bruxelas, o que sinalizaria para o povo ucraniano um futuro
mais ocidental e democrático, inclusive pela licença de afastamento do país da
líder da oposição Yulia Timoshenko, que sofre no lazareto de Kharkov pelos efeitos de condenação politicamente motivada, feita sob
medida de seu adversário Yanukovych, para dispor da via desimpedida para a
ansiada reeleição.
Enquanto isso, nesse modo oriental de
neutralizar a antagonista – que sofre de sério problema de coluna – se inviabiliza
o seu tratamento em hospital digno desse nome.
(Fontes: The New York Times, Folha de S. Paulo)
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