Podando privilégios
No país da igualdade formal (todos os brasileiros são iguais perante a
lei) e da desigualdade na prática (Lula:
Sarney não pode ser tratado como uma
pessoa comum), a decisão da Justiça, determinando que os presos do Mensalão
em Brasília tenham regime de visitas igual ao dos demais presos.
A decisão
sucede após pressão da Promotoria e da Defensoria Pública, que requereram o fim
dos privilégios aos condenados pela Ação Penal 470.
O objetivo
é dar tratamento igualitário a todos os presos, evitando os privilégios gozados
pelos mensaleiros, que vinham recebendo visitas na sexta, dia em que os demais
internos na Papuda não as podem receber.
O juiz substituto da Vara de Execuções
Penais do Distrito Federal, Bruno André Ribeiro determinou, outrossim, que todo visitante que não esteja relacionado
no cadastro do próprio preso só poderá entrar no presídio se a Vara em apreço
assim o decidir, depois de ouvidos o Ministério Público e o Sistema
Penitenciário.
Além disso, o Juiz mandou avaliar a
viabilidade da extensão de direito de visita especial a internos do sistema
prisional, para saber se é possível ampliar os dias para além das quartas e
quintas feiras.
Mouros na costa para o foragido Pizzolato
O figurino Salvatore Cacciola – que só desmoronou pelo agrado feito por esse foragido à namorada no passeio a Monte Carlo, aonde foi detido (o governo italiano negara a extradição) – não parece que vá ser a regra para Henrique Pizzolato, o único dos réus da Ação Penal 470 que logrou escapar até agora de mandado de prisão expedido pelo Presidente do STF, Joaquim Barbosa.
Embora não haja
sido localizado formalmente, a presunção é que Pizzolato, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, tenha
escapado das garras da lei via Paraguai. Estaria atualmente na Itália.
Com vistas a
determinar tal suposição, o Secretário da Comissão de Relações Exteriores da
Câmara de Deputados (Montecitorio), o
Deputado Carlos Sibilia, do Movimento
5 Estrelas (hoje o segundo maior partido italiano), junto com outros sete
deputados desse partido interpelou o governo para saber do eventual paradeiro
do fugitivo.
O Gabinete Enrico Letta tem sessenta dias para responder, segundo Sibilia, “mas pode
ser ainda mais tempo”. No caso de agravar-se a questão, “estamos dispostos até
a fazer um pedido urgente na comissão. Neste caso, o governo terá uma semana
para responder.”
O Deputado
Sibilia defende a extradição de Pizzolato ao Brasil. No pedido de informações, se indaga o que o governo italiano pretende
fazer com o foragido ítalo-brasileiro, e além disso se há alguma negociação
diplomática com o Brasil sobre o caso em tela.
Não há dúvida de
que a falta de isonomia constituiu um dos motivos principais para esse virtual
malogro. Com o PT, sob Lula da Silva e Dilma Rousseff, o imperativo comercial
cede o lugar a contingências políticas. Na marra já o finado marido Nestor
Kirchner e agora, de forma descarada e continuada, Cristina Kirchner tranca as
operações de exportação do Brasil, por motivos de penúria de divisas.
Esse tipo de
operação – que é ilegal – tem sido aceita pelos companheiros do PT, com
evidente prejuízo de nossos exportadores. Como não há retorsão das instâncias
do comércio exterior brasileiro, a viúva Kirchner impera, eis que retem na marra
as exportações de produtos brasileiros, sem pagar qualquer preço, político ou
financeiro, pela contumácia.
Por outro
lado, em operação do Governo Dilma, que agiu com prepotência em relação ao
pequeno Paraguai, forçando a respectiva suspensão do Mercosul (por causa do
impeachment de Fernando Lugo). A dílmica mão forte foi o recurso in extremis
para ensejar o ingresso da Venezuela chavista no Mercosul.
Não se
respeitou a isonomia em termos dos estados fundadores (pelo Tratado de Assunção
do Mercosul), e se abriu a porta para a Venezuela chavista, malgrado o veto de
Assunção à sua entrada.
O Governo
petista de Dilma Rousseff se pautou por um figurino ideológico, que nada tem a
ver com a política de Estado sempre seguida pelo Governo brasileiro desde o Império. Não surpreende que com tais ações
a progressão do pobre Mercosul seja uma caricatura cruel de o que entendiam os
seus fundadores.
( Fontes: O Globo;
Folha de S. Paulo )
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