A volta de Dilma nas pesquisas
Depois das manifestações do passe-livre de junho, e a consequente derrocada de Dilma Rousseff nas pesquisas de voto (quando a avaliação despencou de 55 (junho) para 31 (julho) ), agora a curva do IBOPE passa de 37 (setembro) para 43 (novembro).
Posto que a
avaliação da Presidenta esteja ainda longe das alturas de 63 (março), esta é a
segunda prévia com a recuperação ascensional. Faltam ainda vinte pontos para
que Dilma volte às alturas anteriores.
Ibope dos Governadores
Enquanto os efeitos das passeatas de junho vão
diminuindo, as avaliações dos governadores, muitos dos quais candidatos à
reeleição, começam igualmente a subir. Passados os questionamentos das
manifestações, excluídos alguns casos terminais, quase todos registram algumas
melhoras.
Há três com altas
avaliações (ótimo/bom): Omar Aziz
(PSD) do Amazonas, com 74%; Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, com 58 %; e Tião Viana (PT)
do Acre, com 55 %.
Há quatro com
boas avaliações (ótimo/bom): Renato Casagrande (PSB) do Espírito
Santo, com 49%; Antonio Anastasia
(PSDB), de Minas Gerais, com 49%; André Puccinelli (PMDB), de Mato Grosso do Sul, com 49%; e Beto Richa (PSDB),do Paraná, com 45%.
Na planície da
relativa mediocridade, entre outros Tarso
Genro (PT), do Rio Grande do Sul, com 34%; Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, com 31%; e Jacques Wagner (PT), da Bahia, com 26%.
E com avaliações
sofríveis ou ruins, Sérgio Cabral
(PMDB) do Rio de Janeiro, com 18% ; Agnelo
Queiroz (PT), do Distrito Federal, com 9%;
e Rosalba Ciarlini (DEM), do Rio
Grande do Norte, com 7%, a lanterninha.
Animados pelas
atitudes dos companheiros José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, que se
declaram inocentes, enquanto levantam o braço e cerram o punho, e até pelo
grande guia, que também se animou a erguer o braço e fechar o punho (embora tal
atitude de Lula da Silva tenha de ser inserida em fileira de declarações
contraditórias sobre este grande escândalo), os militantes petistas vão
perdendo o sentido da medida e do respeito republicano devido às instituições.
Não obstante,
eles expressaram incômodo com a presidente Dilma Rousseff e o próprio Lula, por
evitarem defender os réus na abertura do encontro do Partido dos Trabalhadores,
na quinta-feira, doze de dezembro. Nesse sentido, segundo noticia a Folha, o
Palácio do Planalto trabalhara nos bastidores para evitar que a presidenta
fosse vinculada a atos de desagravo do PT, que tem necessidade de dar resposta
ao público interno.
José Guimarães,
que é o líder do PT na Câmara – e irmão de José Genoino – disse que todo o
partido precisa sair em defesa dos presos na campanha eleitoral de 2014.
Dentro dessa
atmosfera, compreende-se que o presidente do Supremo, Ministro Joaquim Barbosa,
tenha virado alvo de ataques na sessão de sexta-feira do encontro partidário. O
Ministro Barbosa sofreu acerbas críticas de militantes, a começar pela filha de José Dirceu, Joana
Saragoza: ‘Meu pai está preso injustamente por ter lutado para fazer do Brasil
um país melhor. Todos sabemos que o julgamento foi marcado pela exceção.’
Dessa
atmosfera participa o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), e o patético para quem
assistiu às sessões públicas (e televisadas) da A.P. 470 está sempre presente: ‘O
que eu tenho pedido é o seguinte: Diga, ministro Joaquim Barbosa, o que foi que
eu desviei. Ele não diz. Sabe por que ele não diz? Porque não tem.’
O Fantasma da Infraero
As sucessoras
da VARIG – a TAM e a GOL – atravessam igualmente
tempos difíceis, com surpreendente baixa rentatividade. Já não formam entre as
grandes companhias.
Provoca
estranheza e assombro que no mercado aeroviário brasileiro, as companhias
viajem lotadas – e carece de incluir a
Azul e a Avianca – mas estão sempre penduradas. Alguma coisa está errada nesse
mercado – o que, para o pessoal do ramo, não deve ser difícil de saber. Serão
as companhias ou será o governo que, pelas deficiências nos terminais aéreos,
não colabora com os investimentos necessários? Ou carece de acrescentar os
impostos e o preços dos combustíveis ? Tudo isso poderia ser equacionado.
O que vemos,
no entanto, no governo de Dona Dilma é a lentidão nas respostas. A recente
privatização do Galeão – cuja urgência gritava aos céus, diante da precaríssima
situação desse terminal – apresenta risco de inchação dos quadros da Infraero
em aeroportos próximos.
Dilma e antes
Lula da Silva demoraram demais com o paradigma ultrapassado dos aeroportos
cabides de empregos. Agora, com a privatização (que a Copa do Mundo e as
Olimpíadas tornaram indispensável) o futuro do Santos Dumont é o de tornar-se o
receptor de 944 funcionários do Galeão que terão a opção de serem
transferidos para outros terminais.
Apesar de sua
ótima localização, e de sua utilização para voos de distância reduzida e média,
uma visita àquele antigo aeroporto há de indicar que ele não necessita dessa
maciça transferência. Se já não funciona a inteiro contento, imagina como há de
ficar. ‘Muito macaco num galho só’, na frase de Marcus Silva Reis transmite uma imagem
que pode ser cruel, mas é veraz.
E a matéria
de O Globo assinala que a privatização dos aeroportos de
Guarulhos, Viracopos e Brasília, que inchou os aeroportos paulistas que
continuaram sob administração da Infraero, pode ser o anúncio de problemas
futuros, com as novas privatizações.
Entretanto, toda a experiência do passageiro
aéreo no Brasil mostra que a escolha inelutável é a do abandono da burocracia
estatista e ineficiente dos organismos estatais, como a Infraero, pela visão
moderna, cômoda e voltada para o usuário da privatização.
Esses dois
modelos – o que entra e o que sai – constitui uma espécie de divisor de
águas. O que prefere o Governo: o
terminal terceiro-mundista ou o do primeiro mundo?
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
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