domingo, 15 de dezembro de 2013

Colcha de Retalhos A 46

                             

A volta de Dilma nas pesquisas


     Depois das manifestações do passe-livre de junho, e a consequente derrocada de Dilma Rousseff nas pesquisas de voto (quando a avaliação despencou de 55 (junho)  para 31 (julho) ), agora a curva do IBOPE passa de 37 (setembro) para 43 (novembro).

     Posto que a avaliação da Presidenta esteja ainda longe das alturas de 63 (março), esta é a segunda prévia com a recuperação ascensional. Faltam ainda vinte pontos para que Dilma volte às alturas anteriores.

 
Ibope dos Governadores

 
     Enquanto os efeitos das passeatas de junho vão diminuindo, as avaliações dos governadores, muitos dos quais candidatos à reeleição, começam igualmente a subir. Passados os questionamentos das manifestações, excluídos alguns casos terminais, quase todos registram algumas melhoras.
     Há três com altas avaliações (ótimo/bom): Omar Aziz (PSD) do Amazonas, com 74%; Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, com 58 %; e Tião Viana (PT) do Acre, com 55 %.

     Há quatro com boas avaliações (ótimo/bom):  Renato Casagrande (PSB) do Espírito Santo, com 49%; Antonio Anastasia (PSDB), de Minas Gerais, com 49%; André Puccinelli (PMDB), de Mato Grosso do Sul, com 49%; e Beto Richa (PSDB),do Paraná, com 45%.
    Na planície da relativa mediocridade, entre outros Tarso Genro (PT), do Rio Grande do Sul, com 34%; Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, com 31%; e Jacques Wagner (PT), da Bahia, com 26%.

     E com avaliações sofríveis ou ruins, Sérgio Cabral (PMDB) do Rio de Janeiro, com 18% ;  Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, com 9%; e Rosalba Ciarlini (DEM), do Rio Grande do Norte, com 7%, a lanterninha.

 
O PT  e  o  Mensalão

 
       Com as prisões se enchendo com os condenados da Ação Penal 470, o popularmente conhecido como Mensalão, há uma violenta (por enquanto retórica) negação da realidade de uma parcela substancial da militância do Partido dos Trabalhadores.

        Animados pelas atitudes dos companheiros José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, que se declaram inocentes, enquanto levantam o braço e cerram o punho, e até pelo grande guia, que também se animou a erguer o braço e fechar o punho (embora tal atitude de Lula da Silva tenha de ser inserida em fileira de declarações contraditórias sobre este grande escândalo), os militantes petistas vão perdendo o sentido da medida e do respeito republicano devido às instituições.
       Não obstante, eles expressaram incômodo com a presidente Dilma Rousseff e o próprio Lula, por evitarem defender os réus na abertura do encontro do Partido dos Trabalhadores, na quinta-feira, doze de dezembro. Nesse sentido, segundo noticia a Folha, o Palácio do Planalto trabalhara nos bastidores para evitar que a presidenta fosse vinculada a atos de desagravo do PT, que tem necessidade de dar resposta ao público interno.

       José Guimarães, que é o líder do PT na Câmara – e irmão de José Genoino – disse que todo o partido precisa sair em defesa dos presos na campanha eleitoral de 2014.
       Dentro dessa atmosfera, compreende-se que o presidente do Supremo, Ministro Joaquim Barbosa, tenha virado alvo de ataques na sessão de sexta-feira do encontro partidário. O Ministro Barbosa sofreu acerbas críticas de militantes, a  começar pela filha de José Dirceu, Joana Saragoza: ‘Meu pai está preso injustamente por ter lutado para fazer do Brasil um país melhor. Todos sabemos que o julgamento foi marcado pela exceção.’

        Dessa atmosfera participa o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), e o patético para quem assistiu às sessões públicas (e televisadas) da A.P. 470 está sempre presente: ‘O que eu tenho pedido é o seguinte: Diga, ministro Joaquim Barbosa, o que foi que eu desviei. Ele não diz. Sabe por que ele não diz? Porque não tem.’

 
O Fantasma da  Infraero


        A crise da aviação no Brasil tem a aparência de ser geral. No setor do transporte aéreo, antes tínhamos a VARIG, reconhecida internacionalmente. Todos nós sabemos como isso terminou. Uma grande companhia internacional, condenada pela irresponsabilidade dos dirigentes pós-Rubem Berta, àquele fim melancólico.

        As sucessoras da VARIG – a TAM  e a GOL – atravessam igualmente tempos difíceis, com surpreendente baixa rentatividade. Já não formam entre as grandes companhias.

         Provoca estranheza e assombro que no mercado aeroviário brasileiro, as companhias viajem lotadas – e  carece de incluir a Azul e a Avianca – mas estão sempre penduradas. Alguma coisa está errada nesse mercado – o que, para o pessoal do ramo, não deve ser difícil de saber. Serão as companhias ou será o governo que, pelas deficiências nos terminais aéreos, não colabora com os investimentos necessários? Ou carece de acrescentar os impostos e o preços dos combustíveis ? Tudo isso poderia ser equacionado.

         O que vemos, no entanto, no governo de Dona Dilma é a lentidão nas respostas. A recente privatização do Galeão – cuja urgência gritava aos céus, diante da precaríssima situação desse terminal – apresenta risco de inchação dos quadros da Infraero em aeroportos próximos.

         Dilma e antes Lula da Silva demoraram demais com o paradigma ultrapassado dos aeroportos cabides de empregos. Agora, com a privatização (que a Copa do Mundo e as Olimpíadas tornaram indispensável) o futuro do Santos Dumont é o de tornar-se o receptor de 944 funcionários do Galeão que terão a opção de serem transferidos para outros terminais.

         Apesar de sua ótima localização, e de sua utilização para voos de distância reduzida e média, uma visita àquele antigo aeroporto há de indicar que ele não necessita dessa maciça transferência. Se já não funciona a inteiro contento, imagina como há de ficar. ‘Muito macaco num galho só’, na frase de Marcus Silva Reis transmite  uma imagem que pode ser cruel, mas é veraz.

         E a matéria de O Globo  assinala que a privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, que inchou os aeroportos paulistas que continuaram sob administração da Infraero, pode ser o anúncio de problemas futuros, com as  novas privatizações.            

        Entretanto, toda a experiência do passageiro aéreo no Brasil mostra que a escolha inelutável é a do abandono da burocracia estatista e ineficiente dos organismos estatais, como a Infraero, pela visão moderna, cômoda e voltada para o usuário da privatização.

        Esses dois modelos – o que entra e o que sai – constitui uma espécie de divisor de águas.  O que prefere o Governo: o terminal terceiro-mundista ou o do primeiro mundo?


( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )




















































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