Manifestações revolucionárias na Ucrânia
Por outro
lado, a sua polícia vem apertando o cerco aos manifestantes na Praça da
Independência, o que não tem decerto contribuído para diminuir a tensão.
Além disso, a
sede do partido de Yulia Timoshenko que Yanukovych fizera condenar por um dócil
juiz (no figurino de seu amigo V. Putin) foi invadida pela mesma polícia, que se
apoderou de computadores com suas memórias e quejandos. Embora a iniciativa
policial não discrepe da política de
quem mantenha a líder da oposição em lazareto carcerário interiorano, tal
atitude não é muito animadora se se pensa em alguém preocupado em promover o
bom entendimento nacional.
Hoje chega a
Kiev a ‘ministra das relações exteriores’ da União Europeia, Catherine Ashton,
procurando convencer Yanukovych e seu regime a aceitar o caminho sinalizado por
Bruxelas, que é, de resto, a via preferida pelas multidões que promovem as
manifestações em Kiev, e se dispõem a resistir
às tentativas de persuasão da força policial.
Enterro de Nelson Mandela
Segundo
Pretória, serão cem os chefes de estado que participarão do enterro de Mandela.
Dilma Rousseff - que viajou acompanhada dos ex-presidentes Lula da Silva,
Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor - fará o segundo
discurso, falando depois de Barack Obama, intervindo em seguida o
vice-presidente chinês Li Yunchao (em representação de Xi Jinping), assim como os
presidentes Pohamba, da vizinha Namíbia,
Pranab Mukherjee, da India, e
Raul Castro, de Cuba.
Não há dúvida
de que Mandela se destaca da aglomeração de políticos – tanto os que lhe
sucederam na União Sul-Africana, quanto
os demais do elenco mundial. Há, no entanto, ausência que discrepa da mensagem
de Madiba, e que não parece ser voluntária. Reporto-me ao Dalai Lama, que já
teve o visto recusado por duas vezes pelo governo sul-africano (em 2009 e
2011), em clara subserviência a Beijing. O Dalai Lama anunciou que não
compareceria – e este solitário não-comparecimento é eloquente, porque não há
figura no cenário mundial hodierno que mais corresponda à imagem de Madiba que
o Dalai Lama.
Bill Clinton no Brasil
Com a sua habitual
simpatia, nos visita o ex-presidente americano Bill Clinton. No que tange à
política intrusiva da Agência de Segurança Nacional (NSA), o 42° presidente americano discordou da
orientação de espionar países amigos por motivos econômicos. Assim, Clinton
condena a indiscrição da NSA quanto à Petrobrás e aos depósitos do pré-sal.
Se bem que muita
vez os ex-presidentes estadunidenses se tornam mais liberais e simpáticos após
deixar a Casa Branca, a atitude me parece consequente com a orientação de Clinton e a seu particular apreço pelo
Brasil, terra a que costuma visitar amiúde.
Na última
eleição para presidente, quando por conta de imprudência típica de Obama (não
se preparara adequadamente para um dos debates presidenciais, e por isso perdeu
pontos preciosos nas pesquisas para o candidato republicano, Mitt Romney), Bill
Clinton – a despeito de diferenças anteriores – interveio na campanha (e na
própria cerimônia de nomination, na convenção
de Charlotte, na Carolina do Norte) de forma entusiasta, manifestando todo o carisma
e grande simpatia em prol da reeleição de Barack Obama.
Em consequência
desse apoio importante do ex-presidente, Barack Obama até hoje não parece se
ter flagrado de que caberia convidar o antecessor para um jantar, mesmo
informal, na Casa Branca, para agradecer como presidente reeleito a quem
contribuíu de forma generosa e sensível para a vitória final do 44º presidente,
que assim pôde contrariar a maldição do Senador Mitch McConnell (Rep.), líder da minoria no Senado, que
tinha como mantra consignar Obama à reserva um tanto melancólica dos presidentes de um só
mandato na história americana...
(Fontes: O Globo,
Folha de S. Paulo)
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