Khodorkovsky livre
Os tzares breve completarão cem
anos de ausência no Kremlin, os Secretários-gerais do PCUS pouco mais de vinte, porém a sombra do poder autocrático ainda
se estende bastante nos amplos domínios da Federação Russa.
Depois de
muita luta e dez anos de cárcere, Mikhail
Khodorkovsky alcança a sonhada liberdade que um dócil judiciário negara até
o presente ao ex-proprietário da Yukos, que cometera o imperdoável crime de afrontar
o tirano da vez.
Em avião
especial, na companhia do ex-ministro do exterior alemão Hans Dietrich Genscher, o ex-detento nas prisões de Vladimir Putin se dirigiu para a
Alemanha, aonde conta reencontrar-se com a família.
Para os dois
lustros de provação, na opinião de Genscher – que por duas vezes se entrevistara
com o presidente Putin acerca da situação de Khodorkovsky – o ex-magnata da petrolífera
Yukos mantém, na aparência, bom aspecto.
Se as prisões
russas continuam temíveis, manter-se válido não é pouca coisa.
Por dispor de
meios – e de amigos influentes – conseguiu afinal ter a masmorra pelas costas.
Dentre os companheiros de infortúnio, que lograram sobreviver, sempre é
oportuno recordar ao grande escritor russo Fiodor
Dostoievsky. Deixou para a memória dos pósteros a cuidadosa e prudente ‘Recordações da Casa dos Mortos’. Fora o
título, Dostoievsky tratou de polir as arestas, e não enegrecer demasiado a
perspectiva, aduzindo amiúde a frase de que ‘hoje está tudo diferente e
melhor’.
Compreende-se a
precaução do autor de ‘Crime e Castigo’
e do ‘Idiota’. Acaso o antes mega-empresário e com ambições políticas, Mikhail
Khodorkovsky se há de pautar no futuro por similares cuidados?
(Fonte: CNN)
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