Como no governo
de dona Dilma, as regras são mudadas a toda hora, mais este episódio no Armazém
Mantega & Cia. não deve causar
espécie, pois na verdade mantém o retrospecto, o que vale dizer nada é firme, e
tudo fica sujeito a chuvas e trovoadas.
Vejam,
ilustres passageiros que o tipo faceiro de Guido Mantega nos apronta mais uma
confusão. Recordam-se, sem dúvida, da decisão da Fazenda de suspender pelas
montadoras certas medidas de segurança – que são regulamentares em muitos
países – a pretexto de que a sua introdução encareceria os veículos.
Provocou muitas
dúvidas e não poucas observações negativas de que o intuito da administração de
manter baratos os preços dos veículos a obrigasse igualmente a suprimir medidas
de segurança automobilística (no caso airbag e freios ABS).
Agora, o
Ministro Guido Mantega volta atrás, e diz que as peças de segurança serão,
afinal de contas, instaladas. A sua inclusão estava prevista desde muito, mas
foi cancelada de repente, sob a rationale
de manter baixos os preços (além de preservar os empregos).
Esse estilo
amadorista de governo, em que nada é certo (nem aquilo que está predeterminado
na legislação) só contribui para gerar confusão. Nessa tática varejista – que se
repete nas desonerações fiscais de certos
produtos – só se aumenta a incerteza do capital, que não sabe o que vai
ocorrer. E esta uma das causas principais do antigoverno de D.Dilma Rousseff.
Se há setor
em que a segurança é elemento fundamental, é na economia. A propósito, me
recordo da frase de um velho amigo ‘nada é seguro no subdesenvolvimento’.
Esta verdade,
própria dos países e das economias subdesenvolvidas, seria de pensar que dela estivéssemos
livres, porque com o desenvolvimento viria a certeza de que se encarregam as
autoridades de transmitir aos agentes industriais, aos investidores, ao
capital, e ao público consumidor.
Se, no
entanto, mudamos as regras a cada questão, esse voluntarismo na economia só
tende a gerar confusão e, o que é pior, insegurança nos agentes econômicos...
Será que, ao
invés do improviso como regra um, e da inexistência, em princípio de
determinações seguras e confiáveis, como regra dois, nos esforçássemos em reestabelecer
a ortodoxia econômica e financeira, como regra única, revogadas as disposições
em contrário ?
Se nos
livrarmos do errático e do voluntarista, que tal a experiência adquirida e o
dever de casa bem feito? Assim, até em
reuniões internas da Secretaria do Tesouro não se increparia ao chefe – que quer
apenas agradar sua Chefa – artifícios, lambanças, improvisações e contabilidades
criativas nas contas fiscais...
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