Censuras à Presidente Dilma
“Dilma tomou partido – Quando a presidente da República
participa de um evento em que se acusa a cúpula do Judiciário de manipulação, e
de ter realizado um julgamento de exceção, está enfraquecendo a democracia
brasileira. Foi o que a presidente Dilma fez. O que ela não disse
explicitamente, o ex-presidente Lula o fez. O que ela demonstrou no 5°
Congresso do PT, por ação ou omissão, é grave.”
Míriam Leitão escreve coluna em O Globo onde se ocupa precipuamente de
questões econômicas e financeiras. É inusitado que essa conceituada
comentarista, que se assinala pelo cuidado nas suas observações (e há muito o
que referir quanto ao comportamento do governo Dilma Rousseff no que tange à
economia), tenha sentido a necessidade de manifestar-se sobre questão de
conotação política e jurídica.
Na conclusão
de seu artigo, está a explicação para a tomada de posição: “Dilma pode não ter
gostado do resultado (do julgamento da Ação Penal 470), pode discordar das
penas pessoalmente, mas enquanto exercer o cargo (de Presidente da República)
não existe o ‘pessoalmente’ em assuntos institucionais. Militantes podem atacar
o Supremo. Mas a presidente da República, não. Sua presença naquele ato é
lamentável e enfraquece a democracia.”
Já Vitali Klitschko, o campeão de boxe, que
preside o partido oposicionista UDAR,
foi ainda mais incisivo, ao frisar que nenhuma das exigências da oposição havia
sido levada em conta pelo governo: “a
mesa redonda foi só propaganda”.
Participaram
da reunião com o Presidente organizadores dos protestos e os três ex-presidentes.
Rinat Akhmeton, o homem mais rico da
Ucrânia – que controlaria cerca de trinta a quarenta membros do Parlamento - recomenda que o governo seja mais aberto
quanto às suas intenções.
Líderes
religiosos, como o Patriarca Filaret,
da Igreja ortodoxa ucraniana, recomenda que não se use força contra os
manifestantes. Além desse entendimento,
os líderes mais influentes tendem a um consenso sobre certos pontos básicos: negociar com os líderes dos protestos e
voltar para a senda da integração europeia.
Em tal sentido,
há indicações seguras de que o governo voltou a dialogar com Bruxelas. Há
expectativa quanto à posição de Putin, eis que a Federação Russa é grande credora da Ucrânia pelo fornecimento
de gás. Nesse contexto, espera-se que
tenha mais flexibilidade na questão que toca a União Aduaneira (a congregar
ex-repúblicas da finada URSS), para que um entendimento entre Yanukovych e a frente
das oposições seja factível.
Segundo noticia a
Folha, o governo de Cristina Kirchner decidiu reduzir em até
27,5%
as importações de automóveis e veículos comerciais leves no primeiro trimestre
de 2014.
Levando em
conta que dos veículos importados pelo país vizinho, 67% deles vêm do mercado brasileiro, e que de janeiro a novembro
último, 87% de nossas exportações em
automóveis de passeio foram para a Argentina,
compreende-se que o principal afetado pela medida será o Brasil.
A antipolítica
da Administração Kirchner – para que o Mercosul
não é exatamente um acordo obrigatório, mas sim uma das condicionantes no
intercâmbio entre os dois países (com as usuais retenções na fronteira, se
insere a incógnita nas relações comerciais, com o consequente prejuízo para o
Brasil, e o relativo esvaziamento do Mercosul) – volta à baila, e mostra, se
necessário fosse, o caráter precário do Mercosul, e a incerteza que o subdesenvolvimento insere nas relações
entre os dois maiores parceiros do Mercado Comum Sul-Americano.
(Fontes: New York Times, O Globo, Folha de S. Paulo)
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