No fim da noite de ontem, 1º de maio, foi morto por forças especiais americanas o terrorista Osama bin-Laden. Encontrava-se homiziado em reforçado complexo residencial, na localidade de Abbottabad, próximo da cidade de Islamabad, capital do Paquistão.
Desde o fatídico onze de setembro de 2001, quando do ataque terrorista às Torres Gêmeas, bem como ao Pentágono, provocou mais de três mil mortes de civis, bin-Laden vem sendo perseguido por forças dos Estados Unidos.
Refugiado a princípio no Afeganistão, na época sob o domínio dos talibãs, o terrorista lograra escapar de seu esconderijo nas montanhas de Bora-bora. Nunca ficou bem esclarecido como Osama conseguira fazê-lo, mas dada a circunstância de que o governo de George Bush Jr. lhe delegara a eventual captura a chefes da guerra afegãos, não se pode excluir que a respectiva evasão haja sido facilitada.
A operação especial para prender ou matar o principal objeto da investigação das forças americanas foi deslanchada por ordem expressa do Presidente Barack Obama. Depois de buscarem o terrorista em aldeias remotas e em cavernas nas montanhas, as pesquisas levaram a identificar-lhe o abrigo em complexo residencial de três andares, com muros altos e revestidos de concertina, em toda a sua extensão.
A busca que os levou a bin-Laden partira das movimentações de duas pessoas, identificadas com os seus correios da mais estrita confiança. Na localidade de Abbottabad, em que residem militares paquistaneses reformados, essa residência, se examinada no contexto dos elementos de segurança, avulta em relação às demais.
Determinou-se, outrossim, certas especificações no ‘compound’ que apontavam para inusitada preocupação de segurança: os residentes queimavam o respectivo lixo, ao invés de destiná-lo à coleta municipal. A mansão tampouco dispunha de telefone, ou de serviço de internet. A despeito de seus três andares, as paredes têm poucas janelas dando para o lado externo.
Os dois correios aí viviam com suas famílias. Determinou-se, outrossim, que existia amplo espaço para abrigar uma terceira família, do tamanho da de bin-Laden. A fortiori, os correios não possuíam fontes conhecidas de recursos para viver nesse tipo de propriedade, que se distingue em sinais de riqueza das outras mansões.
De conformidade com informações alegadamente transmitidas pelo serviço de inteligência paquistanês, os americanos deles obtiveram dados indicativos sobre a localização do terrorista.
Na progressão da pista,em setembro de 2010, a CIA informou Obama que bin-Laden vivia em complexo residencial no Paquistão. Em meados de fevereiro, as autoridades de segurança julgaram dispor de elementos bastantes para principiar a planejar a ação para a captura ou eliminação do terrorista.
Para discutir a inteligência e desenvolver o plano, Obama presidiu a cinco sessões do Conselho de Segurança Nacional – de meados de março até fins de abril último.
Pouco antes de viajar para visitar a área flagelada pelos tornados, no Alabama, às 8:20 hs de sexta-feira, 29 de abril, o presidente deu a ordem para a incursão. Nesse sentido, Obama decidiu por ataque (targeted approach) que tivesse por alvo o conjunto do compound, eis que não se tinha absoluta certeza de que Osama bin-Laden estivesse na citada casa.
A determinação presidencial não especificava a eliminação do fugitivo, mas, dada a sua provável resistência, as possibilidades maiores pendiam para a sua morte. O complexo habitado por bin-Laden existia há cinco anos, mas não se sabe por quanto tempo ele lá morou.
Na expressão do Presidente, o pequeno grupo de soldados investiu o esconderijo. A resistência durou cerca de quarenta minutos. Morto Osama bin-Laden e apreendido o cadáver, não houve vítimas de parte americana, porém outras pessoas do círculo de bin-Laden foram igualmente mortas, com a inclusão de uma mulher. Não restam dúvidas sobre a identidade do terrorista, com a identificação feita do respectivo DNA.
Na noite de domingo, primeiro de maio, antes de falar à Nação, o Presidente se comunicou com seus antecessores George W. Bush e Bill Clinton. Ambos haviam tentado em vão eliminar o terrorista, Clinton através de mísseis Tomahawk e Bush, por diversas maneiras.
A ação militar que culminou na eliminação de Osama bin-Laden, além de ser um êxito das forças especiais estadunidenses, é indubitável vitória do Presidente Barack Obama. Em momento conturbado, haverá reforço na popularidade do Presidente, que conseguiu o que sobretudo o seu predecessor republicano não lograra. Ainda é cedo, contudo, para computar tais efeitos no quadro político a médio prazo.
Mesmo antes do pronunciamento oficial, multidão se reunira diante da Casa Branca, celebrando o feito por tanto tempo perseguido.
O atual diretor-geral da CIA, Leon Panetta - e provável futuro Secretário da Defesa - em e-mail para os funcionários da Agência, elogiou “as altamente complexas, inovadoras e avançadas operações” que culminaram com a localização e eliminação de bin-Laden. Nas suas palavras, “nós livramos o mundo do mais infame terrorista do nosso tempo.”
As missões diplomáticas americanas entraram em regime de alerta máximo, tendo presente eventuais represálias pelo anúncio da morte de Osama bin-Laden.
Em sua breve alocução, Barack Obama enfatizou que os Estados Unidos não estão em guerra contra o Islã. Consoante afirmou o Presidente, bin-Laden não era um líder religioso, mas sim ‘assassino em massa’ (mass murderer), responsável pela morte de grande número de muçulmanos.
Não se sabe o que significará o desaparecimento de Osama para a atividade da temida al-Qaida. Circularam informes de que o terrorista desde algum tempo não se ocupava do lado operacional dessa rede. Por outro lado, a sua estruturação em uma pluralidade de células, com autonomia de ação, torna obviamente mais difícil a respectiva localização e eventual desmanche. Com paradeiro ignorado, o egípcio Ayman al Zawahiri, muito chegado ao terrorista morto, poderia vir a sucedê-lo na chefia da al Qaida.
( Fontes: C.N.N. e O Globo )
segunda-feira, 2 de maio de 2011
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