segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Witzel: processo judicializado

 

                    

       As suspicácias que cáem sobre o governador Wilson Witzel ou serão talhadas pela Alerj - de acordo com o processo tradicional, em que cabe a voz  à Assembléia Legislativa - ou pelo estamento judicial, como semelha da preferência do governador, que tem nos calcanhares farta maioria de representantes, e que se vê com melhores perspectivas se puder navegar a rota pela judicialização do processo.

           Agora, a palavra está com o PGR Augusto Aras, que tem até quinta-feira, vinte de agosto para se manifestar. A princípio entregue à subprocuradora-geral, Lindôra Araújo, mas contestado pela defesa de Witzel, caberá ao Procurador-Geral, Augusto Aras, analisar os ritos do processo, e caberá a ele, e a ele só, declarar se concorda ou não com Dias Toffoli, o presidente do STF, que determinara a dissolução do colegiado, para que fosse criado um novo, cumprindo critérios de proporcionalidade de representação que os partidos têm na dita Alerj. Tornado então relator do processo judicia-, lizado, caberá ao  Procurador-Geral Augusto Aras dizer se concorda ou não com o ministro Tóffoli.

                 Obtida a judicialização do processo, Witzel e advogados pensam navegar em águas mais conhecidas.

                  Por sua vez, o presidente da Alerj, André Ceciliano afirma que, independentemente dos prazos da PGR, amanhã, dia dezoito,  o colégio de líderes da Casa se reúne para debater o assunto.  Ele acredita em entendi-mento  favorável da PG . Mas se for contrário, uma nova comissão será formada e, entre o fim de agosto e início de setembro, haverá um encaminhamento para a votação em plenário.

                    Segundo Ceciliano "não tenho dúvida de que o parecer será favorável. Nossos procedimentos estão conforme a Lei, com um representante de partido na Comissão."

                     No seu entender, tampouco a delação do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos prejudicaria o andamento do processo. Entre as assertivas que fez ao M.P.F, o médico relatou ter sido sondado na prisão por um policial que se dizia próximo do deputado estadual Márcio Canella (MDB), e de outros políticos.

            Segundo Ceciliano "isso é uma besteirada. Não atrapalha. Uma pessoa presa dizer que é próxima de deputados não diz nada."

             No centro de todas essas denúncias e contra-denúncias se acha a pobre Saúde no Rio de Janeiro, e expressamente os ditos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo, que pretendiam ser esperanças das vítimas da Covid-19, e que se transformaram em unidades fantasma, supostas estruturas para acolher as vítimas da pandemia, mas na realidade transformadas  apenas em cínicas oportunidades de lucrar e enriquecer-se com o drama do povo carioca. Elas continuam abertas, mas não tem pa-cientes internados.  Poderiam ser tomadas como marcadores do nível ético e moral que preside aos supostos esforços para proporcionar ambiente hospitalar para proporcionar ao povo carioca os cuidados médicos necessários.

                Pelo visto, tais unidades não passavam de supostos meios para ilaquear esperanças de atendimento e cura.

 

( Fonte: O Globo  )

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