quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Cerca de metade dos infectados hospitalares pelo coronavírus morre

              Cerca de metade dos infectados hospitalares pelo                        coronavírus morrem

        Cerca de metade dos casos de pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus dentro de hospitais no Brasil terminaram em morte.

           Dessarte, segundo dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica, do Ministério da Saúde, dos 5.547 registros que contraíram o vírus dentro  de unidade médica - entre pacientes e profissionais da saúde -, 2426 morreram.

              Esse número equivale a uma taxa de mortalidade de 43%, mais alta do que a daqueles que contraem  a Covid-19 fora do ambiente hospita- lar e acabam internados, que é de 30%.

              Para especialistas, fatores como o estado dos pacientes já interna-dos, a falta de critérios específicos para infecções hospitalares por Covid-19 e a redução de profissionais especializados, como enfermeiros, podem ter contribuído para essa diferença.

                Os dados levam em conta apenas os casos de Síndrome Respira-tória Aguda Grave (Srag), uma das complicações causadas pelo coronaví- rus (Srag), uma das complicações causadas pelo novo coronavírus e que, portanto, levaram à internação

                Os números brasileiros  divergem do padrão internacional identi-ficado por alguns estudos. O mais recente deles, de cientistas britânicos e italianos, com 1500 pacientes de dez hospitais, não observou grande dife-rença na taxa de mortalidade entre os que se infectaram com o coronavírus dentro ou fora do hospital. Na pesquisa citada, a mortalidade entre pacien-tes  que  se infectaram dentro e fora do hospital foi a mesma (27%). Para a professora Maria Clara Padoveze, da Escola de Enfermagem da Univer-sidade de São Paulo " a classificação por infecção hospitalar precisa obede- cer a critérios e, no caso da Covid, ainda não temos consenso mesmo a ní-vel mundial. E, em relação à mortalidade, esse número não pode ser atri-buído apenas à qualidade hospitalar: é preciso saber se os pacientes tinham prognóstico semelhante aos dos outros que adquiriram Covid-19 naquele ambiente, considerar a severidade dos casos e se estavam ou não na UTI". Essa avaliação é confirmada pela pesquisadora Andreza Martins, professo- ra de microbiologia e especialista em controle de infecções da Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul.

               Outro tópico a considerar é que, diferentemente da Inglaterra e da Itália, o controle de infecção hospitalar ainda tem alguns problemas no país.  Se os hospitais são obrigados a manter um programa de controle de infecções hospitalares, entretanto, de acordo com estudiosos do tema, apenas os locais mais estruturados têm equipe especializada em identificar e prevenir infecções.  Para Lívio Dias, médico do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo e Diretor da Associação Paulista de Estudos e Con- trole de Infecção Hospitalar, é provável que o número de casos infectados dentro dos hospitais seja muito maior  de o que conseguem identificar e notificar ao Ministério da Saúde.

                  De todos os 260 mil casos de Srag confirmados para o novo coronavírus, 170 mil foram notificados como de infecção comunitária, fora do  hospital portanto. Em outros 83 mil, as unidades de saúde não conse-guiram identificar a origem da doença.

                    A par disso, a taxa de mortalidade entre os mais de três mil pacienes internados com Covid-19 foi de 33%, número que aumenta para 49% entre os 298 que adquiriram a doença no hospital.

                     A dificuldade de identificar esse tipo de caso é ilustrada pela quantidade de profissionais de saúde que já se infectaram com o Sars-CoV-2. Segundo dados do e-SUS, 19%  de todos os 281 mil casos de São Paulo de fevereiro a junho foram de profissionais da área.

( Fonte: O Globo )


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