quarta-feira, 27 de maio de 2020

Witzel alvo da PF em casos de múltipla fraude na Covid-19


       
          Os inúmeros rumores de dias anteriores se vêem confirmados no que tange ao governador do Rio, Wilson Witzel, e de sua esposa.
              Com efeito, a Polícia Federal cumpriu  doze mandados de busca e apreensão, que tiveram entre os alvos os Palácios Guanabara e Laranjeiras, sede do governo estadual e residência oficial do Governador.
               O MPF vê  indícios de "participação ativa" de Wilson Witzel na contratação de empresas suspeitas de fraudar contratos na Saúde, em inquéritos que apuram se houve desvio de recursos na construção de hospitais de campanha e na compra de respiradores durante a pandemia da Covid-19. Nesse sentido, o governador Witzel teve celulares e computadores apreendidos.
                O Governo do Rio de Janeiro empenhou cerca de R$ 1 bilhão em contratos emergenciais. Nesse sentido, a investigação destaca um contrato entre o escritório de advocacia da primeira-dama Helena Witzel  e a DPAD Serviços Diagnósticos, cujo sócio é apontado como operador do notório empresário Mário Peixoto, preso há duas semanas.
                   Witzel negou  irregularidades e disse que a interferência do presidente Bolsonaro na PF está "oficializada".  O Governador afirmou outrossim que políticos ligados ao Planalto já sabiam da Operação. Na véspera, a deputada Célia Zambelli (PSL-SP) havia antecipado que governadores seriam alvo da PF.
                     Assim, um ano e sete meses depois de ser eleito em campanha com a bandeira do combate à corrupção e o apoio da família Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel virou ironicamente um dos alvos de uma operação da P.F., a partir de duas investigações conduzidas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A velha rotina de agentes cumprindo mandados de busca e apreensão em doze endereços, incluído o Palácio Laranjeiras e a casa na qual ele morara, no bairro de classe média do Grajaú. 
                          O principal objetivo era o recolhimento de supostas provas do envolvimento de Witzel e de sua mulher, a advogada Helena, em múltiplas fraudes relacionadas a contratos emergenciais  para o combate à pandemia do coronavirus no Estado do Rio.
                                 O governador reagiu e disse  que a chamada Operação Placebo deixou claro o "aparelhamento político da PF pelo presidente Bolsonaro, a quem chamou de fascista e tirano. Este, por sua vez, sorriu  quando foi  perguntado sobre o assunto e parabenizou a Pf.
                                   O Ministro  Benedito Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça  (STJ) afirmou: "após narrativadas condutas dos investigados e das empresas contratadas, já dispostas no referido inquérito, o MPF imputa indícios de participação ativa do governador do estado quanto ao conhecimento e ao comando das contratações realizadas com as empresas ora investigadas, mesmo sem ter assinado diretamente  os documentos, vez que sempre divulgou todas as medidas em sua conta no Twitter".
                                   De acordo com as investigações, interceptações telefônicas indicam alterações contratuais nas empresas que teriam como intui-to ocultar a movimentação dos recursos públicos recebidos e que há "provas robustas" de fraudes nos processos que levaram à contratação do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para gerir os hospitais de campanha "tudo com a anuência e comando da cúpula do Executivo. Pa-ra o MP, Witzel "mantinha o comando das ações".  Em sua decisão, Gonçalves afirma que as provas nos autos lhe deram "convicção quanto  a indícios veementes de autoria e materialidade" para justificar a concessão das buscas.

( Fonte: O Globo )                              

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