quinta-feira, 14 de junho de 2012

Três Mulheres e uma Manifestação

                            

O incrível acontece


        Em ficção, seria considerado de mau gosto. Um gesto vulgar que não se enquadra no ambiente de onde partiu.
       Mas na verdade a adjetivação e eventuais comentários são dispensáveis.
       A senhora Valérie Trierweiler, que como companheira de François Hollande tornou-se a primeira dama de França, tem relação difícil com a companheira anterior do atual Presidente, Ségolène Royale.
       Ségolène é a candidata do Partido Socialista para  deputada por La Rochelle. No primeiro turno, a antiga candidata a presidente da república obteve 32% dos votos. O seu principal adversário, o também socialista Olivier Falorni, recusou-se a obedecer à diretiva partidária, e com seus 28,9% dos sufrágios vai para o segundo turno, como dissidente.
      A partir dos principais líderes, a começar pelo Presidente Hollande, grande número de socialistas lhe dão  apoio no embate do próximo domingo. Martine Aubry, a presidente do partido, está em La Rochelle para fazer campanha por Ségolène. E muitos outros, como o deputado Jean-Louis Bianco e Daniel Cohn-Bendit, lider dos verdes.
       O que provocou o estupor ? A senhora Trierweiler tuitou: ‘Coragem para Olivier Falorni, que não tem sido indigno, que batalha generosamente junto com o povo de La Rochelle por tantos anos.’
      A princípio, o twitter chegou a ser considerado falso, mas os funcionários do Elysée confirmaram-lhe a autenticidade.
      Por sua vez, Ségolène Royale preferiu não fazer qualquer comentário.
      O Presidente, que, repito, apóia a  ex-companheira e candidata à presidência (derrotada por Sarkozy no segundo turno, em 2007), tampouco se manifestou sobre a posição contrária ao partido (e a ele próprio) da sua corrente companheira.
      As personalidades (e a falta delas) principiam a desvelar-se neste começo de quinquenio.


A coragem do Povo Russo


      A beberragem preparada pelo ex-coronel (da KGB) Vladimir Putin prometia ser forte, mas não intimidou a realização de mais uma manifestação contra a sua eleição pouco democrática. Cinquenta mil pessoas participaram do protesto. Que transcorreu de forma pacífica. Como para sublinhar a determinação dos defensores da democracia, não havia muitos líderes no meeting. Decerto  isto não ocorreu por acaso, e sim por várias convocações para interrogatório na polícia aos principais condutores  da demonstração.
       Dmitry Gudkoff, deputado ao parlamento e líder da oposição, disse: ‘Esta reunião  prova que não temos medo das intimidações do poder e da polícia. Precisamos de diálogo com as autoridades e de prosseguir com reformas políticas, reformas constitucionais e a reforma do sistema judicial. É a única saída para a crise política na Rússia.’
       Anteriormente, foram chamados pela polícia o blogueiro Aleksei Navalny, que é ativista contra a corrupção; o apresentador televisivo  Kseniya Sobchak; e o liberal Ilya Yashin.  Não atendeu à convocação policial o líder da esquerda, Sergei Udaltsov.
      A luta pela liberdade promete tempos interessantes no reino de V. Putin.


Uma viagem bastante retardada


       Depois de sua passagem pela vizinha Tailândia, Daw Aung San Sui Kyi, retorna à Europa, de onde partira em 1988 para a aventura política em Myanmar, com as consequencias de todos conhecidas.
      Pelas mudanças introduzidas por Thein Sein, um general reformado, e atual presidente, Suu Kyi estará em Londres, onde discursará para as duas câmaras; em Oslo, onde afinal colherá o prêmio concedido em 1991, e que, por certos detalhes de mobilidade, não pôde receber até agora.
       A sua primeira escala no Velho Continente será em Genebra, na sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT). São conhecidas as suas declarações contra crianças soldado, e em favor dos direitos trabalhistas em Myanmar.
       Por fim, está prevista sua recepção pelo Presidente François Hollande.


( Fonte:  International Herald Tribune )

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