As Perspectivas
Eleitorais de Obama
O
colunista Albert R. Hunt se ocupa do
cenário da candidatura de Barack Obama
à reeleição, na avaliação de Peter D.
Hart, um democrata especializado em prévias (pollster). A par dos defeitos centrais da campanha - o seu caráter
insular, desconectado da realidade, e na consequente arrogância, assinalados
pelos consultores - o consenso nas sugestões ao Presidente se cinge a algumas
diretivas básicas.
De
acordo com os especialistas, a pauta que
Obama deveria seguir se resumiria em (a)
pare de tentar convencer os eleitores que os tempos melhoraram, (b) dê uma
visão otimista de como, se reeleito, pretende levar os Estados Unidos para
tempos mais prósperos, e (c) desafie os republicanos a apresentarem propostas
específicas.Talvez o principal obstáculo de Barack Obama esteja no confronto com as propostas da campanha de 2008, não correspondidas por seu desempenho no primeiro mandato.
O rival Mitt Romney tem muitas fraquezas, e por isso os consultores concordam com os ataques desfechados por Obama contra o ex-governador de Massachusetts, desde que não sejam a mensagem dominante da respectiva campanha.
Se bem orquestrados, o eleitorado pode ser sensibilizado pelos pontos francos de Romney – que não são poucos. Sendo um milionário, o seu modo de vida está desconectado do americano comum; o seu apoio à proposta orçamentária de Paul Ryan (o deputado chefe da Comissão de Orçamento da Câmara) o torna vulnerável, pelo seu ataque aos programas Medicare e Medicaid. Também entre os possíveis ‘vilões’ da pregação presidencial o papel de Mitt na Bain Capital, e a sua ênfase na liquidação de empregos, como fórmula de recuperar companhias em dificuldade. Há outros aspectos, como a sua participação no bullying de um colega escolar, de acordo com artigo investigativo na imprensa, que podem ou não prosperarem.
Os consultores recomendam, outrossim, um remédio amargo para Obama e, por isso, de utilização pouco provável. Ironicamente, a sua principal contendora democrata em 2008 - que a campanha do homo novus e senador por Illinois desconstruira com facilidade – tem hoje popularidade que a tornaria imbatível pelo GOP. Nesse sentido, propõem que Hillary Clinton deixe o State Department e entre na campanha pela reeleição do presidente. Embora trouxesse fator ponderável para salvar a postulação de Obama, essa solução se afigura pouco provável, eis que Hillary dificilmente a aceitaria, e tampouco a equipe do presidente a pediria.
Como as coisas estão evoluindo, é pena. Porque, a despeito de o que pensa a turma da Casa Branca, Barack Obama está precisado e muito de auxílio.
Dada a ameaça por Darrell Issa de uma sem precedentes declaração do Ministro da Justiça de menosprezo do Congresso – que exigiria a aprovação pelo plenário da Câmara (que no presente tem maioria republicana) – Barack Obama resolveu recorrer a um recurso extremo do Poder Executivo. No passado, o antecessor George W. Bush o utilizara por seis vezes e Bill Clinton, por catorze vezes. Em geral, o emprego do ‘Executive privilege’ é feito quando o Presidente se depara com o respectivo partido em minoria no Congresso.
Há poucas dúvidas de que os republicanos no Comitê de Supervisão, e o seu presidente, o deputado californiano Darrell Issa, desejam constranger a principal autoridade na implementação da justiça, com uma citação de ‘contempt’ (menosprezo), o que, em ano de eleição presidencial, fatalmente iria reverberar no Presidente Obama.
O objeto da querela reside no fracasso da ‘Operação Rápida e Furiosa’ (Operation Fast and Furious), que não logrou evitar que armas de fogo compradas nos Estados Unidos cruzassem a fronteira e fossem parar no México.
Diante da demora em concluir o seu trabalho – seis meses – o Presidente do Supremo, o Ministro Ayres Britto, cobrara por ofício que Lewandowsky atendesse ao prazo estabelecido, para que o julgamento se iniciasse na data fixada.
No fim de contas, apesar de irritado pela pressão, o Ministro Lewandowski cumpriu o prazo determinado, com apenas um dia de acréscimo.
O importante julgamento se iniciará, por conseguinte, a dois de agosto (e não a primeiro de agosto, conforme previsto inicialmente). O Ministro Cézar Peluso terá, assim, oportunidade de emitir o próprio voto oportunamente, eis que a sua aposentadoria compulsória será em três de setembro p.f. Para que tal possa ocorrer, Peluso terá de pedir para votar logo após o relator Ministro Joaquim Barbosa (voto agora previsto para quinze de agosto) e o Ministro revisor.
( Fontes: International Herald Tribune, O Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário