O que fizeram da UNE ?
Será triste reconhecer, mas acaso surpreende que o Ministério Público ora descubra notas frias e gastos com compras de bebidas alcoólicas, entre outras maracutaias, nas prestações de contas de o que virou dependência governamental adstrita à órbita do PCdoB ?
No passado distante, a UNE só prestava contas à sociedade civil, pela coragem e a própria liberdade, preciosa moeda que, junto com o respeito do povo, lhe valeria indizíveis sacrifícios na cruel contabilidade da ditadura.
Os cidadãos
comuns e os funcionários do Congresso
Não foi há
tanto tempo assim que el-Rei Dom Lula interveio na refrega e salvou do cutelo o
fidalgo José Sarney. De certo modo, a ação foi fulminante, mas o resultado não iria
favorecer a boa causa. Graças às hostes presidenciais e à gente petista não
seria preservado apenas o presidente do Senado, de quem se reclamava a
renúncia, até com o cartão vermelho dos juízes de futebol.
Na terra do Rio do Letes, esqueceu-se o
escândalo dos atos secretos, a inchação de falsos diretores e os gordos
salários que escarnecem das magras pagas de professores e altos funcionários.Só circulam na internet as denúncias contra essa vergonha e outras mais. Por quanto tempo ainda teremos de aguentar a frase do general de Gaulle de que o Brasil não é um país sério, e ver que, a despeito dos anos, ela continua válida ?
O voto em aberto
nas cassações de mandato
Essas PECs não tão estranhamente assim permanecem na gaveta de Sua Excelência desde 2006. É mais fácil para os senhores senadores (e deputados) votarem pela inocência de um colega (que foi, por exemplo, flagrado recebendo propinas), encobertos pelo encardido manto do anonimato, do que enfrentar as incômodas luzes da verdade, e reconhecer perante os eleitores o seu perdão corporativista.
Dentre os senadores, Renan Calheiros, v.g., já escapou de dois ordálios. No plenário do Senado, em voto secreto, as bancadas votaram pela sua permanência. Agora, quando se fala até de um possível perdão para Demóstenes Torres, caberia sem dúvida a pergunta: até quando se desrespeitará o Povo Soberano ?
O chamado ‘ponto facultativo’, fenômeno de hipocrisia que se pode referir a toda Pindorama, chegou a ser aplicado no Rio como instrumento eleitoral, tornando possível a vitória do candidato do Governador do Estado à prefeitura carioca através dessa artimanha.
Na última ‘ponte’ – o feriado de ‘Corpus Christi’ caíu na quinta-feira – se deparou o esvaziamento do Rio de Janeiro já na tarde de quarta, com levas de turistas prelibando mais um longo fim de semana.
Se o tempo há muito já saíu da órbita dos deuses, e passou a previsível fenômeno atmosférico, todo esse mau tempo caindo sobre tantos pressurosos em férias chega até a evocar antigos caprichos da divindade...
Ao invés de outros países mais sérios, a Constituição de 1988 permitiu a permanência dos suplentes, no feitio patrimonialista. Cada Senador aponta uma lista de até três suplentes, que o substituem nos seus impedimentos, e se apossam do mandato popular, em caso de renúncia ou morte do titular. Já houve substitutos que, sem nenhum voto sequer, permaneceram na Câmara Alta por sete anos (o mandato como se sabe é de oito).
Hoje há cerca de vinte suplentes em função, todos eles sem voto, mas com a devida pose senatorial. Até quanto se permitirá esse desrespeito ao eleitor ?
( Fontes: O
Globo, Veja )
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