quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

O Brexit em pauta ?


                                 

        A Primeira-Ministra britânica, Theresa May, confirmou a 26 do corrente, por primeira vez, que 'pode haver' um adiamento da saída do Reino Unido da U.E., caso o acordo com Bruxelas seja vetado pelo Parlamento.
          A inefável May se especializa em dizer sandices. Como o Reino Unido não é uma ditadura, um pronunciamento do Parlamento é indispensável para a eventual saída da U.E.

           Caso o atual acordo não seja aprovado, a Premier  convocará uma segunda votação, para tratar da saída sem acordo. Segundo se especula, a Primeiro Ministro pretende deixar nas mãos dos deputados a decisão de adiar a data do Brexit por "um período curto e limitado", se eles rejeitarem o acordo (inepto) de separação que ela firmara com a U.E.
           É de notar-se que, elocubrações à parte,  o Labour - que é a segunda bancada em Westminster - havendo mudado de posição, as coisas não estão assim tão simples para a May.
            Mais coisas podem estar em pauta, inclusive a possibilidade de um segundo referendo, o que a Primeiro Ministro tudo faz para evitar, eis que tal eventualidade pode-ria, com a confirmação da permanência do Reino Unido - contra vento e maré - na União Europeia, levaria muito provavelmente de roldão a inepta gestão da May.

             Não obstante, a Primeiro Ministro continua a agir como se tudo estivesse cor-rendo a seu favor, quando qualquer um com um mínimo de discernimento dirá justa-mente o contrário.
  
              Pela manifesta falta de controle da situação de parte do gabinete da May, a situação tende a agravar-se, não se podendo excluir que o tão temido recurso ao segundo referendo - dado o caráter anêmico e por conseguinte nada conclusivo daquele primeiro de 2016 - venha a configurar-se como a saída inelutável para uma crise que  é artificial, na medida em que se deve à falta de visão ou incapacidade de lidar com uma situação anômala, quando a maioria de um Povo pende manifestamente pela extensão da permanência na U.E., enquanto liderança de pouco estofo e igual discernimento  pensa ainda poder estender tal estado de coisas,   que acumula erro sobre erro.

                  Em situações como a presente,  político que tenha um mínimo juízo já teria optado há muito em passar a solução para o alvitre do Povo Soberano.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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