sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A fraqueza de dois leaders possibilita outro referendo ?


                              

         A desastrosa condução tanto pela  Premier Theresa May da política do gabinete britânico, quanto pelo leader trabalhista Jeremy Corbyn, quanto ao próprio Labour,  tem criado condições reais para que a realização de um novo referendo - depois daquele do verão de 2016, que terminara com votação favorável, mas inexpressiva, para a causa do Leave e no qual a inépcia do então Primeiro Ministro David Cameron fora premiada com o seu brusco afastamento da carreira política.

          Por outro lado, a ambígua liderança do trabalhista Jeremy Corbyn tem sistematicamente impedido que o seu partido seja instrumental para a criação de condições de realização de novo referendo, como o deseja a maioria dos súditos de Sua Majestade. Com efeito,  as preocupantes condições da eventual e infelizmente provável saída do Reino Unido da União Europeia,   por causa, sobretudo, da inepta política da Primeira Ministra, se vem tornando a inegável e preocupante certeza de que o Brexit ardente-mente desejado por uma falange de fervorosos, até mesmo sinceros, seus partidários, como os gêmeos Johnson, venha a realizar-se sob condições duras e mesmo desfavo-ráveis, trazendo de volta a figura do Reino Unido como exemplo de tudo o que os pro-motores do ingresso da Inglaterra na Comunidade Econômica Europeia,  logo após a partida definitiva do general de Gaulle, tanto haviam desejado para que afinal se cumprisse. Como poderia aquela plêiade de líderes imaginar que décadas depois, seja pela leviandade (Cameron), seja por doce estupidez (May) de novo repontaria aquele anacrônico monstro, vale dizer,  a solidão da Inglaterra, quando as guerras mundiais e o progresso da Humanidade tornaram passadiça sua condição de grande-potência em magnífico isolamento ?
             O próprio Corbyn devotaria estranhos propósitos, segundo certa imprensa, que o impediriam de trabalhar em prol de condições que se adequam ao presente - i.e., à Comunidade Europeia - e não em favor de movimentos que mais parecem pertencer ao passado, ou que, pelo menos, não possam integrar-se  nas atuais exigências que tornam conglomerações ultranacionais  a saída natural como resposta às novas condições políticas e culturais.   

            A advertência do antigo líder britânico John Major quanto à realidade de que a juventude daquele país dificilmente perdoará a falta de visão, a inépcia mesmo, da atual liderança (leia-se Theresa May) ao criar condições que, na prática, impeçam os jovens de vivenciar e fruir de realidade institucional que hoje constitui a nova e possível projeção de seus sonhos e ambições, que não mais sóem limitar-se aos confins de realidades nacionais, tornadas pequenas  e, mesmo insuficientes,  para a visão da juventude de um mundo que a democracia e o internacionalismo tornaram mais inclusivo e mais propício, por conseguinte à realização dos respectivos sonhos, qualquer que seja a esfera de predileção, seja artística, científica, popular ou erudita ?

( Fontes:  The Economist,  O Estado de S. Paulo )
                      

Nenhum comentário: