terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Auspiciosa mudança no Labour


                                            

         Após a deserção de nove membros do Partido, na semana passada, e sob a perspectiva de outras saídas,  o líder dos trabalhistas Jeremy Corbyn deixou de lado sua antiga resistência a uma segunda votação plebiscitária.
           "De uma forma ou de outra, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir um 'não acordo' e nos opor ao perigoso brexit dos conservadores."

            Talvez por circunstâncias aludidas no blog de ontem, Corbyn haja esperado por demasiado tempo. Se conseguir aprovar uma emenda sobre um novo referendo por meio do Parlamento se afigura formidável tarefa, e por conseguinte pouco provável em um curto prazo. Não obstante, depois das sandices da May e de suas propostas confusas e nada alentadoras (no que tange ao brexit sem qualquer acordo com a CE), a esperança será sempre a última que morre. Quanto à aprovação do segundo referendo, as perspectivas de um resultado positivo para a permanência do Reino Unido na Comunidade Europeia, dissipado o ambiente estival e a incompetência do gabinete Cameron, não podem ser decerto excluídas.
  
                É de notar-se que conseguir aprovar uma emenda sobre um novo Referendo por meio do Parlamento seja  tarefa difícil no curto prazo, mas o apoio de Corbyn à ideia animou os britânicos com vistas a reverter o resultado do referendo de 2016. Sem o apoio do Labour, não haveria a menor chance de um segundo referendo ser sequer autorizado pelo Parlamento.
                    O Partido Trabalhista apresentará a 27 do corrente uma cláusula para ser submetida à votação no Parlamento na qual pedirá ao deputados que apóiem uma união aduaneira permanente com a União Europeia.
                      Se tal plano alternativo fracassar, os trabalhistas "cumprirão a promessa" de  apoiar um novo referendo, segundo detalhou o porta-voz para o brexit da legenda, Keir Starmer.
                       O líder trabalhista confirmou, outrossim, que na votação desta semana apoiará  a emenda apresentada pela também trabalhista Yvette Cooper e pelo tory Oliver Letwin que obrigaria o governo a adiar o brexit se um acordo não for aprovado até o dia treze.

                       " A primeira Ministra está deixando o relógio correr temerariamente, em uma tentativa de forçar os parlamentares a escolher entre seu acordo fracassado e um desastroso 'não acordo' ",  afirmou  o líder Corbyn.
                           No congresso anual do Partido, realizado em setembro último, o líder trabalhista se comprometera a promover nova consulta caso não conseguisse forçar eleições gerais antecipadas, mas havia se recusado até agora de apoiá-la de maneira explícita.

( Fonte: O Estado de S. Paulo)

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