quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Diário da Mídia (V)

                               
   Não às balas de borracha

 
           Em  enésima manifestação, a P.M. do Rio de Janeiro apelou para as balas de borracha. Dada a hipocrisia que lhe cerca a utilização, e o mal que essas balas já fizeram, deveria ser proibido o seu emprego pela polícia.
           Em São Paulo, no início dos protestos do movimento pelo passe livre, polícia militar mal-preparada atingiu repórter da Folha de S. Paulo com bala de borracha, afetando gravemente a visão da jornalista.

           Trata-se de uma balela dizer que balas de borracha sejam instrumento não-letal. Ao contrário, podem causar a morte da pessoa atingida, além de outras graves lesões, como no exemplo acima.
           Por tudo o que já causaram, as ditas balas de borracha devem ser interditadas pela legislação federal, e quanto mais cedo, melhor. Não é aleijando pessoas, ou matando manifestantes que a ordem pública será mantida.

 
A erradicação da poliomielite

 
        Segundo assinala o Herald Tribune, o esforço global para a erradicação da paralisia infantil – em muitas regiões  sem nenhum caso há muitos anos – encontra enorme pedra no meio do caminho. Com efeito, a campanha mundial se vê fragilizada em duas áreas em que claudica o poder estatal.
       Assim, na Somália, um estado fracassado desde a queda de Siad Barre em 1991, com a fragmentação do país surgiria não só núcleo terrorista da al-Qaida (ali denominada al-shabaab), além de base territorial para ações de pirataria marítima no Índico e adjacências, mas também a calamidade clínica de 121 casos de pólio na região (abrangendo também o Quênia).

      Por outro lado, em país no qual o poder estatal enfrenta obstáculos graves, na região do Waziristan, no norte do Paquistão, um senhor da guerra proibiu as campanhas de vacinação.  Nesse particular, a CIA, ao procurar instrumentalizar uma ação contra a hepatite na tentativa de determinar a localização de Osama ben  Laden, mostrou questionável orientação política, ao tornar suspeitas as ditas campanhas.  A ignorância do senhor da guerra, Hafiz Gul Bahadar resolveu, sob pretexto da ingerência política americana, suspender a autorização de campanhas de vacinação (inclusive contra a poliomielite), enquanto os ataques dos drones americanos não cessarem.  Por força dessa suspensão, reapareceram os casos de poliomielite. Se foram apenas dois, bastam, no entanto, para indicar que o vírus está na área.

 
O  Padrão  Fifa  no  preço das entradas da Copa

 
        O futebol é um esporte popular, mas pela comercialização da  FIFA, corre o risco de deixar de sê-lo, pelo menos no que concerne à Copa do Mundo.

        O torcedor do Povão constitui elemento indispensável nas torcidas dos estádios. Afastar os populares das arquibancadas – para não falar das gerais, na prática extintas – é  decisão de cunho mercantilista, que pode ter sérias consequências sociais.
        O atual preço dos ingressos e as suas condições de venda podem estar conformes a visão e os planos de mercado dos senhores executivos da FIFA, mas contrariam a íntima ligação do torcedor de baixa renda com o futebol.

        Se os estádios não devem ser rinha para as famigeradas torcidas organizadas, tampouco devemos deles afastar o que em termos de futebol é a presença do torcedor. Ou será que o propósito é transformar os estádios padrão Fifa em assépticos locais de gente endinheirada ?

 

(Fontes:  International Herald Tribune, O Globo on-line, Folha de S. Paulo )

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