domingo, 11 de agosto de 2013

Colcha de Retalhos A 29

                                       
Dilma e as prévias

               O Datafolha determinou pequena recuperação de Dilma Rousseff. Dos 30% no auge dos protestos de rua, a avaliação de seu governo passou para 36% (dos que o consideram ótimo/bom).  42% dos entrevistados o qualificam como regular, e 22% como ruim/péssimo.
               Na consulta, Lula da Silva (que seria o stand-in se ocorresse uma debacle na candidatura de Dilma à reeleição) ainda teria condições de vencer em primeiro turno, o que não é o caso da Presidenta.    
               Por outro lado, em termo de regiões, os melhores resultados para Dilma estão no Nordeste (43%) e no Norte/Centro Oeste (40%). Já no Sul (33%) e no Sudeste (32%) a reação foi menor.

 
Marina

               Dentre os candidatos da oposição, Marina continua a subir nas pesquisas. A única favorecida pelos manifestantes de junho, mesmo agora a sua posição se reforça, passando de 23 a 26%.  O seu único problema está na montagem do respectivo partido, a Rede Sustentabilidade.
               Quanto aos demais da oposição, Serra continua a ter desempenho melhor do que Aécio (14% contra 10%), e Campos (PSB) está estagnado (6%).

 

As Contas da Campanha de Dilma/2010             

   
                A revista VEJA deste fim de semana, em outro furo, se reporta a dois casos no TSE, em que pareceres técnicos recomendavam a reprovação das contas do PT na época do mensalão  e da campanha da presidente Dilma em 2010.
                O auditor Rodrigo Aranha Lacombe - destacado para analisar as contas do PT relativas 2003, e munido de documentos que atestavam fraudes – elaborou seu parecer recomendando ao tribunal a rejeição das contas.
                Menos de dois meses depois (a época é 2010) ocorreu caso similar ao dos mensaleiros, mas desta feita envolvendo as contas da última campanha presidencial do PT. Igualmente encarregado de analisar o processo, o auditor Rodrigo Lacombe, ao conferir as planilhas de gastos, descobriu diversas irregularidades, algumas formais, outras nem tanto. Faltavam comprovantes para justificar despesas de campanha.
                 Colocado diante de irregularidades cuja gravidade justificava a mesma recomendação, o técnico deu parecer no sentido de rejeitar as contas eleitorais, o que na prática significava impedir a diplomação da presidente Dilma Rousseff.
                 No entanto, o destino dado a esses dois pareceres do auditor Rodrigo Lacombe foi o mesmo: eles não foram incluídos nos processos respectivos.
                 O auditor – que trabalhou no TSE de 2003 a 2012 – prestou depoimento ao juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, secretário-geral do TSE e braço direito da atual presidente do tribunal, a ministra Carmen Lúcia. Pelas declarações de Rodrigo Aranha Lacombe, “a manipulação que permitiu a aprovação das contas do mensalão e da campanha de Dilma Rousseff teria sido conduzida pessoalmente pelo então presidente do TSE, o ministro Ricardo Lewandowski.”
                  Conforme a revista VEJA, que teve acesso a tal documento – assim como outros que incluem mensagens eletrônicas  ainda mais contundentes – a participação do então presidente do TSE estaria bem documentada.       
 

 
Nos gulags uma saída para a economia ?

                  A estória é um tanto estranha, mas merece crédito pela fonte.  Segundo o New York Times, o presidente Vladimir Putin estaria pensando em recorrer às colônias penais (os famigerados gulags) para encontrar meio suplementar para a revitalização da economia russa.
                  Como a economia não está crescendo, e existe um alto número pessoas  na Rússia ou cumprindo pena por crimes econômicos (cerca de 110 mil) e cerca de 2500 em presídios aguardando julgamento pela mesma infração (que inclui fraude, peculato,falsificação e sonegação fiscal),  Putin examina a possibilidade de uma anistia fiscal para uma parcela desses empresários.
                 O plano já tem seis meses de implementação, e no seu primeiro mês treze detentos foram liberados. O empresário mais conhecido na Federação Russa – e cuja empresa Yukos, antes a maior da Rússia, avaliada em quarenta bilhões de dólares, e que faliu após a prisão do respectivo chefe -  colheu desta lei do regime Putin o que pode ser considerada uma ambígua homenagem: Mikhail B. Khodorkovsky é a exceção do diploma jurídico. Ele não pode valer-se desta janela legal.
                 Pelo visto, a premissa básica de qualquer sistema jurídico, a saber,  que a lei é igual para todos não tem vigência na Rússia de Vladimir Putin.                     

 
Boas Novas para a economia grega ?

 
                 A República Helênica está no sexto ano de uma interminável recessão: que é visível não só na mídia e nos jornais, mas também em quem se anime a visitar-lhe a capital, com tantas lojas e negócios fechados, além dos repetidos protestos e greves contra o estado de coisas desencadeado a partir de 2010.
                  Sem embargo, o Ministro da Finanças, Yannis Stournaras anunciou que o crescimento econômico voltará no ano próximo, inclusive superávit orçamentário (não incluídos os pagamentos de juros).
                   Por outro lado, a Grécia está no sexto ano de recessão que encolheu de forma dramática a economia. Excluída dos mercados financeiros desde 2010 – em medida de mão dupla, dado o temor de ulterior contaminação pela crise grega da finança internacional – a ‘normalidade’  tem sido mantida por operações de salvamento (bailouts) da Comissão da U.E., do Banco Central Europeu e do IMF.
                 Como se discute a possibilidade de um retorno da Grécia aos mercados -  o que abriria a janela de ingresso de recursos para financiar um déficit de dez bilhões de euros, para o biênio 2014-15,  o ministro das Finanças coloca duas condições para tanto:  um superávit primário e a volta da economia aos índices de crescimento econômico.
                 Enfraquecido, como os doentes antigos, depois de uma ‘cura’ a base das sangrias da famigerada austeridade, é de esperar-se que por milagre o enfermo haja resistido às drásticas medicações...

 
A  incógnita  Egito  

 
                Após o golpe militar no Egito, sucedem-se os massacres de partidários da Irmandade Muçulmana, as declarações do secretário-geral da Irmandade, el-Beltagy a reclamar pelo retorno da legitimidade, o forçado silêncio do derrubado  presidente Mohamed Morsi, que continua preso, os comunicados do gabinete interino do premier  Hazem al-Beblawi, que  ameaça tirar à força os manifestantes das praças  (refere-se às praças Al Nahda e Rabia al-Adawiya).
                Entrementes, o Comandante das Forças Armadas, que afastou o presidente Morsi, paira sobre os demais personagens.
                Com efeito, o general Abdel Fatah al-Sisi, mais pelo silêncio, a par da fraqueza dos demais instrumentos institucionais convocados para resolver uma situação criada pela incompetência político-administrativa de Mohamed Morsi, por ora desperta mais perplexidade do que reações específicas.
                Dados os precedentes históricos no país, caberia perguntar se, porventura,  trata-se de uma tática.

 

(Fontes:  VEJA,  International Herald Tribune,  Folha de S. Paulo )                 

Um comentário:

Maria Dalila Bohrer disse...

Quanto à reportagem da revista Veja sobre as irregularidades das contas da campanha declaro que, na minha opinião, esta revista está demasiado sensacionalista nos seus furos de reportagem,motivo pelo qual duvido da veracidade de suas fontes.