Espionagem da NSA
Estaria prestes a
ser implementada diretiva do Presidente Barack Obama no sentido de que chefes
de governo de países amigos não mais sejam objeto
da espionagem eletrônica da National
Security Agency.
A principal
razão desta mudança nos procedimentos revelados por Edward Snowden está no
mal-estar com a Alemanha Federal, pelo fato de que o celular da Chanceler
Angela Merkel vem sendo grampeado desde 2002, por ordem de George W. Bush.
Outros chefes
de estado e governo atingidos pela programada indiscrição da NSA são François Hollande da França, o
Primeiro Ministro da Espanha, Mariano Rajoy e o Presidente do Conselho
italiano, Enrico Letta.
A reação da
dirigente alemã manifestou seu mal-estar em descobrir-se objeto de prática que
se destina em geral a países adversários. Por outro lado, a Merkel enviou
representante da agência competente alemã aos Estados Unidos para contatos, sem
desgastar-se com reações personalizadas.
Se for
confirmada a determinação da Casa Branca no sentido de excluir chefes de estado
e governo com boas relações com a superpotência da espionagem da NSA, a
proverbial discrição e moderação da Chanceler germânica ver-se-á amparada pelos
resultados, demonstrando para bom-entendedor que a elegância na reação não é
necessariamente um fator negativo para o êxito respectivo. O punho de ferro, se
envolto em veludo, não sói ser contraproducente...
O primarismo dos recursos de Maduro - o constrangedor e lépido passarinho no ombro já constituira dose de difícil deglutição – só terá um limite, que será dado pela população (ou por forças que digam representá-la).
O
desabastecimento do mercado, a incapacidade de atender a compromissos financeiros, o
ridículo nas denominações ministeriais,
parecem contribuir para a aceleração de um familiar processo de Latino
America. Nada mais aglutinador para os leais companheiros do que a ameaça de
uma perigosa ineficiência que, por falta de sensibilidade e de qualquer
resquício de competência administrativa, possa redundar em situações terríveis,
como a perspectiva de soterrar a todos os chavistas sob a avalanche do mau
governo.
Crepúsculo de Cristina Kirchner
A fragmentação do peronismo pode disfarçar um
tanto a derrota da Presidente – manteve a maioria em Senado e Câmara, mas
perdeu nas principais províncias (Buenos Aires, Córdoba e Mendoza).
A
principal vitória da oposição foi de Sergio Massa, dissidente kirchnerista, que
venceu no maior colégio do país, com
43,92% dos sufrágios. Por outro lado, Maurício Macri, do PRO (Proposta
Republicana) prefeito de Buenos Aires, teve a sua legenda como campeã de votos
para o Senado e a Câmara na Capital Federal.
O populismo
continua forte na Argentina. Mas os reveses sofridos pelas forças que apoiam a
Cristina viúva de Kirchner, parecem indicar que o peronismo, se nominalmente
persiste, estará presente no governo através de outras correntes, que não se
confundem com a linha propugnada por Nestor Kirchner, que sucedera a modalidade
neoliberal peronista de Carlos Menem.
David Cameron, o aliado fiel
Cameron já
se distanciara da indignação de líderes europeus continentais, e agora estará
pensando – como antes dizia o finado General João Figueiredo – em ‘recrudescer’, ao
ameaçar agir para impedir a publicação
de o que considerou ‘vazamentos
prejudiciais’, trazidos à baila pelo atual asilado moscovita Edward Snowden.
A
advertência visa ao jornal “Guardian’ – de que Glenn Grenwald é o
correspondente no Rio de Janeiro, e depositário de documentação desvelada pelo
anterior agente americano – e não semelha coadunar-se com a tradição do país da
Magna Carta e das liberdades no Ocidente.
O
comportamento de Cameron, sobre o qual pende o temível gládio da impopularidade,
se tem ultimamente dissociado da vertente da União Europeia – chega mesmo a
repisar o velho insularismo da Albion, com a reexumação da querela sobre a
participação – ou não – da Inglaterra no organismo continental de Bruxelas.
Agora, se
dispõe a reintroduzir a censura no berço ocidental da democracia, e o alvo
voltaria a ser o irrequieto Guardian. Nesse sentido, o solícito Cameron aponta
para o perigo de “o que Snowden está fazendo (e que os jornais o ajudam a
fazer, vale dizer) “sinalizar para os que querem nos fazer mal como fugir e
driblar a inteligência, a vigilância e outras técnicas. Isso não vai
tornar nosso mundo mais seguro (...).
Isso está ajudando nossos inimigos.”
Embora
David Cameron garanta que “não quer usar liminares, proibição de publicações ou
outras medidas mais duras”, ao pedir a responsabilidade social dos jornais, o
que ele semelha desejar implantar seria a velha auto-censura, que muitos não
pensariam existir na sucessora de Atenas em termos de linhagem democrática.
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