domingo, 27 de outubro de 2013

Colcha de Retalhos A 39

                                        

Além do Assistencialismo ?

 
             Segundo noticia a Folha, o repasse da Bolsa Família supera a receita do Fundo de Participação dos Municípios em 457 cidades brasileiras, das quais a esmagadora maioria (435) fica nas regiões Nordeste e Norte.

             Um dos 39 ministérios do governo Dilma se ocupa precipuamente da bolsa família – a subvenção cai diretamente na conta das famílias beneficiadas. Por sua vez, o outro benefício governamental, o FPM é alimentado pela receita de impostos como o IPI e o Imposto de Renda, e entra no caixa da prefeitura, com fins precípuos de custeio, como o pagamento de funcionários.
             Os pequenos municípios das regiões mais pobres do país – Nordeste e Norte – têm no FPM a sua principal fonte de financiamento mensal. O fenômeno correlato é o elevado número de famílias aquinhoadas pela Bolsa Família, e a consequente dificuldade de encontrar fontes de arrecadação.

             Em estados como Maranhão (o feudo dos Sarney é o campeão da Bolsa Família) e Acre, a maioria das cidades recebe mais verbas por meio do benefício.
             O Bolsa Família, que ora completa dez anos, pagou em 2012 R$21,1 bilhões a catorze milhões de famílias. No mesmo ano, o Fundo somou R$ 67,7 bilhões. Assinale-se, por oportuno, que o volume de recursos do programa social cresce em ritmo superior ao da verba do FPM.  Nesse contexto, com a iniciativa do governo Dilma de desonerar produtos de consumo durável, menos recursos foram destinados ao FPM.

             Há desconforto entre prefeitos, chegando os de Minas e Pernambuco a ameaçar fechar as portas em protesto.
            Falta visibilidade no Bolsa Família, quando pessoas não qualificadas – como recentemente o caso de diversos políticos (cujos nomes não foram divulgados) continuarem a receber de forma indevida o benefício em apreço.

             A pergunta que fica no ar – e nesse contexto o Maranhão e Pernambuco  são estados que vêm à mente – é determinar o mecanismo social do programa, com vistas a criar condições para que os beneficiários não se eternizem como recepiendários. Que incentivos proporciona o Bolsa-Família (além da frequência dos jovens na escola) para que o benefício não seja um simples fim de linha ?

 
Pobre Petrobrás !

 
              Se a estatizante e desenvolvimentista Dona Dilma parece tratar de forma menos favorável a empresa idéia-mestra de Getúlio Vargas, i.e. a nossa querida Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRÁS) do que paradoxalmente o governo de FHC, alguma coisa deve estar muito errada no Reino da ... Dinamarca.
             Como Dilma Rousseff para lá indicou a amiga Graça Foster, funcionária respeitada na matéria, a presunção seria que a Petrobrás entraria em período de grandes sucessos e realizações.

            A notícia de que o lucro da Petrobrás caíu 39% no terceiro trimestre estranhamente, no entanto, não surpreende. Na sua singular política de preços administrados, a estatal de Graça Foster é chamado a pagar o ágio da gasolina, dado o prejuízo de estabelecer preço para a gasolina que está abaixo da cotação internacional.
            A descapitalização da magna empresa brasileira é uma triste consequência  de uma antipolítica econômico-financeira do governo Dilma. Com subvenções embutidas – que na verdade ficam por conta da Petrobrás – é uma política míope essa de tentar controlar a inflação através das mágicas de preços administrados.

            Na verdade, pelas contradições que exacerbam, essa política foi descartada há muito por gestores financeiros responsáveis. Ao que parece, o Brasil entrou em fase regressiva, com uma antipolítica, com controles de preço como o acima referido, e agora o ataque à lei da Responsabilidade Fiscal.
           Com a federal irresponsabilidade, me recordo de antigo chefe meu que, em momentos de previsível turbulência posto que não atmosférica, recomendava a colocação ainda assim do cinto de segurança...

            Pelo que se indica, nada é permanente.  Por força de D.Dilma, o Plano Real vai saindo de cena, e as poucos a adentra o nosso velho conhecido FMI. Será que temos vocação de lista negra ?             

 
Rombo no Balanço de Contas Correntes            


          O nosso balanço de pagamentos apresentou uma melhora pontual em setembro último, posto que o resultado tenha sido influenciado por fator atípico. Com efeito, setembro foi o menor déficit mensal do ano, com US$ 2,6 bilhões negativos. Tal se deve ao aporte de nossas empresas no exterior, que transferiram para Pindorama, em setembro, US$ 3 bilhões (o valor médio mensal costuma ser de US$ 177 milhões).

         Em setembro, contudo, o acumulado do ano manda outra mensagem, deveras preocupante: até setembro o Brasil está no vermelho em US$ 60,4 bilhões (um recorde!), e 77% maior do que o registrado em período equivalente em 2012 (US$ 34,1 bilhões).
         Há para o corrente ano a previsão de que o déficit total seja de US$ 75 bilhões.  Essa piora tem muito a ver com a disfunção da Petrobrás, eis que reflete o aumento das importações de combustíveis e a queda nas exportações de petróleo.

 
 
(Fonte:  Folha de S. Paulo)

Nenhum comentário: