domingo, 28 de junho de 2020

Brasil: parceria na vacina com Oxford


              
       O Ministério da Saúde anunciou ontem, 27 de junho,  sua parceria com a Universidade de Oxford, para produzir 30,4 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, com investimento de US$ 127 milhões. O primeiro lote deve ser fabricado em dezembro/2020, e o segundo em janeiro de 2021, pela Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
          Segundo o ministério, as doses só serão ministradas após a finalização dos estudos clínicos e a comprovação da eficácia da vacina. O acordo em apreço prevê que a Universidade de Oxford compartilhe a tecnologia de produção da vacina com a Fiocruz.
          Parte do montante supra-referido será utilizado na modernização do parque tecnológico de Bio-Manguinhos.
            Pela parceria acima referida,  o governo brasileiro receberá  o ingrediente farmacêutico  ativo (IFA) produzido por Oxford para a produção dos lotes. No caso de ser comprovada a eficácia da vacina, ela será ministrada para grupos de risco e profissionais de saúde.  Assumindo que a  vacina seja exitosa, essa primeira etapa estará vencida, e o governo brasileiro produzirá outras setenta milhões de doses, totalizando cem milhões de imunizan-tes, no valor de US$ 161 milhões.  

           A seguir, teremos os testes sobre a eficácia da vacina, pois existe um óbvio risco no que tange à eficácia ou não desta vacina experimental  contra o coronavírus. Como declara o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Correia de Medeiros "existe um risco associado" a tal desenvolvimento. Nesta sexta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a vacina em tela, a ChAdOx1nCoV-19, produzida por Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca é a mais avançada do mundo "em termos de desenvolvimento" e lidera a corrida por um imunizante contra a Covid-19.  Após testes bem-sucedidos no Reino Unido, a fórmula já está sendo testada no Brasil (Rio e São Paulo) e na África do Sul

             Segundo Sue Ann Costa Clemens, pesquisadora brasileira (especialista em prevenção por vacinas de doenças infecciosas) e também diretora do Instituto para a Saúde Global, da Universidade de Siena : "Os dados vão ser analisados mensalmente em todo o mundo e é possível que a gente prove essa eficácia lá para outubro ou novembro".
               De acordo com Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, a compra de lotes e a transferência de tecnologia darão autonomia na produção: "O Brasil busca evitar situações como as ocorridas no início da pandemia, quando a alta demanda não permitiu que tivéssemos acesso a insumos e medicamentos. Estaremos eliminando as margens de lucro exorbitantes aplicadas durante a pandemia."

                 No entanto, ainda existe  dúvida sobre o cronograma de quando o Brasil começará a produzir o ingrediente farmacêutico ativo, ou seja, o princípio ativo utilizado para a confecção da vacina.
                    "Vai depender de como as pesquisas avançarem e da pactuação da Fiocruz com o laboratório (AstraZeneca). Mas temos a visão estratégica de ter a capacidade de desenvolver todo o processo produtivo da vacina - afirmou Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos estratégicos..

( Fonte:  O Globo )   

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