Viver enclausurado pode
parecer até encantador para quem rememora uma época, ou vem visitá-la envolvido
nos românticos, quiçá diáfanos véus de eras passadas, seja sob os granulados
mantos do tempo que guardamos nas ariscas memórias de provações pretéritas, em
que pensamos recolher farrapos esgarçados, nessa parca, sáfara colheita que,
por vezes, nos traz, como num capricho, a remembrança.
O confinamento será promessa de
salvação e enquanto, se temos juízo bastante, a experiência nos é propiciada, é
melhor que vague o pensamento, com as portas abertas e que, cúmplice, a imaginação
se empenhe abrir até de par em par, ou
se deixe espairecer nas estranhas sendas dessas peculiares lembranças, que mais
parecem fantasmas ou até mesmo o que o francês chama de revenants, os que voltam, mal se sabe de onde, e que palmilham a
terra, para sempre insatisfeitos.
( Fonte: a realidade sob forma jamais vista.)
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