Em atrito com o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
a quem semelha não perdoar pela sua capacidade técnica e consequente favor
popular, o presidente Jair Bolsonaro
mandou mais um recado atravessado ao seu auxiliar, ao dizer que ninguém no governo
é "indemissível".
Segundo, no entanto, refere o Estadão, a declaração soa como bravata para interlocutores do governo. Se não há dúvida de que o presidente
Bolsonaro desejaria demitir Mandetta, ele sabe, no entanto. que, ao fazê-lo,
arriscaria a própria imagem diante da
popularidade que o Ministro da Saúde alcançou pelo seu objetivo enfrentamento à
pandemia do coronavirus. Nesse
contexto, por sua competência e segurança profissional, o ministro Mandetta
conquistou o apoio de líderes do Congresso, do Judiciário, da oposição e até
mesmo de bolsonaristas. A última Datafolha,
hoje publicada, lhe aponta desempenho bom ou ótimo na gestão da crise do
coronavirus para 76% dos brasileiros - um salto de 21 pontos em relação ao
levantamento anterior.
Nesse quadro, é importante
registrar que a aprovação do presidente Bolsonaro na emergência sanitária ficou
estável (35% para 33%), e a reprovação antes
em 33%, chegou a 39%.
Como assinala, de resto, a Folha, nessas duas semanas de intervalo,
o presidente
se chocou com o ministro Mandetta por diversas vezes, ao insistir em
criticar o isolamento social -
recomendado pela OMS e encampado por
Mandetta
- e defender a reabertura do comércio.
Bolsonaro também se acha em
atrito com os estados. O governador de São
Paulo, João Dória, pediu que a população não seguisse as orientações
do Planalto e fez campanha para todos
ficarem em casa.
Segundo o Datafolha, 57% concordam com Dória. Para 51% dos entrevistados, o
presidente mais atrapalha do que ajuda no combate ao vírus.
(
Fontes:Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo )
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