sábado, 4 de abril de 2020

Mandetta x Bolsonaro


                                             
       Em atrito com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a quem semelha não perdoar pela sua capacidade técnica e consequente favor popular, o presidente Jair Bolsonaro mandou mais um recado atravessado ao seu auxiliar, ao dizer que ninguém no governo é "indemissível".

           Segundo, no entanto, refere o Estadão, a declaração soa como  bravata para interlocutores do governo. Se não há dúvida de que o presidente Bolsonaro desejaria demitir Mandetta, ele sabe, no entanto. que, ao fazê-lo, arriscaria a própria imagem  diante da popularidade que o Ministro da Saúde alcançou pelo seu objetivo enfrentamento à pandemia do coronavirus. Nesse contexto, por sua competência e segurança profissional, o ministro Mandetta conquistou o apoio de líderes do Congresso, do Judiciário, da oposição e até mesmo de bolsonaristas. A última Datafolha, hoje publicada, lhe aponta desempenho bom ou ótimo na gestão da crise do coronavirus para 76% dos brasileiros - um salto de 21 pontos em relação ao levantamento anterior.

              Nesse quadro, é importante registrar que a aprovação do presidente Bolsonaro na emergência sanitária ficou estável (35% para 33%), e a reprovação antes  em 33%, chegou a 39%.
                Como assinala, de resto, a Folha, nessas duas semanas de intervalo, o presidente se chocou com o ministro Mandetta por diversas vezes, ao insistir em criticar  o isolamento social - recomendado pela OMS e encampado por Mandetta - e defender a reabertura do comércio.

                Bolsonaro também se acha em atrito com os estados. O governador de São  Paulo, João Dória, pediu que a população não seguisse as orientações do Planalto  e fez campanha para todos ficarem em casa.
                   Segundo o Datafolha, 57% concordam com Dória. Para 51% dos entrevistados, o presidente mais atrapalha do que ajuda no combate ao vírus.

( Fontes:Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo )

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