Não, leitor amigo, a
ordem dos fatores é esta. Ontem, os comentaristas televisivos
já nos reportavam notícias
pouco agradáveis. A trindade valorizada pela gente brasi-leira - Mandetta e os
vice-ministros Wanderson de Oliveira e João Gabbardo está por desfazer-se. Não
que exista alguma disfunção ou desentendimento entre eles. Muito pelo
contrário. Em tempos modernos, nunca titular
da Saúde se destacara tanto no firmamento brasílico. E jamais se teve notícia
de uma trinca de médicos de escol, que tanto se tem distinguido no bom combate,
que é aquele que se afasta das crendices e que se abebera nos preceitos da arte
de Hipócrates e que não faz concessões a superstições. Como explicar então que esteja sob ameaça de ser afastada? Será
demasiado valor e competência profissional, que criam desconforto aos enxames
de medíocres ?
Mandetta e seus dois diretos
auxiliares, se enfrentam mar de ressaca para os lados do Planalto, pagam o
preço da própria hombridade, capacidade médica
e coragem profissional. Eles não vão para a rua por erro profissional ou
cousa similar. Nesse contexto, carece de ser muito ingênuo para pensar que as
escorregadelas do passado foram superadas.
O Povo brasileiro tampouco se engana
com as qualidades respectivas, seja da figura que foi escolhida para morar no
Palácio, seja da equipe sob a direção de Luiz
Henrique Mandetta.
Grita aos céus que não está no interesse nacional que vingue essa treta palaciana. Ao
norte, lá nos States aonde demora o
ídolo do atual presidente brasileiro, se desenrola outro espetáculo, em que o atual
morador da Casa Branca se lança, em lance diversionista, mas desesperado ataque
contra a Organização Mundial da Saúde, a cuja chefia elege em desespero como
responsável pela confusão e as muitas mortes que a respectiva incompetência terá causado, e que podem pesar
em seu próprio desfavor na próxima eleição estadunidense.
Mas é hora de voltar à realidade. Um mergulho na verdade televisiva, e lá vem o
aviso, do púlpito presidencial, que já é
outro o Ministro da Saúde, que Mandetta renunciou - na verdade, foi exonerado
pela caneta de Jair Bolsonaro, e Sua Excelência ora agradece a quem nomeou para
o lugar de um Ministro que tão bem estava cumprin-do com o respectivo dever de
salvar vidas e de afastar, pelas artes médicas, as sombras dessa nuvem da Covid-19,
que desce sobre tantos brasileiros que pelo Brasil afora lutam pela vida.
Para suceder nessa missão à
Mandetta, o presidente nomeia o Dr.
Nelson Teich. Por quê é a pergunta que paira no ar. O Dr. Mandetta tem a confiança do Povo
brasileiro. O Dr Mandetta encabeça uma equipe médica que estava empenhada no
bom combate, sob a coordenada e integrada direção desse grande médico. Ele defende o afastamento social, que é a
maneira de evitar os desastres na Lombardia e em Nova Iorque.
Há muitas máximas nessas
batalhas da nacionalidade. Diante do desafio do não-provado, nós que
somos o país do futebol, já
praticamos no passado demasiadas imprudências, e por isso não devemos esquecer o quê a nossa
realidade nos tem ensinado seja no êxito, seja na derrota: não se mexe em time que está ganhando
! E tampouco manda o bom senso que se permita aos paredros - e pra não dizer - ao próprio presidente - que venha a mexer em uma equipe - que - como
sabem céus e terras - para gregos e troianos estava manifestamente ganhando esta batalha
pela saúde do Povo brasileiro !
E agora, José ?
PS.
Com os meus respeitosos cumprimentos a Carlos Drummond de Andrade e a Manuel
Bandeira.
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