É conhecido o padrão de vida da
Confederação Helvética, que está entre os mais altos do mundo. Dispõe,
outrossim, de um dos melhores sistemas de saúde da Europa. Registra, por
conseguinte, vasta rede hospitalar e taxas elevadas de médico e de enfermeiros por habitante. Dada a qualidade
médica, costuma atrair muitos clientes do estrangeiro.
Sem embargo, o país registra quase vinte
mil infectados pelo coronavírus, um número desproporcional, se cotejado com a
população respectiva. São 2.265 contaminados em cada um milhão de habitantes,
um índice quase equivalente ao da Espanha que 2518 casos confirmados em cada um
milhão de habitantes - apesar de o número de mortes continuar baixo, 591 até
ontem, três de abril.
Qual é a razão de a Suíça ter tantos
infectados? Alguns fatores explicam. O
primeiro é a proximidade com uma das áreas mais afetadas do mundo, o norte da
Itália. Em 25 de março, somente o cantão
Ticino (fronteiriço com Piemonte e Lombardia) registrou 53 mortos, mais de um
terço do total de mortes em todo o país naquele dia. Assinale-se que esse
cantão tem só 4% da população helvética.
Tampouco a proximidade será o único
fator. A Suíça é mais dependente do que a maioria dos países europeus de
trabalhadores temporários. Assim, malgrado alguns postos fechados, suas
fronteiras continuaram abertas para a passagem dessa mão de obra.
Outro fator, como relata a mídia alemã,
é a circunstância de que a C.H. ter um regime de testes mais amplo do que
outros países afetados, embora nem todos os casos suspeitos sejam testados. Assim, no início da pandemia,
o governo suíço não priorizou os testes, acreditando ser tarde demais e que
poderia sobrecarregar os hospitais. Mas, de forma gradual, a CH passou de 2,5
mil testes por dia para 6 mil. Alguns cantões começaram a abrir os primeiros
centros de testes drive-thru para coronavírus.
Hoje, apenas os Emirados Árabes, Noruega e Coreia do Sul testaram mais
pessoas per capita do que a Suíça.
Por fim, as autoridades suíças tem
sido criticadas por ativistas por não terem respondido com a necessária rapidez
à ameaça que surgiu com a temporada de ski
no pequeno cantão de Graubünden - um
dos resorts de inverno mais populares
do país - em que houve 10% das mortes pela covid-19, cantão esse que tem apenas
2% da população suíça.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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